Caracterização do estoque madeireiro remanescente após a extração seletiva de madeira na Floresta Nacional do Tapajós
Iandra Victória Pinto Guimarães1*
https://orcid.org/0000-0002-8134-2496
* Contato principal
Sarah Stephanie Rebelo Traian Baumann1
https://orcid.org/0000-0003-1916-1552
Karla Mayara Almada Gomes1
https://orcid.org/0000-0002-4821-6578
Carlos Richele Braga Ferreira2
https://orcid.org/
João Ricardo Vasconcellos Gama**
https://orcid.org/0000-0002-3629-3437
Ademir Roberto Ruschel3
https://orcid.org/0000-0002-0352-5238
Dárlison Fernandes Carvalho de Andrade4
https://orcid.org/0000-0002-4362-8979
1 Universidade Federal do Oeste do Pará/UFOPA, Brasil. <iandravictoria.eng@gmail.com, sarah.engflor@gmail.com, karlamayaralmada@gmail.com>.
2 Cooperativa Mista da Floresta Nacional do Tapajós/COOMFLONA, Brasil. <richeleflorestal@hotmail.com>.
3 Embrapa Amazônia Oriental, Brasil. <ademir.ruschel@embrapa.br>.
4 Serviço Florestal Brasileiro/SFB, Coordenação-Geral de Informação Florestal/CGINF, Brasil. <darlison.andrade@florestal.gov.br>.
** In memorian
RESUMO – No manejo florestal, a etapa de extração seletiva de madeira exige atenção para que os danos à floresta remanescente sejam minimizados. Conhecer a magnitude desses danos é crucial para direcionar práticas de manejo e garantir a sustentabilidade do manejo. Neste trabalho, buscou-se caracterizar o estoque madeireiro remanescente após a colheita em uma unidade de produção anual de uma área de manejo florestal, localizada na Floresta Nacional do Tapajós. Foram utilizados dados do inventário florestal 100%, considerando as árvores classificadas nas categorias de uso ou proteção. Do universo das árvores derrubadas, foram selecionadas 74 árvores para compor a amostragem utilizada para quantificar o impacto causado pela colheita quanto à abertura de clareiras e danos às árvores remanescentes. Para processamento dos dados utilizou-se o Microsoft Excel e o QGIS. Na unidade foram inventariadas 92 espécies que acumularam um volume médio de 41,83 m³ ha de madeira. Para a colheita, foram selecionadas 24, que somaram um volume médio de 11,3 m³ ha. Na exploração, a Manilkara elata foi a espécie que sofreu maior redução populacional. Após a colheita, as médias de abertura da floresta causada pela derrubada das árvores acumularam 168,21 ha ± 34,3 ha de floresta, correspondente a uma variação entre 6,04 % a 9,13% da área total da unidade. Florestas manejadas na Amazônia seguem diretrizes técnicas que propõem garantia de redução de impactos na floresta remanescente e, embora a intensidade de colheita por espécie siga critérios econômicos, a limitação de intensidade prevista pela lei é respeitada.
Palavras-chave: Alteração populacional; estoque madeireiro; alterações florísticas.
Characterization of the remaining timber stock after selective logging in the Tapajos Nacional Forest
ABSTRACT – In forest management, the selective logging stage requires attention so that damage to the remaining forest is minimized. Knowing the magnitude of these damages is crucial to guide management practices and ensure management sustainability. In this work, we sought to characterize the remaining wood stock after harvesting in an annual production unit of a forest management area, located in the Tapajos National Forest. Data from the 100% forest inventory were used, considering the trees classified in use or protection categories. From the universe of felled trees, 74 trees were selected to compose the sampling used to quantify the impact caused by the harvest in terms of the opening of clearings and damage to the remaining trees. Microsoft Excel and QGIS were used for data processing. In the unit, 92 species were inventoried, accumulating an average volume of 41.83 m³ ha of wood. For harvesting, 24 were selected, which added up to an average volume of 11.3 m³ ha. In exploration, Manilkara elata was the species that suffered the greatest population reduction. After the harvest, the average opening of the forest caused by the felling of trees accumulated 168.21 ha ± 34.3 ha of forest, corresponding to a variation between 6.04% to 9.13% of the total area of the unit. Managed forests in the Amazon follow technical guidelines that guarantee the reduction of impacts on the remaining forest and, although the intensity of harvesting per species follows economic criteria, the limitation of intensity provided for by law is respected.
