Estrutura populacional de Uca (Minuca) mordax (Smith, 1870) (Decapoda: Ocypodidae) em um sistema estuarino impactado no Sul do Brasil

Autores

  • Allan C. S. Scalco Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Sudeste e Sul - CEPSUL/ICMBio. Av. Ministro Victor Konder, 374 CEP 88301-700, Itajaí, Santa Catarina, Brasil. *E-mail: harry.boos-junior@icmbio.gov.br
  • Camila A. Ramos Universidade Regional de Blumenau - FURB
  • Harry Boos Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Sudeste e Sul - CEPSUL/ICMBio. Av. Ministro Victor Konder, 374 CEP 88301-700, Itajaí, Santa Catarina, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.37002/revistacepsul.vol5.61317-28

Palavras-chave:

Caranguejo, chama-maré, estuário, impacto ambiental, manguezal, Itajaí-Açú, Crustacea.

Resumo

A estrutura populacional do caranguejo chama-maré Uca (Minuca) mordax (Smith, 1870) foi estudada no estuário do Rio Itajaí-Açú, Santa Catarina, Brasil. Este estuário sofre impacto ao receber efluentes domésticos, industriais e agrícolas dos municípios do Vale do Itajaí, um dos mais importantes polos industriais e urbanos do estado de Santa Catarina. As coletas dos caranguejos foram efetuadas mensalmente no verão de 2012/2013 (dezembro a fevereiro) em quatro áreas, onde ocorreu a caracterização da cobertura vegetal e do percentual de matéria orgânica no sedimento. Foram coletados 394 espécimes, sendo 219 machos e 175 fêmeas (17 ovígeras). As áreas amostradas distantes da foz do rio (áreas C e D) foram responsáveis pela captura de aproximadamente 75% do total de espécimes amostrados. A razão sexual total não seguiu a proporção 1:1, ocorrendo predomínio de machos (1,3:1). O tamanho médio da largura da carapaça (LC, mm) dos machos (17,0 ± 2,6 mm) foi significativamente superior ao das fêmeas (16,1 ± 2,1 mm), com o maior macho medindo 26,1 mm, correspondendo ao maior indivíduo desta espécie já registrado na literatura. Apesar da deterioração ambiental do estuário do Rio Itajaí-Açú, a população de U. (M.) mordax ainda apresenta estrutura etária e sexual semelhante às registradas em outras localidades. Contudo, novas alterações das características naturais, como a perda de habitat observada em uma das áreas amostradas, terão influência direta no recrutamento, crescimento e reprodução desta e outras espécies. Portanto, torna-se urgente a manutenção das áreas naturais remanescentes.

Biografia do Autor

Harry Boos, Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Sudeste e Sul - CEPSUL/ICMBio. Av. Ministro Victor Konder, 374 CEP 88301-700, Itajaí, Santa Catarina, Brasil.

Licenciado e Bacharel em Ciências Biológicas, Mestre em Biologia Animal, Analista Ambiental do IBAMA de 2003 até 2007 e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) a partir de 2007. Desde 2005 desenvolve suas atividades junto ao Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Sudeste e Sul (CEPSUL/ICMBio), sendo atualmente responsável pela supervisão das atividades de pesquisa, monitoramento e conservação da biodiversidade marinha. Já participou de diversos cruzeiros de pesquisa e monitoramento da biodiversidade marinha no Sudeste e Sul do Brasil. Já lecionou em cursos de graduação e pós-graduação. É vice-presidente da Sociedade Brasileira de Carcinologia (SBC) da qual é associado desde 1996. http://lattes.cnpq.br/7490257328416039

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Publicado

06/09/2016

Edição

Seção

Artigo