Garantia de segurança aos indígenas e à biodiversidade do parque nacional do Xingu em práticas de uso do fogo

Autores/as

  • Lourivan Tavares Aliança da Terra, Goiânia, Goiás, Brasil
  • Rildo Alves Aliança da Terra, Goiânia, Goiás, Brasil
  • Edimar Abreu Aliança da Terra, Goiânia, Goiás, Brasil
  • Bruno Adorno Aliança da Terra, Goiânia, Goiás, Brasil
  • Lilian Costa Scheepers Aliança da Terra, Goiânia, Goiás, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v9i1.1054

Palabras clave:

Terras indígenas, Incêndio florestal, queima controlada

Resumen

A Aliança da Terra constituiu, em 2009, a Brigada de Incêndio Aliança (Brigada) com o apoio e mentoria da equipe elite dos Smokejumpers do Serviço Florestal dos Estados Unidos (USFS), para atuar em áreas governamentais protegidas e/ou propriedades rurais privadas. O Parque Indígena do Xingu, no noroeste do estado de Mato Grosso e com aproximadamente 2.642.000 ha em uma área de transição do bioma Amazônia, é uma das áreas de atuação da Brigada. Em 2014, a Brigada, em parceria com a FUNAI, USFS e CdBM/MT, treinou e equipou 40 índios de 09 aldeias do Alto Xingu para atuarem no combate a incêndios florestais dentro de suas terras. Desde 2016, dois brigadistas da Brigada têm sido alocados anualmente na aldeia Kamayurá para liderar uma média de 14 brigadistas indígenas treinados e capacitados em ações de prevenção, controle e combate direto a focos de incêndios florestais em áreas de 04 etnias diferentes. Antes dessa parceria, haviam muitos incêndios descontrolados, que eram causados pelos próprios indígenas que não dominavam nenhuma técnica relacionada à construção de aceiros no entorno de pequenas roças. Sob a supervisão e orientação da Brigada, a brigada indígena tem feito aceiros manuais no entorno das roças de sete aldeias e, na sequência, realizam a queima controlada das mesmas. Essa parceria tem garantido a prevenção contra incêndio em mais de 20 operações de queima de roça a cada ano, além do controle de incêndios florestais em outras áreas, quando detectados. Em 2018, dentro de 36.000 hectares supervisionados pela Brigada no Alto Xingu, foi detectado impacto pelo fogo de apenas 225 hectares 0,6%. Além disso, dados do INPE mostram que de 2016 para 2018 houve uma redução de 77% de focos de calor dentro do polígono onde a Brigada tem atuado. Assim, confirma-se que o emprego do fogo, em área florestal no Bioma Amazônia, pode ser danoso e descontrolado se realizado sem conhecimento de técnicas preventivas. Desta forma, é imprescindível garantir que, mesmo as comunidades tradicionais, quando autorizadas a empregar a queima para atividades da sua cultura, recebam capacitação e suporte sobre as melhores práticas de manejo do fogo.

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Biografía del autor/a

Lourivan Tavares, Aliança da Terra, Goiânia, Goiás, Brasil

Nascido em Canabrava do Norte, estado de Mato Grosso. Entrou para a Brigada Aliança da Terra em 2012. Encontrou no trabalho como brigadista uma de suas motivações de vida, que é proteger as florestas naturais para que sejam conhecidas no futuro por filhos e netos. Mais recentemente é um dos encarregados para liderar os indígenas do Xingu nas ações de prevenção para garantir que a queima de roça seja feita sem riscos de segurança para o ecossistema.

Rildo Alves, Aliança da Terra, Goiânia, Goiás, Brasil

Natural de São Félix do Araguaia, MT. Desde que passou a fazer parte da Brigada Aliança, em 2014, tem tido a oportunidade de conhecer culturas que jamais imaginou conhecer. É um dos principais responsáveis da Brigada Aliança pelas ações de prevenção e combate dentro do Parque Nacional do Xingu junto à comunidade Kamayurá.

Edimar Abreu, Aliança da Terra, Goiânia, Goiás, Brasil

Natural da região de São Félix do Araguaia. Lidera a Brigada Aliança desde sua fundação em 2009. Tem participação ativa na comunicação com parceiros e na replicação de conhecimento e necessidade de se proteger a biodiversidade brasileira. Tem recebido formação complementar contínua em assuntos de prevenção e combate a incêndios florestais, como: operações táticas de chão, resgate em grandes ângulos, liderança no combate a incêndios florestais, manejo florestal.

Bruno Adorno, Aliança da Terra, Goiânia, Goiás, Brasil

Engenheiro Florestal, formado pela UFG, possui vasta experiência em geoprocessamento e sensoriamento remoto, atuando como Analista de Projetos da Aliança da Terra desde 2015. Responsável pela elaboração de propostas, monitoramento de indicadores de progresso e reporting para os vários parceiros financiadores da organização.

Lilian Costa Scheepers, Aliança da Terra, Goiânia, Goiás, Brasil

Profissional com mais de vinte anos de experiência nas áreas de planejamento estratégico e financeiro, desenvolvimento social e gestão de projetos. Desde 2013 tem liderado a área de Gestão de Projetos da Aliança da Terra, sedo responsável pela criação de novos projetos, preparação de propostas, monitoramento e reporting junto a diversos parceiros internacionais. Também tem participação ativa no planejamento estratégico da organização junto a diretoria.

Citas



Publicado

2019-05-15

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