Keywords: Population change; timber stock; floristic changes.
Caracterización del stock de madera remanente después de la tala selectiva en el Bosque Nacional Tapajós
RESUMEN – En el manejo forestal, la etapa de tala selectiva requiere atención para minimizar el daño al bosque remanente. Conocer la magnitud de estos daños es fundamental para orientar las prácticas de gestión y garantizar la sostenibilidad de la gestión. En este trabajo, buscamos caracterizar el stock de madera remanente después de la cosecha en una unidad de producción anual de un área de manejo forestal, ubicada en el Bosque Nacional Tapajós. Se utilizaron datos del inventario forestal 100%, considerando los árboles clasificados en categorías de uso o protección. Del universo de árboles talados, se seleccionaron 74 árboles para componer el muestreo utilizado para cuantificar el impacto causado por la cosecha en términos de apertura de claros y daños a los árboles remanentes. Para el procesamiento de datos se utilizó Microsoft Excel y QGIS. En la unidad se inventariaron 92 especies, acumulando un volumen promedio de 41,83 m³ ha de madera. Para la cosecha se seleccionaron 24, que sumaron un volumen promedio de 11,3 m³ ha. En exploración, Manilkara elata fue la especie que sufrió la mayor reducción poblacional. Después de la cosecha, la apertura promedio del bosque causada por la tala de árboles acumuló 168,21 ha ± 34,3 ha de bosque, lo que corresponde a una variación entre 6,04% a 9,13% del área total de la unidad. Los bosques manejados en la Amazonía siguen lineamientos técnicos que garantizan la reducción de impactos sobre el bosque remanente y, aunque la intensidad de aprovechamiento por especie sigue criterios económicos, se respeta la limitación de intensidad prevista por la ley.
Palabras clave: Cambio de población; existencias de madera; cambios florísticos.
Recebido em 28/03/2023 – Aceito em 17/07/2024
Como citar:
Guimarães IVP, Baumann SSRT, Gomes KMA, Ferreira CRB, Gama JRV, Ruschel AR, Andrade DFC. Caracterização do estoque madeireiro remanescente após a extração seletiva de madeira na Floresta Nacional do Tapajós. Biodivers. Bras. [Internet]. 2024; 14(2): 109-120. doi: 10.37002/biodiversidadebrasileira.v14i2.2435
Introdução
Estudos mostram que o manejo florestal é uma estratégia de conservação que se apresenta como uma alternativa para uso racional dos recursos florestais e uma ferramenta que une a conservação ambiental à geração de emprego e renda[1]. Por ser uma das principais atividades econômicas da região amazônica, essencial também para a economia e subsistência, é necessária a busca por aprimoramentos que reduzam o impacto da extração seletiva de madeira ao ambiente[2][3].
A lei de gestão de florestas públicas[4] garante aos povos e comunidades tradicionais o direito ao usufruto de seus recursos florestais, como ocorre na Floresta Nacional do Tapajós (FLONA do Tapajós), unidade de conservação federal (UC), criada por meio do Decreto nº 73.684, de 19 de fevereiro de 1974, localizada na Amazônia, onde a população local acessa e utiliza seus recursos florestais através do manejo florestal, visando, principalmente, à melhoria da qualidade de vida. A necessidade por organizar a gestão econômico-financeira do empreendimento florestal comunitário levou os moradores da FNT a criarem a Cooperativa Mista da Flona do Tapajós (COOMFLONA), que utiliza técnicas para redução dos impactos de suas atividades para assegurar a sustentabilidade do empreendimento[5].
