Editorial

Fluxo Contínuo e Seção Temática Biologia e Conservação de Morcegos no Brasil

Carolina Blefari Batista, UniCerrado

Maria Clara do Nascimento, Universidade Federal de Minas Gerais/UFMG

Jerusa Maria de Oliveira, Universidade Federal de Alagoas/UFAL

Cíntia da Costa, Universidade Federal do Rio Grande do Sul/UFRGS

Rafael Arruda, Universidade Federal de Mato Grosso/UFMT

Onildo João Marini Filho, ICMBio 

Fernanda Oliveto, ICMBio  

Esta edição da revista Biodiversidade Brasileira reúne nove artigos que trazem resultados de trabalhos com morcegos em áreas protegidas brasileiras. Morcegos compõem o segundo grupo mais diverso de mamíferos em riqueza de espécies, e o primeiro em termos funcionais. Desta forma, configuram um grupo animal que pode ser modelo para uma ampla gama de questões ecológicas relativas à gestão em conservação. Reunir trabalhos em uma seção temática dá suporte para que tomadores de decisão tenham referencial teórico para aplicar normativas relacionadas à conservação dos morcegos. Adicionalmente, morcegos também são importantes quando planejamos monitoramento ambiental. E isso se torna ainda mais evidente quando pensamos no crucial papel que têm quanto aos serviços ecossistêmicos, incluindo serviços relacionados à produção agrícola. 

O Brasil é um país com dimensões continentais, que abriga uma incrível diversidade de ecossis-temas. Diante desse cenário, e apesar de contar com o Sistema Brasileiro de Unidades de Conservação, parte dessa diversidade ecossistêmica não está totalmente protegida. É necessária uma forte mudança na política de criação e de garantia de perpetuidade das unidades de conservação (UCs) em todas as esferas administrativas, pois só teremos sucesso na conservação de espécies biológicas se esta for considerada de maneira sinérgica com a proteção de ecossistemas. Uma forma de apoiar a manutenção das UCs é realizar a divulgação do conhecimento científico produzido dentro delas, o que permite apoiar, com informações qualificadas, a implementação dos planos de ação, bem como subsidiar estudos, em longo prazo, em programas de monitoramento da biodiversidade. 

Com esta edição, o ICMBio divulga os resultados de estudos realizados com morcegos em UCs, nas esferas federal, estadual e municipal. A ideia foi trazer um panorama de como está o conhecimento da fauna de morcegos em áreas de conservação brasileiras. Cada nova descoberta no universo dos morcegos revela a complexidade nas interações intraespecíficas e com o ambiente. Esperamos que os trabalhos aqui apresentados sejam estimulantes ao estudo da fauna de morcegos do Brasil, pois ainda há muito a descobrir sobre esses seres fantásticos. 

Os seis artigos recebidos em fluxo contínuo tratam de temas relacionados à ecologia, biodiversi-dade, conservação e etnobotânica, desde os ecossistemas do rio Araguaia até as áreas de manejo florestal comunitário no Pará; abrangem os visitantes da Floresta Nacional do Tapajós e a entomofauna em áreas de restauração. Passam também pelo estudo etnobotânico de plantas medicinais e dormência de sementes do Cerrado. Temas, portanto, que vão ao encontro de boa parte das linhas editoriais da revista BioBrasil.

Os Editores