Geoprocessamento e integração de dados socioambientais na construção de subsídios ao manejo integrado do fogo em florestas tropicais úmidas

Autores

  • Ana Larissa Ribeiro de Freitas Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), São José dos Campos, São Paulo, Brasil
  • Liana Oighenstein Anderson Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN), São José dos Campos, São Paulo, Brasil
  • Paulo Amador Tavares Universidade Federal do Pará (UFPA) e Embrapa Amazônia Oriental, Belém, Pará, Brasil
  • Joice Nunes Ferreira Embrapa Amazônia Oriental, Belém, Pará, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v9i1.1129

Palavras-chave:

Aplicações técnicas, estudos socioambientais, manejo integrado

Resumo

Os incêndios florestais decorrentes de escapes no preparo da terra destinada ao plantio das roças tem ganhado espaço nas discussões internacionais entre cientistas, gestores e sociedade. O escopo desta pesquisa abrange Unidades de Conservação destinadas ao uso sustentável por comunidades tradicionais, na Amazônia Central - Floresta Nacional do Tapajós e Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns. Nessas reservas, houve grandes incêndios florestais durante as secas provocadas pelo evento El Niño de 2015/16, recorte temporal da pesquisa. Estes incêndios descontrolados demonstraram uma sinergia entre o uso do fogo em manejo agrícola e extremos climáticos que acentuaram a flamabilidade da paisagem. Nesta pesquisa, objetivamos identificar dois tipos de comunidades que utilizam o fogo como ferramenta para o preparo da terra em relação à perda do controle do fogo. Onde identificamos as comunidades “bright spots” e “gray spots” a partir do levantamento de dados socioambientais como: i) fisionomias florestais; ii) relevo; iii); solo iv) densidade populacional; v) densidade de roçados; vi) densidade e tendências dos focos de calor; e vii) processos de desmatamentos. A abordagem de “bright spots” configura iniciativas de sucesso que desviam da norma e contribuem para ampliar os esforços positivos existentes rumo a mudanças transformativas, enquanto “gray spots” são comunidades que originam muitos incêndios acidentais. Aplicamos ferramentas do Geoprocessamento no relacionamento destes dados socioambientais em formatos matriciais captados por sensores orbitais, e vetoriais com informações temáticas e quantitativas, ambos disponíveis on-line em Bancos de Dados Geográficos. Posteriormente, realizamos a integração dos dados no software QGis3.4.7 LTR para delimitar espacialmente as informações determinantes dos “bright spots” e “gray spots” e para elaboração dos produtos cartográficos. A relevância em compreender as relações de manejo do fogo para compreender as condições determinantes do sucesso ou insucesso no controle do escape do fogo foi evidenciada pela pesquisa. Abordagens similares subsidiam tomadas de decisão informadas que guiam ações mitigadoras dos impactos socioambientais dos incêndios florestais na região Amazônica, priorizando uma efetividade em compartilhar informações e aproximar comunidades e instituições técnicas/educacionais. As informações geradas na pesquisa serão utilizadas para compor ações do projeto SEM-FLAMA e auxiliar na tomada de decisão do ICMBio na gestão das Unidades de Conservação estudadas.

Biografia do Autor

Ana Larissa Ribeiro de Freitas, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), São José dos Campos, São Paulo, Brasil

Geógrafa pela Universidade Federal do Ceará, com monografia desenvolvida com aplicação de metodologias participativas e geotecnologias em comunidades no NE paraense. Atuamente, aluna de mestranda em Sensoriamento Remoto pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, desenvolvendo pesquisas na Amazônia tendo como objetivo central o manejo integrado do fogo.

Liana Oighenstein Anderson, Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN), São José dos Campos, São Paulo, Brasil

Graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Campinas (2001), mestrado em Sensoriamento Remoto pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE,2004), Doutorado pela School of Geography and the Environment da Universidade de Oxford (Inglaterra, 2006-2011). É Pesquisadora do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN) com linha e pesquisa em monitoramento de florestas e riscos e impactos associados a incêndios florestais.

Paulo Amador Tavares, Universidade Federal do Pará (UFPA) e Embrapa Amazônia Oriental, Belém, Pará, Brasil

Engenheiro Ambiental formado pela Universidade do Estado do Pará (UEPA) no ano de 2016, tendo cursado perído sanduíche de 14 meses na Limerick Institute of Technology, Irlanda. Mestre em Ciências Ambientais pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais da UEPA. Doutorando em Ciências Ambientais pela Universidade Federal do Pará.

Joice Nunes Ferreira, Embrapa Amazônia Oriental, Belém, Pará, Brasil

Bióloga, pesquisadora da Embrapa Amazônia Oriental, em Belém (Pará), com mestrado e doutorado na área de Ecologia, ênfase em Ecologia de Comunidades e Ecossistemas. Pesquisas com enfoque na interface entre os usos da terra, práticas agrícolas e a provisão de serviços ambientais na região Amazônica, particularmente mudanças nos estoques de carbono, conservação da biodiversidade e dos solos.

Referências

ASSAD, E. D. e SANO, E. E. Sistema de Informações Geográficas: aplicações na agricultura. 2ªed. Brasília: Embrapa-SPI, 1998.

BURROUGH, P. A. e MCDONNELL, R. A. Principles of Geographical Information Systems. Oxford: Oxford University Press, 1998. 333 p.

CÂMARA, G. e DAVIS, C. Introdução. In: CÂMARA, G.; DAVIS, C. e MONTEIRO, A. M. V. (Ed.). Introdução à Ciência da Geoinformação. São José dos Campos: INPE, 2003. p.1-5. www.dpi.inpe.br/gilberto/introd/index.html

MIRANDA, J. I. Fundamentos de Sistemas de Informações Geográficas. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 2005. 425 p.

XAVIER-DA-SILVA, J. Geoprocessamento para Análise Ambiental. Rio de Janeiro: sn, 2001. 228 p.

Downloads

Publicado

15/11/2019