A exploração de impacto reduzido (EIR), adotada pela COOMFLONA, tem sido recomendada desde a década de 1990. A EIR consiste em utilizar as melhores técnicas disponíveis de extração seletiva de madeira[6] e preconiza a implementação de diretrizes pré e pós-exploração, elaboradas para proteger a regeneração, reduzir os danos ao solo, prevenir danos desnecessários às espécies que não serão exploradas, na intenção de manter a estrutura florestal mais semelhante possível às condições anteriores à extração[7].
As atividades do manejo florestal são conside-radas essenciais para o desenvolvimento sustentável no Brasil, principalmente na Amazônia[2]. O setor industrial madeireiro tem sofrido com a fiscalização ineficiente no combate às práticas ilegais, com o baixo capital de investimento e com a opinião pública, que detém pouco conhecimento sobre o que é o manejo florestal. Por essa razão, surge a necessidade da contínua busca por melhorias e inovações nesse setor.
O sistema de manejo pode causar impactos, em grau variado, à floresta remanescente. A colheita florestal compreende operações de derruba (extração seletiva de madeira), arraste das toras e manuseio ao pátio de estocagem e transporte e, em cada uma dessas etapas, há possibilidade de ocorrerem danos a vários componentes do ecossistema. Pode provocar a compactação do solo pela movimentação de máquinas pesadas, além de danos às árvores remanescentes e abertura de clareiras[8]. Avaliar os danos da etapa de extração seletiva de madeira pode trazer informações relevantes para se compreender a sustentabilidade do manejo.
Nesse sentido, este estudo tem por objetivo caracterizar o estoque madeireiro remanescente após a colheita e quantificar o impacto causado pela colheita em relação à abertura de clareiras e danos às árvores remanescentes em uma unidade de produção anual (UPA) de uma área de manejo florestal, localizada na FLONA do Tapajós.
Material e Métodos
Área de estudo
Os dados coletados são oriundos do inventário 100% de intensidade amostral realizado em 2019 na UPA nº ٠١-٢٠٢٠, que possui ٢.٢١٨,٦٩٩٧ ha, e faz parte da área de manejo florestal licenciada em nome da COOMFLONA, na FLONA do Tapajós.
Coleta de Dados
Todas as árvores com diâmetro medido a 1,30 m do solo (CCL DAP 25 cm) das espécies selecionadas foram inventariadas pela COOMFLONA na UPA 01-2020 (Inventário 100%) e classificadas em categorias, considerando critérios de raridade e restrições ao corte previstos em legislação, conforme detalhado abaixo:
a) protegidas por lei: espécies vulneráveis e em perigo de extinção[9][10][11];
b) raras: espécies que não atingiram pelo menos 10% do número de árvores por espécie, na área de efetiva exploração da UPA[12];
c) espécies de uso múltiplo e ou não comerciais: espécies reservadas para a extração cascas, óleos e coleta de sementes e espécies sem interesse comercial;
d) substitutas e outras: árvores não selecionadas para corte, mas que atenderam os critérios de colheita; árvores que substituíram as árvores autorizadas para corte; árvores com fuste inadequado para colheita e árvores de espécies não comercializadas;
e) selecionadas para corte: árvores selecionadas para corte que atenderam aos critérios estabelecidos de seleção para serem colhidas na execução do plano operacional anual (POA); e
f) reservadas para segunda colheita: árvores que não atingiram o diâmetro mínimo para corte (DAP < 50 cm) e as demais maiores de 50 cm que não foram selecionadas para exploração.
