Monitoramento participativo de caça de subsistência da Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns (PA): caminhos para uma participação social efetiva
DOI:
https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v8i2.765Palavras-chave:
caça de subsistência, participação social, protocolo de monitoramentoResumo
A atividade de caça é uma das principais causas da perda de biodiversidade. Medidas de conservação que consigam alinhar a caça à preservação de espécies ao desenvolvimento local são fundamentais. Destaca-se o monitoramento participativo da biodiversidade. Neste artigo, descrevemos o processo de construção de um protocolo de monitoramento de caça na Reserva Extrativista (RESEX) Tapajós - Arapiuns, Amazônia brasileira, e a sua avaliação após um ano de implementação. A construção do protocolo foi baseada nas diretrizes criadas para o Programa Nacional de Monitoramento da Biodiversidade do ICMBio. Ao todo 136 pessoas participaram dos eventos de mobilização. Participantes dos eventos escolheram a caça como alvo a ser monitorado. O protocolo foi dividido em dois sub-protocolos ─ (I) avaliação do status das populações e (II) avaliação da pressão de caça sobre as populações. Dois cursos de capacitação de monitores foram realizados, 70 pessoas participaram sendo que 34 se tornaram monitores do projeto. Os sub-protocolos foram sendo implementados em nove comunidades longo de 2015, sendo que oito seguiram com a coletada de dados por mais de um ano. Em 2016, foram realizadas as primeiras oficinas de devolutivas e avaliações dos processos de monitoramento, com a participação de mais de 430 pessoas. Foi verificado que embora o monitoramento foi implementado com sucesso em oito comunidades, muitos comunitários apresentaram dúvidas sobre o processo participativo, não entendendo claramente a importância do programa. Verificamos que comunidades com um histórico maior de participação social atingiram maior sucesso e senso de pertencimento com o programa de monitoramento. Atualmente muitos programas de participação social são baseados em curtos períodos de projetos que não se alinham com a realidade local e tempo. O manejo de caça por comunidades locais pode permitir acessar o status populacional das espécies subsidiando ações de manejo participativa em Unidades de Conservação. No entanto, é que esses programas sejam parte de agendas de longo prazo. O Monitoramento Participativo da caça de RESEX Tapajós-Arapiuns é um importante ponto de partida. Embora enfrentamos algumas falhas, o modelo criado conseguiu ser incorporado por oito comunidades, com um grande potencial de avaliação e busca da sustentabilidade da caça na Amazônia
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