Contextualização do uso do fogo por produtores rurais da região do Bico do Papagaio (PA, TO e MA)

Autores

  • Fabrício Castro Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Brasília, Brasil
  • Taise Ribeiro Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Brasília, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v9i1.1126

Palavras-chave:

agricultura, queimadas, ncêndios florestais, aquecimento global

Resumo

 fogo é um dos principais e mais importantes agentes ecológicos dos ecossistemas, entretanto cientistas alertam que, à medida em que o aquecimento global propicia condições mais favoráveis para os incêndios em números e dimensões maiores, futuramente pode-se reduzir a capacidade de controle do fogo do pequeno e até mesmo dos grandes produtores. Com o objetivo de contextualizar este cenário, a pesquisa aqui apresentada tem como finalidade revelar como alguns agricultores da região do Bico do Papagaio se relacionam com o uso do fogo na agricultura e seus efeitos. O estudo consistiu em análise qualitativa descritiva, utilizando pesquisas bibliográficas, documentais e o método Survey, através do corte transversal, foram utilizados questionários individuais com questões abertas e fechadas. Os inquéritos foram realizados em 2017/2018 com amostragem não probabilística por julgamento, selecionando agrários adultos (casos típicos, n=178). Os resultados obtidos no inquérito sobre o conhecimento relacionado as queimadas e incêndios florestais demonstraram que a maioria dos inquiridos responderam ter notado um aumento nos incêndios florestais nos últimos anos, sendo que (69,1%) usam o fogo como ferramenta agrícola, mas apenas (5,9%) usam para caça. Para a maioria (61,8%), o fogo já causou algum tipo de prejuízo. Dentre os prejuízos relatados estão: perda da casa, queima de lavoura e benfeitorias, morte de parentes, redução da caça, invalidez temporária, redução da floresta nativa e perda de animais de corte. Com relação à prevenção do fogo, 83,8% dos participantes responderam que tem algum cuidado para não causar incêndios florestais. Da mesma forma, a maioria (89,7%) utiliza algum mecanismo para não ser afetado. Ao relatar as práticas usadas para evitar os incêndios florestais, a queima controlada foi a mais respondida seguida de precauções como avisar os vizinhos no momento da queima, observar os horários mais frios, uso de aceiro tanto para prevenção quanto no controle do fogo. De um modo geral, os lavradores que participaram desta pesquisa usam o fogo na agricultura, mas percebe-se que reconhecem que é uma prática que pode trazer prejuízos se utilizada de maneira inadequada, tendo o manejo integrado do fogo como medida essencial para que os agricultores possam enfrentar o desafio das alterações climáticas.

Referências

Indicado para o subtema 1 pelo editor chefe. Autor indicou subtema 5.

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Publicado

15/05/2019