Revista Brasileira de Espeleologia - RBEsp https://revistaeletronica.icmbio.gov.br/rebe <div>Revista científica dedicada ao tema Espeleologia. <span style="font-size: medium; font-family: 'Times New Roman', serif;">A RBEsp objetiva publicar artigos de pesquisa, resenhas originais, cartas, mapas, ensaios e relatórios cobrindo tópicos relacionados ao patrimônio espeleológico e sua geobiodiversidade associada. A revista abrange a geologia cárstica, hidrologia, geomorfologia, espeleologia, hidrogeologia, bioespeleologia e a história da ciência espeleológica.</span></div> <div> </div> <div>Para acessar os artigos anteriores a 2020, <a href="https://revistaeletronica.icmbio.gov.br/index.php/RBEsp/issue/archive" target="_blank" rel="noopener">clique aqui</a>.</div> <p> </p> pt-BR julio.costa-neto@icmbio.gov.br (Júlio Ferreira da Costa Neto) julio.costa-neto@icmbio.gov.br (Júlio Ferreira da Costa Neto) Tue, 30 Apr 2024 10:42:11 -0300 OJS 3.2.1.4 http://blogs.law.harvard.edu/tech/rss 60 Editorial - Edição Especial https://revistaeletronica.icmbio.gov.br/rebe/article/view/2586 <p><span style="left: 66.1417px; top: 360.574px; font-size: 18.3333px; font-family: sans-serif; transform: scaleX(1.00665);">Com muito orgulho trazemos à comunidade acadêmico-científica esta edição especial da Revista Brasi</span><span style="left: 66.1417px; top: 390.567px; font-size: 18.3333px; font-family: sans-serif; transform: scaleX(1.00587);">leira de Espeleologia (Rbesp), publicada pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas </span><span style="left: 66.1417px; top: 420.561px; font-size: 18.3333px; font-family: sans-serif; transform: scaleX(0.981735);">(ICMBio/Cecav). A revista, lançada em 2010, tem como objetivo a publicação de artigos de pesquisa, rese</span><span style="left: 66.1417px; top: 450.554px; font-size: 18.3333px; font-family: sans-serif; transform: scaleX(1.00535);">nhas originais, cartas, mapas, ensaios e relatórios relacionados ao patrimônio espeleológico e sua biodi</span><span style="left: 66.1417px; top: 480.547px; font-size: 18.3333px; font-family: sans-serif; transform: scaleX(0.988577);">versidade associada. </span><span style="left: 66.1417px; top: 529.442px; font-size: 18.3333px; font-family: sans-serif; transform: scaleX(1.0402);">Nesta edição especial, apresentamos os artigos produzidos pelos vencedores do 2º Prêmio Nacional </span><span style="left: 66.1417px; top: 559.436px; font-size: 18.3333px; font-family: sans-serif; transform: scaleX(1.01778);">de Espeleologia Michel Le Bret, nas categorias Pós-graduação, Ampla Concorrência e Jovem Espeleó</span><span style="left: 910.731px; top: 559.436px; font-size: 18.3333px; font-family: sans-serif;">-</span><span style="left: 66.1417px; top: 589.429px; font-size: 18.3333px; font-family: sans-serif; transform: scaleX(1.00795);">logo. A premiação é resultado de uma parceria entre o ICMBio/Cecav e a Sociedade Brasileira de Espe</span><span style="left: 66.1417px; top: 619.423px; font-size: 18.3333px; font-family: sans-serif; transform: scaleX(1.0135);">leologia (SBE), que visa incentivar o desenvolvimento e publicação de pesquisas cientificas, inventários </span><span style="left: 66.1417px; top: 649.416px; font-size: 18.3333px; font-family: sans-serif; transform: scaleX(1.03198);">e soluções técnicas voltados à conservação do ecossistema cavernícola e suas espécies associadas, </span><span style="left: 66.1417px; top: 679.409px; font-size: 18.3333px; font-family: sans-serif; transform: scaleX(1.05114);">bem como auxiliar no manejo de unidades de conservação federais que possuam sistemas caverní</span><span style="left: 910.731px; top: 679.409px; font-size: 18.3333px; font-family: sans-serif;">-</span><span style="left: 66.1417px; top: 709.402px; font-size: 18.3333px; font-family: sans-serif; transform: scaleX(1.04174);">colas entre seus atributos. </span><span style="left: 66.1417px; top: 758.298px; font-size: 18.3333px; font-family: sans-serif; transform: scaleX(0.994606);">A premiação é uma