PERFIL DA PESQUISA CIENTÍFICA EM CAVERNAS DO BRASIL: ANÁLISE DAS PESQUISAS AUTORIZADAS PELO SISBIO NO PERÍODO DE 2007 A 2014
Autores
Daniel Reis Maiolino de Mendonça
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio
Palavras-chave:
Caverna, Pesquisas Científicas, Autorizações de Coleta
Resumo
Desde 2007, o Sistema Nacional de informações da Biodiversidade - SISBIO é responsável pelo controle, análise e liberações de autorizações de pesquisa no território nacional, a fim de mensurar basicamente a pesquisa científica no Brasil. Neste contexto e como parte integrante do sistema, o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas - CECAV analisou as pesquisas científicas ocorridas no período de 2007 a 2014 com o intuito de elaborar um perfil das pesquisas científicas no ambiente subterrâneo, bem como o planejamento de atividades estratégicas para sua conservação. Partindo das 132 pesquisas analisadas foi possível observar: o papel das instituições de pesquisa espeleológica, de acordo com o número de solicitações que cada instituição realizou; a natureza da pesquisa, ou seja, pesquisas de cunho geológico e pesquisas de cunho biológico; a localização em relação à s unidade de conservação, com o intuito de observar as unidades de conservação que guardam as cavidades mais estudadas; perfil dos táxons coletados, indicando o padrão ecológico encontrado e as principais metodologias de coleta utilizadas, a fim de conhecer as dinâmicas de coleta utilizadas em cavernas e número de exemplares coletados. Com isso foi possível observar que o estado de Minas Gerais detém o maior numero de pesquisas espeleológicas, como os centros de pesquisa subterrânea mais atuantes do País. Outro dado importante é que As cavidades estudadas estão distribuídas em 10% das unidades de conservação, tendo em vista a distribuição deste ambiente no território nacional. Foi possível observar também o papel da legislação na influenciando a quantidade de pesquisa, evidenciando a necessidade de estudos sobre as províncias espeleológicas. Tendo em vista a diversidade de microhabitats, bem como da fragilidade das comunidades encontradas nas cavidades naturais fica evidente o uso de metodologias de coleta mais eficazes e menos danosas, como o uso de coleta manual ou busca ativa. Um dos resultados mais importantes foi a definição do perfil ecológico das comunidades faunísticas encontradas nas pesquisas realizadas ao longo do território nacional onde aproximadamente 42% dos dados coletados foram representados por insetos, logo em seguida o grupo dos aracnídeos com 23%, e crustáceos e miriápodes com aproximadamente 6% cada. Do total de famílias coletadas, cerca de 23% pertenciam ao grupo dos vertebrados, como quirópteros, mamíferos, répteis e anfíbios.
Biografia do Autor
Daniel Reis Maiolino de Mendonça, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio