A pesca com rede de emalhe fixo na zona de arrebentação no sul do Brasil: subsídios para a gestão de pescarias de beira de praia

Autores

  • Maurício Lang dos Santos Laboratório de Ictiologia, Instituto de Oceanografia, Universidade Federal do Rio Grande, Avenida Itália, km 8, Campus Carreiros, CEP 96201-900, Rio Grande, RS, Brasil
  • Valéria Marques Lemos Laboratório de Ictiologia, Instituto de Oceanografia, Universidade Federal do Rio Grande, Avenida Itália, km 8, Campus Carreiros, CEP 96201-900, Rio Grande, RS, Brasil
  • João Paes Vieira Laboratório de Ictiologia, Instituto de Oceanografia, Universidade Federal do Rio Grande, Avenida Itália, km 8, Campus Carreiros, CEP 96201-900, Rio Grande, RS, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.37002/revistacepsul.vol13.2506e2024003

Palavras-chave:

pesca artesanal, tresmalhe, zona de arrebentação, pesca de cabo, pesca de calão

Resumo

A pesca de emalhe fixo na zona de arrebentação (PEF-ZA) de praias arenosas é uma modalidade artesanal que ocorre ao longo de toda região costeira do Rio Grande do Sul (RS). Descrevemos quali-quantitativamente a PEF-ZA no litoral sul do RS, ao longo de 23 km da Praia do Cassino (município de Rio Grande). Foram entrevistados um total de 24 pescadores, utilizando-se de um questionário semiestruturado obtendo informações sobre os petrechos de pesca, as formas de operações e o perfil socioeconômico dos pescadores. As redes de tresmalhe ("feiticeiras") atuando em profundidades de até 2 m, com comprimento variando entre 20 a 50 m, foram predominantes. Distintas formas de fixação das redes refletem diferentes dimensões dos petrechos e de dinâmica de pesca. Foram observadas três modalidades de PEF-ZA: pesca de cabo, pesca mista e pesca de calão. A operação de pesca das três modalidades é dependente de condições meteorológicas e oceanográficas favoráveis. Foram observadas quatro áreas de concentração de pesca, associadas a áreas de menor atividade antrópica na região. O perfil socioeconômico dos pescadores é de baixa renda e reduzida escolaridade. A PEF-ZA é uma atividade realizada de maneira informal, sendo que a maioria dos pescadores tem a pesca como fonte complementar de renda e de proteína para a alimentação. A falta de regulamentação da PEF-ZA no RS ocasiona diversos problemas que impossibilitam o desenvolvimento sustentável desta atividade, agravando conflitos existentes e impedindo a gestão adequada dos recursos pesqueiros explorados na zona de arrebentação.

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2024-02-05

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Artigo