homenagem ao espeleólogo Michel Le Bret, por sua significativa contribuição à espe</span><span style="left: 66.1417px; top: 788.291px; font-size: 18.3333px; font-family: sans-serif; transform: scaleX(1.01197);">leologia brasileira. Como um dos fundadores da SBE, destacou-se na exploração, mapeamento, uso de </span><span style="left: 66.1417px; top: 818.284px; font-size: 18.3333px; font-family: sans-serif; transform: scaleX(1.02516);">técnicas verticais e de mergulho, contribuindo para a pesquisa e conhecimento do patrimônio espeleo</span><span style="left: 66.1417px; top: 848.277px; font-size: 18.3333px; font-family: sans-serif; transform: scaleX(1.01519);">lógico brasileiro.</span></p> Jocy Brandão Cruz, Júlio Ferreira da Costa Neto Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Espeleologia - RBEsp https://revistaeletronica.icmbio.gov.br/rebe/article/view/2586 Tue, 30 Apr 2024 00:00:00 -0300 MONITORAMENTO TÉRMICO DE BAT CAVES NA FLORESTA NACIONAL DE CARAJÁS https://revistaeletronica.icmbio.gov.br/rebe/article/view/2593 <p>Abrigos com populações excepcionais de morcegos são denominados bat caves. Monitorar esse tipo de abrigo pode ser desafiador, dadas as localizações e condições destes ambientes. Entretanto, o monitoramento da temperatura destas cavernas tem sido apontado como um proxy de como os morcegos estão usando esses ambientes. Apresentamos aqui os resultados de um monitoramento térmico detalhado de duas bat caves na Floresta Nacional de Carajás, acompanhado de estimativas das populações de morcegos residentes nestas cavernas, descrição dos padrões diários de saída e retorno dos morcegos nestes abrigos, identificação de possíveis padrões sazonais na flutuação da população residente de morcegos dessas cavernas e identificação das características físicas e termais preferidas pelos morcegos. Esse monitoramento térmico apontou que as temperaturas internas destas cavernas são bastante elevadas em relação às temperaturas externas, estando mais associadas à presença de grandes colônias de morcegos do gênero <em>Pteronotus</em>. Além disso, observamos um dinamismo nesses ambientes provocados pela movimentação dos morcegos entre os abrigos e variações acentuadas no tamanho das populações em diferentes períodos. O caráter dinâmico observado reforça a necessidade de um monitoramento contínuo e de longo prazo para o melhor entendimento destes abrigos e de suas relações ecológicas. Inventários curtos e esporádicos nesses ambientes inevitavelmente levarão a conclusões equivocadas, com sérias implicações ecológicas, conservacionistas e de licenciamento. Sendo assim, bat caves precisam de um acompanhamento diferenciado em relação ao uso e pressões que experimentam, principalmente frente às alterações e tentativas de flexibilizações que vêm ocorrendo na legislação espeleológica brasileira.</p> Narjara Tércia Pimentel, Enrico Bernard Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Espeleologia - RBEsp https://revistaeletronica.icmbio.gov.br/rebe/article/view/2593 Tue, 30 Apr 2024 00:00:00 -0300 DO CONHECIMENTO ECOLÓGICO ÀS POLÍTICAS DE CONSERVAÇÃO: UM ESTUDO DE CASO SOBRE FATORES QUE INFLUENCIAM A BIODIVERSIDADE FRENTE À AVALIAÇÃO DE PRIORIDADES PARA A CONSERVAÇÃO https://revistaeletronica.icmbio.gov.br/rebe/article/view/2594 <p>As cavernas se desenvolvem em áreas de frequente uso antrópico, seja para atividades agropastoris, urbanização ou extração mineral. Essas atividades geram impactos aos ecossistemas subterrâneos. Por isso, em diversas regiões do mundo, tem-se empregado esforços de conservação ao patrimônio espeleológico. Para isso, elencar as prioridades para o empenho de esforço e dinheiro tem sido um desafio constante, de modo que diversas metodologias têm surgido. Considerando a heterogeneidade ambiental das áreas nas quais as cavernas neotropicais se desenvolvem, observa-se a&nbsp;necessidade de entender o impacto dessa heterogeneidade nas avaliações de prioridades para conservação. Sendo assim, o presente estudo avaliou três atributos, já