A piromania dos povos modernos exige a criação de uma política de manejo do fogo no Brasil?

Autores

  • Thalline Rodrigues da Silva Universidade Federal de GóiasSecretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás (SEMAD)

DOI:

https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v9i1.1263

Palavras-chave:

Manejo, comunidades tradicionais, gestão

Resumo

Este estudo tem como objetivo abordar a importância da necessidade de legalização de políticas que visem o uso manejado de fogo em comunidades tradicionais. É preciso deixar logo claro que, quando se fala no uso do fogo, não se refere a queimadas indiscriminadas, mas a um método de manejo criteriosamente estabelecido, com zoneamento da área total e cronograma de queima, em sistema de rodízio, desta forma garantindo a reposição da vegetação e assegurando rotas de fuga e habitats para os animais. Entretanto a questão do fogo permeia toda uma aculturação temporal, sobre a qual é importante entender a estrutura organizacional das comunidades como um todo e a relação entre o indivíduo e a terra, a qual envolve a cultura e tradição de acordo com seu tempo, sua região e seus conhecimentos. Essas visões de mundo constroem significados e relacionamentos, ajudando a definir o bom senso e o conhecimento legítimo, influenciando no comportamento e prática das pessoas com os recursos e meio estimulando a sua valorização ou não. Exemplos dessas relações homem- recurso- natureza são as comunidades como as quebradeiras de coco babaçu que se localizam na cidade de Babaçulândia no norte do Estado do Tocantins, as artesãs de capim- dourado que residem na comunidade Quilombola Mumbuca em Mateiros-Tocantins. Para o bem da biodiversidade do Cerrado é necessário romper com o paradigma de que o "fogo é mal"e "as queimadas indiscriminadas são prejudiciais" para dar um basta nesta piromania moderna e trazer a luz do conhecimento social a importância do fogo e de um manejo planejado do fogo como o método mais válido para preservação do cerrado. Contudo, operacionalizar e gerir aspectos de manejo de áreas surge como desafio contemporâneo, pois até que ponto o pesquisador pode interferir na gestão e no modo de vida de uma comunidade? Qual seria esse limiar entre a divulgação de conhecimentos e a estipulação forçada e/ou discreta de tecnologia? Sendo que a economia é fundamental no manejo do fogo como objetivo de instrumento na gestão proativa do fogo.

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Biografia do Autor

Thalline Rodrigues da Silva, Universidade Federal de GóiasSecretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás (SEMAD)

Engenheiro florestal, aluno de mestrado da UFG no departamento de Ecologia e Evolução, trabalha na Secretaria de Meio Ambeinte e Desenvolvimento Sustentavel de Góias (SEMAD), possui experiencia em geoprocessamento com enfâse em monitoramento de queimasdas, desmatamentos e priorização espacial para conservação.

 

Referências

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Publicado

2019-05-15