Árvores remanescentes
Todas as árvores existentes na UPA após a colheita de madeira foram consideradas como remanescentes. Aproximadamente um mês após a colheita, para avaliação dos dados do inventário florestal 100% e confirmação das informações pós-colheita das árvores efetivamente derrubadas, foram selecionadas na UPA 01-2020, de forma inteiramente ao acaso, 4 unidades de trabalho (UT) dentre as 28 UTs da UPA. As UTs são subdivididas em quadras de 50x50 e, dentre as quadras, que são subdivisões nas UTs, utilizadas para facilitar a localização das árvores durante as operações da colheita, foram selecionadas aleatoriamente oito (8). Nessas quadras selecionadas, replicou-se o inventário 100% para árvores com DAP ≥ 35 cm para avaliar os danos causados pela derruba de árvores, sem a inclusão de trilhas de arraste e pátios, para confirmação das informações. Além disso, foi utilizada a localização dos tocos de árvores derrubadas para quantificar as áreas abertas pela derrubada destas árvores, sem incluir as áreas abertas pelas trilhas de arraste, que, normalmente, não comprometem o dossel da floresta.
Nas quadras amostradas foram coletadas as seguintes informações: altura do toco (maior altura do solo até o local de corte); espécie da árvore derrubada; número de árvores remanescentes por espécie com DAP ≥ 35 cm. Também se avaliou, em cada indivíduo inventariado, se foram danificados pela colheita e qual o tipo do dano (quebra de copa ou quebra de fuste), além da localização geográfica dos tocos, do direcionamento de queda das árvores exploradas e das árvores remanescentes danificadas.
Análise dos dados
Os dados fornecidos pela COOMFLONA, bem como aqueles coletados em campo, após a extração seletiva de madeira, foram processados no software Microsoft Office Excel. A conversão do volume da árvore em m³ para volume da árvore em m³ ha, foi feita através da divisão do volume da árvore pela unidade de área, em hectares (2.218,6997 ha) e, posteriormente, foi calculado o volume por espécie com a soma dos volumes proporcionais de todas as árvores inventariadas para cada uma das espécies. Por fim, para análise da distribuição diamétrica das espécies, utilizou-se classes de diâmetro, considerando a seguinte fórmula:
=INT (DAP da árvore/10) * 10+5
Geoprocessamento
Os pontos de GPS referentes às localizações dos tocos das árvores exploradas e dos seus direcionamentos de queda foram organizados no programa GPS Track Maker. Após organizados, esses dados foram exportados para o programa QGIS, versão 3.16.6.
Para quantificar o tamanho médio das áreas abertas com as clareiras resultantes do abate das árvores comerciais logo após a realização do manejo, foi utilizada uma imagem do satélite PLANET, pós exploração, com resolução de 3 m, referente ao dia 23 de dezembro de 2020, por ser a imagem de melhor qualidade e com menor incidência de nuvens disponível em data posterior à derrubada das árvores na UPA 01-2020. Na imagem, foram inseridas as coordenadas geográficas da localização de cada árvore derrubada, de cada quadra trabalhada e, posteriormente, foram contornados os polígonos onde esses pontos indicavam clareiras causadas pela derruba.
Em seguida, na tabela de atributos do shapefile, contabilizaram-se os valores de área das clareiras, em hectares, e sucessivamente, os valores foram exportados para o Microsoft Office Excel.
Estimativa de áreas abertas pela derrubada de árvores
Para a estimativa do tamanho de área aberta na floresta pós-colheita, foi adotado o seguinte procedimento:
1) média de área aberta de clareira por árvore amostrada (quadras) * 7.441 (número de árvores selecionadas para corte), para a estimativa em hectares;
2) a estimativa do tamanho da abertura de clareiras, em porcentagem, foi calculada considerando o tamanho total da UPA como 100% (2.218,6997 ha);
3) a avaliação da confiabilidade das estimativas foi feita com base no intervalo de confiança, calculado com a seguinte fórmula:
S
X + Z
n
Onde X representa a média das amostragens, Z o valor associado a probabilidade desejada (95% = 1,96), S o desvio padrão e n o número de amostras.