conhecidos por influenciarem aspectos ecológicos dos ecossistemas subterrâneos, no direcionamento de cavernas prioritárias para conservação. Utilizando-se dados de 249 cavernas do sudeste brasileiro, testou-se a influência da litologia, dos biomas e das ecorregiões nos resultados do Cave Vulnerability index modificado, índice já indicado como mais adequado para cavernas de regiões megadiversas. Observou-se que a não consideração desses atributos para elencar as prioridades para conservação tende a selecionar cavernas que compartilham mesma litologia, bioma e ecorregião. Por outro lado, considerar os atributos de relevância ecológica na análise, agrega representatividade para cada um dos atributos dentre as cavernas prioritárias. As cavernas prioritárias<br>obtidas sem considerar os atributos de relevância ecológica se mantiveram prioritárias ao considerá-los. Isso demonstra que, do ponto<br>de vista biológico, se destacam e merecem atenção redobrada, podendo ser consideradas um ponto de partida dentre as prioritárias, principalmente em cenários de recursos escassos.</p> Lucas Mendes Rabelo, Rodrigo Lopes Ferreira Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Espeleologia - RBEsp https://revistaeletronica.icmbio.gov.br/rebe/article/view/2594 Tue, 30 Apr 2024 00:00:00 -0300 PROTEÇÃO FORNECIDA POR PEQUENA CAVERNA PARA UMA COLÔNIA DE MORCEGOS (Anoura geoffroyi GRAY, 1838) DURANTE INCÊNDIO FLORESTAL OCORRIDO NO BRASIL https://revistaeletronica.icmbio.gov.br/rebe/article/view/2595 <p>Morcegos são considerados de extrema importância para o ambiente cavernícola atuando diretamente no aporte energético destes ecossistemas. O guano produzido por alguns grupos de morcegos possui extremo valor energético chegando ao ponto de algumas espécies de invertebrados (guanóbios) terem se especializado a viver exclusivamente deste recurso. Em contrapartida, para os morcegos, as cavernas fornecem abrigo e proteção contra intempéries e predadores. Neste trabalho, avaliamos variações no microclima da caverna MJ_0005 durante um evento de incêndio ocorrido em seu entorno. Para esta avaliação, utilizamos os dados de três data loggers sendo um instalado próximo a entrada da caverna no ambiente externo, um no meio da caverna e um próximo&nbsp;ao local onde uma grande colônia de morcegos da espécie <em>Anoura geoffroyi</em> reside. No dia do incêndio, a temperatura média do ambiente<br>externo (x 22,6°C) apresentou-se expressivamente maior que as temperaturas médias do meio da caverna (x 18,3°C) e do local da colônia (x 18,6°C). No momento em que o incêndio se aproximou da área onde se encontrava o logger externo, a temperatura atingiu 33,3°C, enquanto a temperatura registrada no meio da caverna era de 16,4°C e no ponto próximo a colônia a temperatura era 17,0°C. Mesmo no momento em que o logger externo apresentou o maior valor de temperatura (46,0°C), os dados observados no ponto da colônia e no centro da caverna foram inferiores as médias anuais observadas neste ambiente. Desta forma, torna-se evidente que mesmo cavernas de pequenas dimensões também podem representar refúgios importantes para a fauna em locais onde a incidência de distúrbios ambientais como os incêndios florestais ocorrem de maneira constante, sendo, portanto, um aspecto importante a ser avaliado em estudos de relevância espeleológica em regiões onde a disponibilidade de cavernas é restrita.</p> Aline da Silva Reis Reis, Robson de Almeida Zampaulo Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Espeleologia - RBEsp https://revistaeletronica.icmbio.gov.br/rebe/article/view/2595 Tue, 30 Apr 2024 00:00:00 -0300 RELEVÂNCIA CULTURAL DO PATRIMÔNIO ESPELEOLÓGICO E A POSSIBILIDADE DE SUA TUTELA PELO TOMBAMENTO: crítica ao posicionamento do IPHAN a partir do estudo do caso da Paleotoca na Serra do Gandarela/MG https://revistaeletronica.icmbio.gov.br/rebe/article/view/2596 <p>O artigo objetiva analisar a decisão proferida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) que inferiu o tombamento da