Distribuição espaço-temporal de crustáceos decápodes meroplanctônicos, com ênfase nas larvas do caranguejo-uçá, na baía de Guanabara, Rio de Janeiro

Autores

  • Eduardo Vianna de Almeida 1. Centro Universitário Augusto Motta 2. Faculdades Integradas Maria Thereza
  • Janaina Oliveira dos Santos ONG Guardiões do Mar
  • Giselle Azevedo da Silva ONG Guardiões do Mar
  • Rodrigo Gaião Brault de Miranda ONG Guardiões do Mar

DOI:

https://doi.org/10.37002/revistacepsul.vol6.651e2017001

Palavras-chave:

Zooplâncton, Meroplâncton, Decapoda, Larvas, Ucides cordatus, Sudeste do Brasil

Resumo

Com o objetivo de caracterizar a assembleia de crustáceos decápodes planctônicos da baía de Guanabara, foram feitas amostragens de zooplâncton em sete campanhas, de dezembro de 2012 a janeiro de 2014, principalmente nos meses de verão - período de desova do caranguejo-uçá, Ucides cordatus. Ao todo, foram analisadas 105 amostras, provenientes de cinco pontos do eixo norte-sul da baía. As amostragens foram feitas na margem leste, da APA de Guapimirim à saída da baía. Foram identificados 51 táxons zooplanctônicos, sendo 30 de crustáceos decápodes. No holoplâncton, Copepoda e Cladocera apresentaram as maiores densidades populacionais. Os decápodes foram encontrados em todas as amostras, sendo a maioria na fase larval, especialmente zoés. Dentre eles, observou-se predomínio de braquiúros (caranguejos e siris), especialmente larvas zoé I-II de Uca spp., Ucides cordatus, Eurytium limosum, Neohelice granulata e Pachygrapsus transversus e das Famílias Portunidae e Sesarminae. A diversidade média de decápodes foi baixa, sendo de 0,78 ± 0,34 bits.org-1. Foram encontradas larvas e pós-larvas do caranguejo-uçá, em todos os estádios de desenvolvimento, sendo o período de ocorrência coerente com o previsto. As maiores densidades larvais dessa espécie foram observadas em dezembro, na região intermediária da baía, com máximo de 106,9 org.m-3 (zoés l-ll). Apesar da degradação ambiental histórica, a riqueza de crustáceos decápodes observada na baía, apontou enorme potencial ecológico, especialmente como berçário e habitat. Contudo, comparando-se com ecossistemas mais conservados, densidades populacionais das larvas do caranguejo-uçá foram baixas, apontando a necessidade de maior conservação dos manguezais e das populações adultas.

Biografia do Autor

Eduardo Vianna de Almeida, 1. Centro Universitário Augusto Motta 2. Faculdades Integradas Maria Thereza

Possui graduação em Ciências Biológicas (Bacharelado em Biologia Marinha) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2001), mestrado em Ciências Biológicas (Zoologia) pelo Museu Nacional (MN-UFRJ) (2004) e doutorado em Geociências - Geoquímica Ambiental pela Universidade Federal Fluminense (2015). Tem experiência na área de zoologia, biologia marinha e contaminação ambiental, com ênfase em taxonomia, distribuição, desenvolvimento e comportamento de larvas de crustáceos decápodes; composição e distribuição do zooplâncton da costa leste brasileira; métodos e técnicas de coletas em ambientes marinhos e oceânicos; monitoramento ambiental com ênfase em zooplâncton; e contaminação por elementos-traço em caranguejos, incluindo suas larvas e ovos. Atua desde 2006 no Centro Universitário Augusto Motta e nas Faculdades Integradas Maria Thereza, como professor assistente, tanto na graduação como na pós-graduação.

Janaina Oliveira dos Santos, ONG Guardiões do Mar

Licenciada e Bacharel em Ciências Biológicas pelas Faculdades Integradas Maria Thereza. Mestranda do Programa de Pós-graduação em Biologia Marinha e Ambientes Costeiros da Universidade Federal Fluminense. Possui experiência em manutenção de coleções zoológicas, tratamento e triagem de amostras zooplânctônicas marinhas e estuarinas e plâncton de Fitotelmas bromelícolas. Atua como Bióloga na ONG Guardiões do Mar, onde realiza captura e biometria de Ucides cordatus nos manguezais da APA de Guapimirim.

Giselle Azevedo da Silva, ONG Guardiões do Mar

Possui graduação em Bacharel em Biologia Marinha e Licenciatura em Ciências Biológicas pela Faculdades Integradas Maria Thereza (FAMATh) - RJ. Tem experiência em estudo do zooplâncton e a fase adulta do caranguejo Ucides cordatus em ecossistemas de manguezal.

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Publicado

07/01/2017

Edição

Seção

Artigo