Zoneamento do risco de incêndio florestal para o Parque Nacional de São Joaquim-SC
DOI:
https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v6i2.442Palavras-chave:
álgebra de mapas, área protegida, sistema de informações geográficasResumo
Os incêndios florestais são uma preocupação diária dos gestores de áreas protegidas como o Parque Nacional de São Joaquim (PNSJ). Situado no estado de Santa Catarina, protege a maior área contínua de floresta ombrófila mista (mata de araucárias) do Brasil, e também contempla áreas de campos de altitude e floresta ombrófila densa. O objetivo deste trabalho foi elaborar o zoneamento do risco de incêndio florestal integrando variáveis de influência, sendo estas: declividade do terreno, orientação das encostas, ventos predominantes, cobertura vegetal, carga de material combustível e interferência humana consolidada. Para análise e processamento das variáveis, utilizou-se um sistema de informações geográficas (SIG). A declividade e a orientação das encostas foram extraídas a partir do modelo digital do terreno. Os ventos predominantes foram identificados a partir da análise de registros meteorológicos mensais e suas relações com a precipitação, umidade relativa e temperatura média do ar. A cobertura vegetal foi obtida através de classificação supervisionada de imagens Rapid Eye. Estimou-se a carga de material combustível através de dados bibliográficos e também por modelos matemáticos. A interferência humana consolidada foi caracterizada pelos raios de influência (buffers) estimados para infraestrutura. A análise da declividade indicou que 7% da área está sob risco extremo. Quanto à orientação das encostas, observou-se que 32% da área total do PNSJ está sob risco extremo e risco muito alto, respectivamente com faces voltadas para as direções N e NW/W. Em relação aos ventos predominantes observou-se que 32% da área total sofre influência de ventos com características secas, indicando risco extremo. Considerando a cobertura vegetal, classificou-se 39% da área como riscos alto, muito alto e extremo. Para a carga de material combustível, menos de 1% da área apresentou risco alto. Quanto à presença humana na região, 8% da área mostrou-se sob algum tipo de influência (ex. rodovias, queimadas e áreas de moradia e lazer). Com esses resultados, produziu-se um zoneamento do risco de incêndio pela sobreposição dos mapas temáticos das variáveis concluindo-se que 39% da área está sob risco alto, e 7% sob risco extremo. A administração do PNSJ deve monitorar essas áreas críticas e propor medidas que evitem a ocorrência de incêndios.Referências
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