Paleotoca situada na Serra do Gandarela, Minas Gerais, ao fundamento de que a inexistência de apropriações humanas do bem espeleológico impossibilitaria a valoração de sua relevância cultural. O assunto é enfrentado em argumentação teórica sob a ótica da Conservação Baseada em Valores, segundo a qual são os valores que dão significância para um bem, devendo ser analisados no caso concreto. Após pesquisa exploratória, defende que as&nbsp;cavernas podem ser consideradas patrimônios natural e cultural e apresenta os valores que podem ser atribuídos especificamente à Paleotoca, garantindo sua significância cultural.<br>Confronta a decisão do IPHAN com a legislação nacional, tendo a Constituição Federal como principal marco teórico, e critica a Portaria 375/2018, que estabelece a Política de Patrimônio Cultural Material da autarquia, sustentando o cabimento do tombamento do bem. Conclui que a decisão do IPHAN deixa de considerar a miríade de valores que podem ser atribuídos ao patrimônio espeleológico e paleontológico e, ao negar a relevância cultural de bens que não sejam objeto de usos culturais, a autarquia atua de forma inconstitucional.</p> Giselle Ribeiro de Oliveira Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Espeleologia - RBEsp https://revistaeletronica.icmbio.gov.br/rebe/article/view/2596 Tue, 30 Apr 2024 00:00:00 -0300 VULNERABILIDADE INTRÍNSECA E HIDRODINÂMICA DO SISTEMA CÁRSTICO DA GRUTA ÉDEN, PAINS – MG https://revistaeletronica.icmbio.gov.br/rebe/article/view/2597 <p>Os aquíferos cársticos são naturalmente mais vulneráveis à contaminação do que os demais tipos de aquífero, além de serem constituídos por complexas redes de condutos e sistemas de cavernas, cujo fluxo subterrâneo pode ser turbulento, onde as águas superficial e meteórica podem ser rapidamente transferidas para a zona freática. Essas características heterogêneas e anisotrópicas resultam em dificuldades na determinação da rede cárstica e direções de fluxo, sendo necessário associar métodos específicos de hidrogeologia cárstica. Este artigo busca mapear as zonas de vulnerabilidade intrínseca do sistema cárstico da Gruta Éden (maior caverna da região) da bacia do rio São Miguel, MG, além de compreender suas variações espacial e sazonal dos parâmetros de fluxo (velocidade média e dispersão longitudinal), e seus mecanismos de recarga e descarga. Assim, foi adaptado o método EPIK para mapear as zonas de vulnerabilidade do sistema associando com testes de traçadores (fluoresceína sódica) durante as estações seca e chuvosa, e analisadas as curvas de restituição dos traçadores para obter os parâmetros de fluxo. Os resultados mostram que o fluxo é controlado por dobras formando janelas cársticas e por fraturas/falhas subverticais com direções NW-SE e N-S. A recarga demonstrou ser difusa em locais com maiores espessuras de solos e concentrada em dolinas, sumidouros e maciços rochosos; as zonas de descargas estão próximas às margens do rio São Miguel, que é o nível de base local. As curvas de restituição dos traçadores mostraram que este sistema é sensível às variações sazonais e apontaram a existência de heterogeneidades, que controlam a variação dos parâmetros de fluxo. As zonas de maiores vulnerabilidades estão relacionadas às áreas sem cobertura protetora com recarga concentrada (autogênica) e às maiores velocidades de fluxo. A associação de diferentes técnicas mostrou-se eficaz para entender o comportamento hidrodinâmico e sua relação com a vulnerabilidade do sistema cárstico.