Resultados
Do universo de, 28.367 árvores com DAP ≥ 35 cm de 92 espécies inventariadas na UPA 01-2020, representaram em termos médios um volume de 41,83 m³ ha de madeira. A cooperativa selecionou 24 espécies como alvo da colheita de madeira, das quais as árvores com DAP ≥ 50 cm somaram um volume de 11,3 m³ ha (29,71% do volume total das árvores do censitário com DAP ≥ 35 cm). Das espécies com árvores derrubadas para a colheita, destacaram-se, dentre as 10 com maior volume de madeira extraído: Maçaranduba (Manilkara elata (Allemão ex Miq.) Monach), Itaúba (Mezilaurus itauba (Meisn.) Taub. ex Mez), Jutaí-mirim (Hymenaea parvifolia Huber), Tauari (Couratari guianensis Aubl), Timborana (Pseudopiptadenia psilostachya (DC.) G.P.Lewis & M.P.Lima), Jatobá (Hymenaea courbaril L.), Jarana (Lecythis lurida (Miers) S.A.Mori), Guajará-bolacha (Pouteria oppositifolia (Ducke) Baehni), Cumaru (Dipteryx odorata (Aubl.) Willd) e Muiracatiara (Astronium lecointei Ducke) (Figura 1). Dentre essas, a Maçaranduba, a Itaúba e o Jutaí-mirim, que possuem alto interesse econômico na região e possuem diversas finalidades de uso[13], sofreram as maiores reduções no volume original.
Dentre as espécies exploradas, as 10 que apresentaram maior volume entre as reservadas para segunda colheita (50 cm ≥ DAP ≥ 35 cm) somam 4,1 m³ ha de volume (10,78% do total), e são: Jarana, Maçaranduba, Itaúba, Jutaí-mirim, Fava-doce (Andira surinamensis (Bondt) Splitg. ex Pulle), Maparajuba (Manilkara paraensis Standl), Virola (Virola michelii Heckel), Goiabão (Pouteria bilocularis (H.J.P.Winkl) Baehni), Louro-preto (Ocotea baturitensis Vattimo-Gil) e Tauari (Figura 2).
A Maçaranduba, mais impactada pela colheita de madeira, é a segunda espécie mais abundante entre as reservadas para segunda colheita. As árvores que foram alvo da colheita correspondem a uma classe de diâmetro que varia entre 55 e > 80 cm. Antes da colheita, existiam 3.137 árvores de Maçaranduba, após a colheita, restaram 40% (1.248 árvores), distribuídas entre as classes de diâmetro de árvores remanescentes (Figura 3).
Potencial econômico da floresta
No ano de 2020, a COOMFLONA comercia-lizou a madeira proveniente do manejo florestal ao valor de R$415,00/m³, independentemente da espécie. Com base nisso e nas informações provenientes do inventário florestal, as árvores das 10 espécies que apresentariam maior valor econômico, conforme o volume explorado, entre as 24 espécies selecionadas, que atingiram o diâmetro mínimo e foram selecionadas para corte renderiam, teoricamente, um valor de R$14.204.045,73. Por outro lado, as árvores reservadas para segunda colheita destas espécies, que são aquelas que não atingiram o diâmetro mínimo para corte e as demais maiores de 50 cm que não foram selecionadas para exploração, somam um valor comercial de R$1.891.466,76, o que mostra que, após a colheita, a floresta ainda possui potencial econômico com o estoque de árvores (Tabela 1).
Amostragem na área de manejo florestal
Na amostragem da área submetida às ativi-dades de derruba de árvores, foram mapeadas 169 árvores, distribuídas nas oito quadras selecionadas, divididas em duas categorias: selecionadas para corte e reservadas para 2ª colheita.
Do universo de 57 árvores remanescentes encontradas nas quadras visitadas, 15 (26,31%) apresentaram danos, como rachadura do fuste, após a exploração. Ademais, em campo, foram encontrados 74 tocos de árvores, subdivididos nas quadras para amostragens (Tabela 2).
Aberturas de clareiras
As informações coletadas nas quadras foram úteis para estimativas de danos em árvores remanescentes inventariadas e para quantificar as áreas abertas de clareiras no manejo florestal. Na Tabela 3, observam-se os valores das aberturas de clareiras por classe de diâmetro nas quadras onde foram encontrados os tocos.
