Caracterização do uso da fauna silvestre para subsistência em uma unidade de conservação no Oeste do Pará
DOI:
https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v8i2.796Palavras-chave:
Amazônia, caça, comunidades tradicionais, reserva extrativista, Tapajós-ArapiunsResumo
Na Amazônia, a caça é amplamente praticada pelas comunidades tradicionais, constituindo uma das poucas fontes proteicas e de gordura animal disponíveis. Da mesma forma, essa é uma das atividades extrativistas mais importantes para as comunidades locais da Reserva Extrativista (RESEX) Tapajós-Arapiuns. Este estudo objetivou compreender e descrever o uso da fauna nessa unidade de conservação, localizada no oeste do Pará. Trata-se do primeiro produto dos dados do Projeto de Monitoramento da Caça de Subsistência na RESEX Tapajós-Arapiuns. Pelo menos 25 espécies de animais foram alvo da caça nas oito comunidades monitoradas. A caça de subsistência monitorada na RESEX Tapajós-Arapiuns seguiu o principal padrão descrito para a Amazônia, no qual mamíferos de médio e grande porte são os mais abatidos, como os ungulados dos gêneros Mazama, Tayassu e Pecari, roedores cavimorfos (Dasyprocta spp. e Cuniculus paca) e os Dasipodídeos. Répteis e aves também tiveram participação importante no abate, sendo os primeiros representados, sobretudo, pelos quelônios terrestres (Chelonoidis spp.), e as aves pelas espécies das famílias Cracídae, Psittacidae e Tinamídae. No ano de estudo, registramos 881 eventos de caça realizados, sendo 691 deles bem-sucedidos. Foram abatidos 1.203 animais, com uma média de 1,74 indivíduos por evento de caça - aproximadamente 10.600kg de biomassa abatida. Os eventos de caça ocorreram, em sua maioria, com o uso de armas de fogo, e o deslocamento dos caçadores foi feito principalmente a pé, em busca ativa de espécies de interesse pelo interior da floresta. Mesmo que proibida, a caça com auxílio de cachorros ainda ocorre na área dessa unidade de conservação.
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