</p> Pedro Henrique da Silva Assunção, Paulo Henrique Ferreira Galvão, Thiago Nogueira Lucon, Peter Marshall Fleming, Bruno Doi, Tássia Marques Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Espeleologia - RBEsp https://revistaeletronica.icmbio.gov.br/rebe/article/view/2597 Tue, 30 Apr 2024 00:00:00 -0300 VIESES NO CONHECIMENTO DA DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DE CAVERNAS DO BRASIL https://revistaeletronica.icmbio.gov.br/rebe/article/view/2599 <p>Muitas cavernas ainda não foram descobertas e/ou mapeadas no Brasil. Diversos fatores socioeconômicos e de acessibilidade podem ser responsáveis por enviesar o conhecimento da distribuição geográfica das cavernas brasileiras. Aqui, usando técnicas de modelagem bayesiana, nós predizemos que o conhecimento sobre a distribuição geográfica de cavernas do Brasil é fortemente enviesado para locais próximos de centros urbanos e das atividades de mineração, ou seja, conhece- se mais cavernas próximas a ambientes de mineração e/ou de locais mais acessíveis do que longe destes. Nossos modelos foram construídos associando os dados de ocorrência conhecidas de cavernas digitalmente acessíveis no Cadastro Nacional de Informações Espeleológicas (CANIE), com diferentes variáveis de acessibilidade e infraestrutura. Nossas descobertas sugerem que as regiões com maior ocorrência de cavernas conhecidas se concentram principalmente dentro dos Estados de Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Pará e Piauí, enquanto<br />alguns estados brasileiros, como Amazonas, Roraima, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e Maranhão ainda são sub explorados, ou seja, apresentam grandes lacunas e alto potencial para descobertas de novas cavernas. Concluímos que a exploração econômica tem gerado um conhecimento enviesado acerca da distribuição de cavernas, o que pode estar ligado aos embates históricos entre nossa legislação de exploração vs. conservação, tornando- se imprescindível que novas políticas sobre a conservação do patrimônio espeleológico brasileiro considerem toda a paisagem espeleológica, seus vieses (locais mais bem estudados), lacunas Racovittzanas (locais menos estudados ou possivelmente negligenciados), e os processos socioeconômicos que implicam nestes.</p> Rodrigo Antônio Castro-Souza, Nicolas Silva Bosco, Thadeu Sobral-Souza Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Espeleologia - RBEsp https://revistaeletronica.icmbio.gov.br/rebe/article/view/2599 Tue, 30 Apr 2024 00:00:00 -0300 UMA PROPOSTA DE CLASSIFICAÇÃO DA RELEVÂNCIA DE CAVERNAS NO BRASIL, COM ÊNFASE EM MORCEGOS https://revistaeletronica.icmbio.gov.br/rebe/article/view/2600 <p>Ambientes subterrâneos estão entre os ecossistemas mais vulneráveis do planeta. No Brasil, a situação não é diferente e esses ambientes frequentemente se sobrepõem com áreas que experimentam forte pressão antrópica. Até 2008, a legislação brasileira determinava a necessidade de preservação e conservação integral das cavidades naturais e seu entorno como parte do patrimônio espeleológico nacional. Entretanto, os Decretos 6.640/08 e 10.935/22 alteraram esta condição, determinando que cavidades naturais localizadas em áreas de interesse para o desenvolvimento de empreendimentos passem por uma classificação quanto ao seu grau de relevância, enquadrando-as em “máxima, alta, média ou baixa” relevância. Ao menos dez atributos envolvem diretamente o grupo dos morcegos para classificação. Entretanto, de forma geral, tais atributos podem não ser considerados satisfatórios do ponto de vista dos morcegos e carecem de revisão. Assim, tendo como base experiências internacionais de métodos utilizados para priorização de cavernas, uma proposta de protocolo para classificação de relevância de cavernas no Brasil, com foco em morcegos, foi desenvolvida. A versão final do protocolo compreende três classes de proteção e considera os seguintes atributos: 1) Proteção Integral, para a presença de espécies ameaçadas, hot caves, e cavernas com abundância altamente excepcionais; 2) Proteção restritiva, para a presença de colônias maternidade e táxons novos; e 3) Proteção baseada em relevância, para a presença de espécies raras e riqueza de espécies. Atributos de proteção integral classificam automaticamente a caverna como de máxima relevância, atributos de proteção restritiva já seriam suficientes para classificarem as cavernas como de alta relevância, e atributos baseados em relevância são avaliados em conjuntos com demais atributos para classificar a caverna entre baixa, média ou alta relevância. Com essa proposta, esperamos contribuir para o aperfeiçoamento do processo de classificação de relevância de cavidade naturais subterrâneas praticado atualmente no licenciamento ambiental brasileiro.