Conhecimento ecológico local (CEL) na avaliação do estado de conservação de espécies de interesse socioeconômico
integrando saberes na gestão do REVIS Ilha dos Lobos
DOI:
https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v10i3.1639Palavras-chave:
Conhecimento ecológico local, avaliação do estado de conservação de espécies, gestão participativa de unidades de conservação, risco de extinçãoResumo
A avaliação do estado de conservação de espécies da fauna brasileira, atribuição do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), tem representado um esforço imenso e qualificado, agregando centenas de pesquisadores de diferentes instituições. Entretanto, neste processo, ainda é um desafio o envolvimento do conhecimento ecológico local (CEL) de usuários das espécies, o que tende a possibilitar tanto um arcabouço maior de informações para a avaliação quanto a ampliação da articulação social e institucional para a conservação. Essas possibilidades também são almejadas para a gestão participativa de unidades de conservação (UCs), visando maior eficiência e eficácia de suas metas em suas regiões de influência. Neste trabalho, relata-se a aplicação de uma metodologia que pode ser útil nestes dois escopos - no processo de avaliação do estado de conservação de espécies da fauna e na gestão de UCs. A partir da identificação, por pescadores artesanais, de 68 espécies aquáticas (entre teleósteos, elasmobrânquios e crustáceos) que ocorrem na região do Refúgio de Vida Silvestre (REVIS) Ilha dos Lobos/RS, foram selecionadas espécies consideradas importantes para a pesca nos ambientes de estuários/lagoas e oceânico (diferenciando-se os ambientes entre a UC e a costa, e em mar aberto). Sobre essas espécies, foram caracterizadas, de acordo com o CEL, a tendência populacional e as principais ameaças. 

Referências
Begossi, A. ; Salivonchyk, S.; Hallwass, G.; Hanazaki, N.; Lopes, P. F. M. ; Silvano, R. A. M. . Threatened fish and fishers along the Brazilian Atlantic Forest Coast. AMBIO , v. 46, p. 907-914, 2017.
Brasil. 1998. Decreto nº 2.519, de 16 de março de 1998. Promulga a Convenção sobre Diversidade Biológica, assinada no Rio de Janeiro, em 05 de junho de 1992. Presidência da República Federativa do Brasil.
Brasil. 2000. Lei 9.985 de 18 de julho de 2000. Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). Presidência da República Federativa do Brasil.
Brasil. 2002. Decreto nº 4340, de 22 de agosto de 2002. Regulamenta artigos da Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000. Presidência da República Federativa do Brasil.
Brose, M. (org). 2001. Metodologia participativa: uma introdução a 29 instrumentos. Porto Alegre: Tomo Editorial. 312 p.
Diegues, A. C. (org.). 2000. Etnoconservação: novos rumos para a proteção da natureza nos trópicos. 2ª edição - São Paulo: NUPAUB-USP: Hucitec: Annablume.
Fernandes de Souza, E. C.; Brant, A.; Rangel, C.A.; Barbosa, L.E.; Carvalho, C.E.G. de; Jorge, R.S.P.; Subirá, R.J. Avaliação do risco de extinção da fauna brasileira: ponto de partida para a conservação da biodiversidade. Diversidade e Gestão 2(2): 62-75, 2018.
Geilfus, F. 2002. 80 herramientas para el desarrollo participativo: diagnóstico, planificación, monitoreo, evaluación / Frans Geifus - San José. C.R.: IICA.
Hanazaki, N.; Berkes, F.; Seixas, C. S.; Peroni, N. 2013. Livelihood Diversity, Food Security and Resilience among the Caiçara of Coastal Brazil. Human Ecology , v. 41, p. 153-164.
ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). 2018. Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção: Volume I/1. ed. Brasília: ICMBio, 492 p. (impresso). Acompanha Pen Card contendo: v.2. Mamíferos - v.3. Aves - v.4. Répteis - v.5. Anfíbios - v.6. Peixes - v.7 Invertebrados.
ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). 2019. Painel dinâmico de informações. Brasilia: ICMBio, 2019. Documento não paginado. Disponível em: <http://qv.icmbio.gov.br/ QvAJAXZfc/opendoc2.htm?document=painel_corporativo_6476. qvw&host =Local&anonymous= true > Acesso em: 15 fev 2019.
Kellermann, A. 2018. Refúgio de Vida Silvestre da Ilha dos Lobos: formação e caracterização do seu conselho gestor. Dissertação. (Mestrado Profissional em Ambiente e Sustentabilidade) - Universidade Estadual do Rio Grande do Sul. São Francisco de Paula. Rio Grande do Sul, p. 92.
Minayo, M. C. de S. (Org). 1994. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis, RJ: Vozes, 80 p.
MMA (Ministério do Meio Ambiente). 2014. Portaria MMA nº 43 de 31 de janeiro de 2014. Dispõe sobre a instituição do Programa Nacional de Conservação das Espécies Ameaçadas de Extinção - Pró-Espécies. Disponível: http://www.mma.gov.br/ images/ arquivos/biodiversidade/projetos/ Portaria%20MMA%2043-2014.pdf.
Steenbock, W. & Medeiros, R.P. 2017. Manual de avaliação e monitoramento socioeconômico para a gestão de recifes de coral. Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, 274 p. Traduzido de Bunce, L., P. Townsley, R. Pomeroy and R. Pollnac, 2000. Global Coral Reef Monitoring Network, Australian Inst. Marine Science, Townsville, Australia, 251 p.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Biodiversidade Brasileira - BioBrasil
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Os artigos estão licenciados sob uma licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional (CC BY-NC-ND 4.0). O acesso é livre e gratuito para download e leitura, ou seja, é permitido copiar e redistribuir o material em qualquer mídia ou formato.