Após a colheita na UPA, estima-se, em média, a abertura de clareira pela derrubada de árvore em torno de 7,58% (168,21 ha ± 34,3 ha e intervalo de confiança, 95%) de floresta, que corresponde a uma variação entre 6,04% a 9,13% da área total da UPA, quando consideradas todas as árvores selecionadas e autorizadas para corte.
Discussão
Ao analisar a Maçaranduba em um plano de manejo florestal na Amazônia, Braz et al.[14] reforçam a importância de planos de manejo específicos que considerem as características das espécies para definição de intensidade e ciclos de corte, e concluem que, dentro de critérios de manejo, é crucial considerar as alterações nas condições de recuperação por espécie e por classe de tamanho do volume madeireiro comercial para o próximo ciclo, principalmente por meio de análises e simulações que considerem o incremento diferenciado das classes diamétricas, sua produtividade e distribuição de estoque e corte.
Ressalta-se que há uma expectativa de que as árvores remanescentes cresçam e recuperem os estoques de madeira extraídos, como observado por Ferreira et al.[15], que concluem que as árvores de maçaranduba entre 40-49 cm de diâmetro, as quais são consideradas para estoque, levam em média 20 anos para atingir o diâmetro comercial.
Por essas razões, a aplicação de tratamentos silviculturais que favoreçam o crescimento das espécies, como a Maçaranduba, é essencial para garantir estoques contínuos da espécie, visando o enriquecimento, considerando o longo período que os indivíduos jovens precisam para atingir o diâmetro de corte[16]. Recomenda-se também que sejam desenvolvidos mais estudos de modelagem do crescimento com modelos que incluam variáveis como recrutamento e mortalidade, para se estimar o crescimento e o número de indivíduos que poderão alcançar o diâmetro mínimo de corte para futuras explorações de madeira[17].
Neste trabalho, entende-se que, além da atenção ao corte de cipós, visando incrementos no crescimento das árvores selecionadas para segunda colheita, de forma que atinjam o diâmetro mínimo de corte e também para que, no momento da colheita, os cipós não causem danos às outras árvores presentes na área, o manejo florestal deve avançar nos estudos e nas experimentações voltadas ao manejo por espécie. E considere as diferentes respostas à colheita de madeira atreladas à capacidade intrínseca de cada espécie de se recuperar após reduções em sua população com alterações na estrutura diamétrica.
Os efeitos do manejo florestal também são observados nos danos às árvores remanescentes. No momento do abate das árvores que, ao cair podem provocar danos às árvores vizinhas e pela movimentação das máquinas, no arraste, que podem danificar árvores que estejam ao redor[8]. A densidade de árvores na floresta manejada também é um fator que influencia no nível de danos causados nas árvores remanescentes pela extração com o Skidder, pois, quanto maior a densidade, maiores os danos, devido ao grau de dificuldade de manobra durante o arraste para as esplanadas.
Neste trabalho, as árvores remanescentes danificadas que foram encontradas apresentaram deteriorações na casca e quebra do fuste ou copa, que são alguns dos danos mais comuns gerados pela atividade da colheita[18]. Nesse sentido, deve ser considerado que o grau desse tipo de dano pode e deve ser controlado e minimizado, dependendo, principalmente, do planejamento do padrão de trilha de arraste adotado e do operador do Skidder, pois a abertura desnecessária de estradas e o planejamento inadequado das trilhas, além de aumentar o impacto da atividade e comprometer as perspectivas de sustentabilidade do manejo, implica maiores custos[19]. Vale ressaltar a importância de procurar formas de reduzir lesões nas árvores, por serem capazes de ter reflexos econômicos ao reduzir a qualidade da madeira, por exemplo.