</p> Jennifer de Sousa Barros, Enrico Bernard Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Espeleologia - RBEsp https://revistaeletronica.icmbio.gov.br/rebe/article/view/2600 Tue, 30 Apr 2024 00:00:00 -0300 CONEXÃO HÍDRICA ENTRE AS CAVERNAS QUARTZÍTICAS BROMÉLIAS e MARTIMIANO II, NA SERRA DE IBITIPOCA, MG https://revistaeletronica.icmbio.gov.br/rebe/article/view/2601 <p>Definir sistemas de cavernas e fluxos hídricos subterrâneos quando a passagem humana é impossibilitada faz-se necessário o uso de técnicas específicas como hidroquímica e a aplicação de corantes traçadores fluorescentes, que são metodologias amplamente usadas em ambientes cársticos. O Parque Estadual do Ibitipoca (PEIB) está em um distrito espeleológico com elevado número de cavidades em rochas siliciclásticas cadastradas em uma área relativamente pequena (1.488 ha), a maior densidade de cavernas em rochas siliciclásticas de grande porte do Brasil. Sendo assim, este trabalho busca determinar a possível conexão hídrica das drenagens das duas maiores cavernas do PEIB, a Gruta Martimiano II (a maior caverna em quartzito do país) e a Gruta das Bromélias, por meio da análise hidrogeoquímica e da técnica de traçadores fluorescentes, consequentemente definindo o provável maior sistema quartzítico do Brasil, com aproximadamente 7,5 km de condutos subterrâneos.</p> Gabriel Lourenço Carvalho de Oliveira, Pedro Henrique da Silva Assunção, Paulo Eduardo Santos Lima, Tiago Vilaça Bastos, Isaac Daniel Rudnitzki Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Espeleologia - RBEsp https://revistaeletronica.icmbio.gov.br/rebe/article/view/2601 Tue, 30 Apr 2024 00:00:00 -0300 MAPA DO TESOURO: RIQUEZA DE ESPÉCIES DE Penicillium NA CAVERNA LAPA DO BOQUEIRÃO DO CERRADO GOIANO https://revistaeletronica.icmbio.gov.br/rebe/article/view/2602 <p>Fungos desempenham um papel ecológico importante nas cavernas, apesar de ainda serem um tesouro que precisa ser explorado no Brasil. Estudos micológicos em cavernas brasileiras têm revelado uma riqueza de fungos surpreendente e ainda desconhecida. O presente estudo teve como objetivo relatar a riqueza de espécies de <em>Penicillium</em> em caverna do Cerrado, Brasil. Fungos foram isolados do ar e do sedimento de oito pontos da caverna e identificados com base em características morfológicas e de sequências de ITS do rDNA. No total, foram contabilizadas 890 colônias (UFC), sendo 178 (100 = ar e 78 = sedimento) identificadas como <em>Penicillium</em>. Associando as duas ferramentas de identificação, isolados representativos foram identificados em 12 espécies pertencentes a cinco seções (Brevicompacta, Citrina, Lanata-Divaricata, Exilicaulis e Ramosum), sendo a seção Citrina a que apresentou o maior número de espécies (seis), com destaque para <em>P. sumatraense</em> com a maior abundância (ar = 25 e sedimento = 15). Para o nosso conhecimento, seis (50%) espécies estão sendo relatadas pela primeira vez em ambiente cavernícola, sendo a maioria (quatro) da seção Citrina. O relato da riqueza de espécies de <em>Penicillium</em> está entre as “primeiras pistas do mapa do tesouro” escondidas em cavernas brasileiras. O nosso estudo é um exemplo do grande número de espécies de fungos que são encontradas nas cavernas, sugerindo que estudos micológicos do ambiente cavernícola são importantes para inclusão de dados fúngicos no plano de manejo de cavernas com potencial turístico no Brasil.</p> Pedro Henrique Félix de Oliveira, Renato Felipe Ferreira Franco, Pedro Thiago Santos Nogueira, Renata Santos Momoli, Cristina Maria de Souza Motta, Jadson Diogo Pereira Bezerra Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Espeleologia - RBEsp https://revistaeletronica.icmbio.gov.br/rebe/article/view/2602 Tue, 30 Apr 2024 00:00:00 -0300