Estimativa do Tráfico de Aves Silvestres no Distrito Federal, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v11i1.1683Palavras-chave:
Animais silvestres, aves ameaçadas, biodiversidade, conservaçãoResumo
O Brasil possui uma das mais diversas avifaunas do mundo, entretanto bastante ameaçada. O bioma Cerrado não foge dessa realidade. Uma das principais ameaças à s aves brasileiras é o tráfico de animais silvestres. O objetivo deste estudo foi estimar o tráfico de aves silvestres no Distrito Federal. Os dados utilizados referem-se à s aves entregues, de 2013 a 2015, ao Centro de Triagem de Animais Silvestres do IBAMA da região. Registraram-se 7541 aves no total, 165 espécies e 22 ordens. Predominaram as ordens Passeriformes (67,7%) e Psittaciformes (19,5%), o mesmo observado em âmbito nacional. As espécies com maiores registros foram: Sicalis flaveola (1725), Sporophila nigricollis (713), Saltator similis (392), Brotogeri chiriri (382), Gnorimopsar chopi (340) e Amazona aestiva (311). Registrou-se 12 (7,2%) espécies em risco de extinção, destacando: Sporophila maximiliani (122), Crax fasciolata (41) e Penelope superciliaris (25), estas em perigo crítico. Somente três espécies endêmicas foram registradas, demonstrado a raridade dessas aves. O registro de espécies não restritas ao Cerrado e de outros biomas abastecendo o tráfico da região ressaltam a importância do Distrito Federal como rota do tráfico de animais silvestres no país, corroborando com estudos anteriores. As informações levantadas neste estudo geram estimativa que colabora para a disseminação de dados a respeito do tráfico de aves silvestres no Distrito Federal e mostra a triste e persistente problemática do tráfico de animais silvestres na região e no Brasil.
Referências
Araujo ACB, et al. Diagnóstico sobre a avifauna apreendida e entregue espontaneamente na região central do Rio Grande do Sul, Brasil. Revista Brasileira de Biociências, 8(3): 279-284, 2010.
Brasil. 1967. Lei n° 5.197, de 03 de janeiro de 1967. Diário Oficial da União. <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5197compilado.htm>. Acesso em: 02/12/2020.
Cavalcanti RB. Bird species richness and conservation in the cerrado region of central Brazil. Studies in Avian Biology, (19): 244-249, 1999.
Costa FJV, Ribeiro RE, Souza CA, Navarro RD. Espécies de Aves Traficadas no Brasil: Uma Meta-Análise com Ênfase nas Espécies Ameaçadas. Fronteiras: Journal of Social, Technological and Environmental Science, 7(2): 324-346, 2018.
Destro GFG, Pimentel TL, Sabaini RM, Borges RC, Barreto R. 2012. Efforts to Combat Wild Animals Trafficking in Brazil, p. 421-436. In: Lameed GA (org.). Biodiversity Enrichment in a Diverse World. IntechOpen. 508p.
Efe MA, et al. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Ornitologia para a destinação de aves silvestres provenientes do tráfico e cativeiro. Revista Brasileira de Ornitologia, 14(1): 67-72, 2006.
Franco MR, et al. Animais silvestres apreendidos no período de 2002 a 2007 na macrorregião de Montes Claros, Minas Gerais. Enciclopédia Biosfera, 8(14): 1007-1018, 2012.
Garcia FI, Marini MA. Estudo comparativo entre as listas global, nacional e estaduais de aves ameaçadas no Brasil. Natureza e Conservação, 4(2):, 24-49, 2006.
Gonçalves BP, Wasko AP. Genética da conservação aplicada ao tráfico ilegal de aves. Saúde, Ética e Justiça, 18: 79-83, 2013.
Hernandez TFE, Carvalho SM. O tráfico de animais silvestres no Estado do Paraná. Acta Scientiarum Human and Social Sciences, 28(2): 257-266, 2006.
ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). 2018. Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção: Volume III - Aves. In: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (org.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. ICMBio. 709p.
Lacava U, Rocha FM, Saracura V (orgs.). 1995. Tráfico de Animais Silvestres no Brasil: Um Diagnóstico Preliminar. Brasília: WWF (World Wide Fund for Nature) Brasil. 54 p.
Marini MA, Garcia FI. Conservação de aves no Brasil. Megadiversidade, 1(1): 95-102, 2005.
Mello, ER. 2016. Aves recebidas no Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) de Seropédica, Rio de Janeiro, 2008 a 2014: diagnóstico e análise. Dissertação (Mestrado em Ciências). Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. 77p.
Oliveira G, Barreto BS, Pinto MP, Filho JAFD, Blamires D. Padrões espaciais de diversidade da Família Emberizidae (Aves: Passeriformes) e seleção de áreas prioritárias para conservação no Cerrado. Lundiana: International Journal of Biodiversity, 8(2): 97-106, 2007.
Pagano ISA, et al. Aves depositadas no Centro de Triagem de Animais Silvestres do IBAMA na Paraíba: uma amostra do tráfico de aves silvestres no estado. Ornithologia, 3(2): 132-144, 2009.
Pereira GAM, Brito T. Diversidade de aves silvestres brasileiras comercializadas nas feiras livres da região metropolitana do Recife, Pernambuco. Atualidades Ornitológicas, (126): 14, 2005.
Piacentini VQ, et al. Lista comentada das aves do Brasil pelo Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos. Revista Brasileira de Ornithologia, 23(2): 91-298, 2015.
Prado LA. 2012. A perda da biodiversidade do cerrado goiano mediante o tráfico ilegal de fauna silvestre. In: Anais do III Congresso Brasileiro de Gestão Ambiental.
RENCTAS (Rede Nacional Contra o Tráfico de Animais Silvestres). 1º Relatório Nacional sobre o tráfico de fauna silvestre. <https://www.renctas.org.br/wp-content/uploads/2014/02/REL_RENCTAS_pt_final.pdf>. Acesso em: 02/12/20.
Rocha MSP, et al. Aspectos da comercialização ilegal de aves nas feiras livres de Campina Grande, Paraíba, Brasil. Revista de Biologia e Ciências da Terra, 6(2): 204-221, 2006.
Sick H. 1997. Ornitologia Brasileira: uma introdução. Edição revista e ampliada por José Fernando Pacheco. Editora Nova Fronteira S.A. 912p.
Silva JMC. Birds of the Cerrado Region, South America. Steenstrupia, 21: 69-92, 1995.
Silva JMC, Bates JM. Biogeographic patterns and conservation in South American cerrado: a tropical savana hotspot. BioScience, 52(3): 225-234, 2002.
Souza TO, Vilela DAR. Espécies ameaçadas de extinção vítimas do tráfico e criação ilegal de animais silvestres. Atualidades Ornitológicas: (176): 64, 2013.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Biodiversidade Brasileira - BioBrasil
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Os artigos estão licenciados sob uma licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional (CC BY-NC-ND 4.0). O acesso é livre e gratuito para download e leitura, ou seja, é permitido copiar e redistribuir o material em qualquer mídia ou formato.