Inflamabilidade de espécies ornamentais urbanas para uso em cortinas de segurança

Autores/as

  • Fernanda Moura Fonseca Lucas Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba, Brasil
  • Bruna Kovalsyki Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba, Brasil
  • Rudolfo de Cerqueira Jacobs Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba, Brasil
  • Alexandre França Tetto Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba, Brasil
  • Antonio Carlos Batista Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v9i1.1029

Palabras clave:

Proteção florestal, incêndios florestais, barreiras verdes

Resumen

Incêndios florestais promovem perturbações nos ecossistemas, sendo que uma das medidas preventivas adotadas para reduzir os seus efeitos são as cortinas de segurança. Esta medida consiste em plantios ao longo de faixas e em diferentes estratos com espécies de baixa inflamabilidade, que atuam como uma barreira física reduzindo ou evitando a passagem do fogo. A caracterização de espécies que possam vir a compor estas cortinas são estudos básicos e essenciais para adequação de medidas preventivas, capazes de atender outros setores como o paisagístico. Diante disto, este trabalho teve como objetivo avaliar a inflamabilidade de duas espécies ornamentais urbanas: Eugenia uniflora L. e Persea gratissima Gaertner F. para utilização em cortinas de segurança. O experimento foi conduzido no Laboratório de Proteção Florestal da Universidade Federal do Paraná. A inflamabilidade foi testada a partir da queima controlada em um epirradiador, com temperatura variando de 320 a 390 °C, na qual se utilizou 1 g de material vegetal fino maduro recém coletado (< 0,7 cm de diâmetro). Foram realizadas 50 repetições por espécie, sendo determinado: tempo de ignição, duração da combustão, altura de chama e frequência de ignição. A partir da média dessas variáveis obteve-se o valor da inflamabilidade e da intensidade para as duas espécies. Além disso, foi determinada a massa verde de uma fração do material vegetal e, após permanecer na estufa por 48 horas a 75 °C, a massa seca, para estimativa do teor de umidade. Conforme os testes realizados, foi constatado que E. uniflora apresentou a maior frequência de ignição (37) em relação a P. gratissima (28). Isto pode estar correlacionado com um menor teor de umidade encontrado no material combustível da primeira espécie (87,10%) em relação à segunda (150,91%). Ambas apresentaram elevada intensidade de combustão, com comprimento médio da chama superior a 12 cm. No entanto, com base na frequência e no tempo para entrar em ignição (média de 28 segundos para E. uniflora e 35,4 segundos para P. gratissima), as duas foram consideradas fracamente inflamáveis, apresentando assim, além da qualidade ornamental um potencial para utilização em cortinas de segurança na prevenção de incêndios.

Biografía del autor/a

Fernanda Moura Fonseca Lucas, Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba, Brasil

Engenheira Florestal pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e Técnica em Controle Ambiental pelo Instituto Federal de Ciências, Educação e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN). Atualmente é mestranda pelo programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal da Universidade Federal do Paraná (UFPR), na área de Conservação da Natureza. Possui experiência com Educação Ambiental e desenvolveu pesquisas relacionadas a fenologia de espécies florestais, recuperação de áreas degradadas e modelagem de nicho ecológico.

Bruna Kovalsyki, Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba, Brasil

Mestre em Engenharia Florestal pela Universidade Federal do Paraná. Atualmente é doutoranda no Programa de Pós-graduação em Engenharia Florestal pela Universidade Federal do Paraná na área de Conservação da Natureza, com ênfase em Incêndios Florestais. (Texto informado pelo autor)

Alexandre França Tetto, Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba, Brasil

Graduado em engenharia florestal pela Universidade Federal do Paraná em 1997. É especialista em prevenção e combate a incêndios florestais, mestre e doutor em conservação da natureza. Iniciou no processo de ensino - aprendizagem como instrutor de mergulho, em 1992, credenciado pela Confederation Mondiale des Activites Subaquatiques. Desde então, atuou como professor do ensino médio, pós-médio, curso pré-vestibular e ensino superior. Foi agente profissional da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Estado do Paraná, supervisor do SENAR-PR e consultor, tendo elaborado projetos e laudos para o Governo do Estado do Paraná, INCRA, IICA, poder judiciário e empresas privadas. Atuou como Coordenador do Curso de Graduação em Engenharia Florestal no período de 2012 a 2014 e como Diretor Financeiro da FUPEF (Fundação de Pesquisas Florestais do Paraná) de 2014 a 2016. Atualmente é e Professor Adjunto do curso de Engenharia Florestal da UFPR nas disciplinas de incêndios florestais, meteorologia e climatologia florestal e manejo de áreas silvestres para a graduação; e ecologia do fogo, microclimatologia florestal e manejo de áreas naturais protegidas para a pós-graduação. Atua em pesquisas com ênfase na prevenção de incêndios florestais, microclimatologia e gestão de unidades de conservação.

Antonio Carlos Batista, Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba, Brasil

Possui graduação (1979), mestrado (1984) e doutorado em Engenharia Florestal pela Universidade Federal do Paraná (1995). Atualmente é professor titular da Universidade Federal do Paraná. Tem experiência na área de Recursos Florestais e Engenharia Florestal, com ênfase em Proteção Florestal e Meteorologia e Climatologia florestal, atuando principalmente nos seguintes temas: prevenção e combate a incêndios florestais, comportamento do fogo, efeitos do fogo, queimas controladas, microclima, clima urbano e interface urbano-rural (WUI). É professor orientador do programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal da Universidade Federal do Paraná e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais da Universidade Federal de Tocantins. É um dos líderes do grupo de Pesquisa Ecologia, Controle e uso do fogo do CNPq. Foi consultor internacional da FAO e da agência GIZ para projetos sobre Controle de Incêndios Florestais em Cuba (FAO, 2000) Guatemala (FAO, 2004), e Moçambique (GIZ, 2006). u mais de 120 artigos científicos em periódicos nacionais e internacionais, 200 trabalhos em congressos nacionais e internacionais. É co-autor de 10 livros e 17 capítulos de livros. Foi coordenador do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal da Universidade Federal do Paraná no período de julho de 2011 a junho 2015. Desde abril de 2016 é editor chefe da Revista Floresta. https://orcid.org/0000-0001-5929-3838 Research ID 03378-2018

Publicado

2019-05-15

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