Neste estudo, o volume colhido foi inferior a 20 m³ ha, abaixo do limite de 30 m³ ha permitido pela legislação, além disso, importante destacar que a COOMFLONA realiza suas atividades, conforme preconizado pela EIR. Nesse sentido, por se tratar de um empreendimento cumpridor de todas as exigências legais, não temos parâmetros para avaliar se os danos às árvores remanescentes, registrados neste estudo, foram relativamente baixos ou altos, mas destacamos que estudos realizados na FLONA do Tapajós, com relação à recuperação da floresta, após o manejo florestal, indicam que uma segunda colheita na floresta é possível, dentro de um ciclo de corte de 30 anos[20], e que a intensidade da extração seletiva de madeira é fator determinante na recuperação e nas mudanças de composição de espécies nas áreas manejadas[21].
Potencial econômico da floresta
Em termos monetários, é esperada a redução no valor da floresta, entretanto, novamente, é importante uma avaliação da floresta remanescente, considerando as diferentes espécies arbóreas e suas potencialidades econômicas para o segundo ciclo de corte. Além disso, uma avaliação sobre a recuperação dos estoques de madeira das espécies com maior volume extraído, por meio de parcelas permanentes, é crucial para a tomada de decisão não somente para o segundo ciclo, mas também para novas intervenções em áreas de floresta nativa sem histórico de atividade madeireira.
Clareiras abertas pela derrubada das árvores na colheita
A abertura de dossel provocada pelo corte seletivo e abertura das áreas manejadas é um indicador importante para a avaliação do impacto causado pelo manejo, visto que as clareiras causam impacto nas taxas de crescimento da floresta[22][23]. A área aberta pela exploração influencia na regeneração natural da floresta[24]; por essa razão, deve-se ressaltar que a exploração bem planejada, pode reduzir o tamanho da clareira. Segundo Castro et al.[25], as espécies florestais apresentam reações variadas em relação ao tamanho da clareira, por isso, é importante que se conheça as particularidades de cada espécie. Entretanto, vale ressaltar também que em amostras onde o dossel é fechado, a maioria das espécies apresentam grande descontinuidade ou problemas na distribuição, podendo chegar a total ausência de indivíduos jovens em algumas espécies. Em contrapartida, amostras que atingem áreas com clareiras, há maior aparecimento de indivíduos juvenis. Há espécies madeireiras que não apresentam distribuição diamétrica contínua e decrescente em floresta não perturbada em função de essa regeneração depender de clareiras[26].
O percentual previsto de abertura de clareiras pela derrubada de árvores (abaixo de 10% da área total) em áreas submetidas ao manejo florestal, seguindo técnicas de EIR, o percentual de árvores remanescentes danificadas pela colheita de madeira (26,31% observado neste estudo) e as alterações causadas na estrutura diamétrica das espécies com maior volume de madeira previsto para colheita indicam que a floresta remanescente apresenta estrutura e composição de espécies que devem garantir um novo ciclo de corte. Mas, neste estudo, destacamos, principalmente, a necessidade de que os planos de manejo florestal considerem, além de critérios econômicos, que concentram a colheita em poucas espécies arbóreas, as diferenças entre espécies, quanto à recuperação dos estoques de madeira extraídos, para definição das intensidades de colheita, visando, principalmente, um ciclo de corte futuro e a manutenção de uma floresta remanescente equilibrada, sem alterações drásticas na estrutura populacional das espécies que comprometam sua resiliência.
Conclusão
Florestas manejadas na Amazônia seguem diretrizes técnicas que propõem garantia de redução de impactos na floresta remanescente, com redução das áreas abertas pela derrubada das árvores e dos danos às árvores remanescentes, mesmo que isso por si só não garanta que as espécies que serão alvo da colheita serão avaliadas conforme suas características ecológicas e quanto à definição da intensidade da colheita, que tende a ser maior para as espécies mais valorizadas no mercado.
Em geral, critérios econômicos definem a intensidade da colheita por espécies, como podemos observar, a título de exemplo, a Manilkara elata, que foi a principal espécie-alvo da colheita. Apesar disso, restam 40% da população inventariada de M. elata na floresta, distribuídas em diferentes classes de diâmetro, cumprindo, desse modo, a limitação de intensidade prevista pela lei.
