Condições Operacionais do Combate Aéreo aos Incêndios Florestais: Eficiência e Efetividade

Autores

  • Natanna Hortsmann IG/UnB (Instituto de Geociências/Universidade de Brasília
  • Carlos Henke Oliveira ECL/UnB (Departamento de Ecologia/Universidade de Brasília
  • Tati Almeida IG/UnB (Instituto de Geociências/Universidade de Brasília
  • Daniel Guimarães Dias Silva 2º ESAV/CBMDF (2º Esquadrão de Aviação Operacional/Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal)
  • Norberto Magno Marins Pimentel 2º ESAV/CBMDF (2º Esquadrão de Aviação Operacional/Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal)
  • Eloizio Ferreira Nascimento 2º ESAV/CBMDF (2º Esquadrão de Aviação Operacional/Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal)
  • Airton Rener Pestana Nascimento CCBS/UFMA (Centro de Ciências Biológicas e da Saúde/Universidade Federal do Maranhão)

DOI:

https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v9i1.1005

Resumo

O presente trabalho é um segmento de um projeto maior intitulado PROMETEU e busca contribuir no estudo da efetividade e da eficiência do combate aéreo aos incêndios florestais (IF) no Cerrado. A área de estudo foi o Distrito Federal e a coleta dos dados foi feita pela sonda SAPHIRA 3 versão 3, embarcada em uma das aeronaves (Airtractor AT-802F) do CBMDF, com capacidade de lançamento de 3000 litros de água. Foram coletados dados a cada 2 segundos, compreendendo informações de coordenadas geográficas, velocidades, altitudes e dados cinemáticos diversos. A exatidão das passagens sobre a linha de fogo foi avaliada por fotografias ortogonais tiradas pela sonda e o ponto de lançamento de água foi determinado pela na altitude e oscilações barométricas. Um outro conjunto de dados veio de imagens do satélite Landsat 8 do final da época de estiagem, nas quais foram identificadas as cicatrizes deixadas pelos IF. As distâncias entre a fronteira da cicatriz e o ponto de lançamento foram usadas para o enquadramento da operação em classes de eficiência: alta se abaixo de 100m, moderada se entre 100 e 300m e baixa se superior a 300m. A efetividade do combate aéreo foi alta em 46,4% dos casos, moderada em 42,9% e baixa em 10,7%. Os dados atestam a importância do combate aéreo e também revelam que os achados devem ser analisados à luz de diversos fatores, incluindo a coordenação com a equipe em solo (brigadistas locais), fatores vegetacionais (biomassa e umidade), meteorológicos (direção e velocidade de vento) e topográficos/topológicos (relevo e obstáculos), visto que estes fatores interferem na efetividade da operação. O rastreamento também mostrou que 22% do tempo é usado no taxiamento, fato associado à operação baseada no Aeroporto Internacional de Brasília, onde há a interferência de outros segmentos da aviação (militar, civil, geral, comercial, executiva, etc). Este valor é tido como algo que compromete a eficiência e a efetividade da operação, por aumentar o custo operacional e elevar o tempo resposta da operação. Estes dados são úteis para justificar a adoção bases operacionais em aeródromos alternativos, já em uso. Agradecimentos: FAPDF (proc 0193.001387/2016) e CNPq (proc 442722/2018-4).

Referências

BATISTA, A. C. Incêndios Florestais. Recife: Universidade Federal Rural de Pernambuco - Curso de Eng. Florestal. 115 p. 1990.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Amazônia sem fogo: programa de formação técnica sobre as alternativas ao uso do fogo no desenvolvimento sustentável da Região Amazônica. [2008]. (Módulo IV).

Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal – CBM/DF. Manual básico de combate a incêndios. CBM/DF, 2006, 85 p.

IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Manual do Brigadista. Brasília: IBAMA, 2011.

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Publicado

15/11/2019

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