Agradecimentos
Meus agradecimentos ao meu orientador Dárlison Fernandes Carvalho de Andrade, no PIBIC/ICMBio, pelo incentivo e orientação. À minha coorientadora Karla Almada, pelo suporte que não deixou faltar. Aos servidores da FLONA do Tapajós, pelo acolhimento. Ao ICMBio, por apoiar e incentivar a realização de pesquisa científica nas unidades de conservação federais. Ao CNPq, pelo fomento da bolsa PIBIC. À COOMFLONA, pelo apoio nas coletas de campo e por disponibilizar os dados da UPA ٠١-٢٠٢٠.
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Figura 1 – Volume colhido e remanescente das 10 espécies para árvores com DAP ≥ 35 cm.
Fonte: os autores.
p
Figura 2 – Dez espécies com maior volume entre espécies comerciais remanescentes 50 cm < DAP ≥ 35 cm.
Fonte: os autores.
Figura 3 – Centro de classe de diâmetro (CCDAP) de Manilkara elata (Maçaranduba).
Fonte: os autores.
Tabela 1 – Dez espécies de maior valor econômico conforme volume explorado.
Espécies colhidas |
Colhidas (R$) |
Remanescentes |
Manilkara elata |
4.247.864,18 |
474.862,75 |
Mezilaurus itauba |
2.525.378,00 |
289.186,07 |
Hymenaea parvifolia |
1.646.787,60 |
220.878,40 |
Hymenaea courbaril |
1.590.429,86 |
89.807,16 |
Couratari guianensis |
1.189.327,13 |
125.757,37 |
Pseudopiptadenia psilostachya |
968.101,17 |
84.618,21 |
Lecythis lurida |
642.733,82 |
436.460,85 |
Handroanthus impetiginosum |
485.236,72 |
15.009,89 |
Astronium lecointei |
465.275,51 |
128.844,64 |
Dipteryx odorata |
442.911,74 |
26.041,42 |
Fonte: os autores.
Tabela 2 – Quantidade de tocos e árvores danificadas por quadra.
Nº da quadra |
5 |
9 |
10 |
16 |
7 |
16 |
1 |
4 |
Quantidade de tocos |
4 |
11 |
14 |
35 |
1 |
4 |
1 |
4 |
Quantidade de árvores danificadas |
1 |
6 |
1 |
4 |
1 |
- |
- |
2 |
Fonte: os autores.
Tabela 3 – Área aberta (m²) por classe de diâmetro nas quadras observada.
CCDAP (cm) |
N |
Área Aberta (m²) |
Média (m²) |
Mínimo (m²) |
Máximo (m²) |
Desvio Padrão (m²) |
Coeficiente de Variação (%) |
55 |
14 |
3685,61 |
263,26 |
37,10 |
767,08 |
246,89 |
106,63 |
65 |
22 |
4724,62 |
214,76 |
17,18 |
1122,83 |
234,38 |
91,63 |
75 |
18 |
4155,26 |
230,85 |
37,15 |
689,19 |
196,27 |
117,62 |
85 |
12 |
2396,75 |
199,73 |
82,92 |
693,92 |
166,40 |
120,03 |
95 |
4 |
830,76 |
207,69 |
55,34 |
292,14 |
105,49 |
196,89 |
≥105 |
3 |
1143,11 |
381,04 |
141,90 |
666,76 |
265,51 |
143,51 |
Total |
73 |
16936,11 |
232,00 |
17,18 |
1122,83 |
210,21 |
110,37 |
Fonte: os autores.
Biodiversidade Brasileira – BioBrasil.
Fluxo Contínuo
n.2, 2024
http://www.icmbio.gov.br/revistaeletronica/index.php/BioBR
Biodiversidade Brasileira é uma publicação eletrônica científica do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) que tem como objetivo fomentar a discussão e a disseminação de experiências em conservação e manejo, com foco em unidades de conservação e espécies ameaçadas.
ISSN: 2236-2886