Orientações para Atuação da Vigilância em Saúde Ambiental no Tocante a Poluição do Ar Emitida pelas Queimadas e Efeitos à Saúde Humana

Autores

  • Luciana Cristina Alves Costa Ministério da Saúde - MS/Organização Pan-Americana da Saúde- OPAS - Brasil
  • Fábio David Vasconcelos Reis Ministério da Saúde - MS/Organização Pan-Americana da Saúde- OPAS - Brasil
  • Gustavo dos Santos Souza Ministério da Saúde - MS/Organização Pan-Americana da Saúde- OPAS - Brasil

DOI:

https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v9i1.1264

Resumo

A problemática das queimadas no país vai desde danos ambientais e prejuízos para a economia regional, à efeitos nocivos para a saúde humana. Em grande parte do país é utilizada em práticas agrossilvopastoris diversas. Seus diferentes tipos de biomassa emitem diversos poluentes e em concentrações bastante variadas. O conteúdo da fumaça proveniente das queimadas não é homogêneo, assim como os efeitos na saúde não o são. O intuito deste trabalho é subsidiar os gestores estaduais e municipais quanto à atuação em atividades de vigilância em saúde ambiental no tocante a poluição do ar emitida pelas queimadas e efeitos a saúde humana. A poluição do ar representa um dos maiores problemas de saúde ambiental atualmente, estando associado a diversos efeitos deletérios na saúde humana. Para o Sistema Único de Saúde (SUS), a degradação da qualidade do ar afeta diretamente os custos e a demanda para o sistema, representando incremento nos atendimentos de urgência e internações hospitalares por doenças respiratórias e cardiovasculares. As doenças do aparelho circulatório representaram a primeira causa de óbito (27,6%) no país em 2016, enquanto que as doenças do aparelho respiratório foram a terceira causa de internação hospitalar (10,3%) e a terceira causa de óbitos (12,1%) em 2017. Uma vez que parte dos casos de internação e óbitos possa ser atribuído à exposição pela fumaça da queima de biomassa, medidas de prevenção de queimadas e manejo integrado do fogo são essenciais para melhorar as estatísticas de saúde, além de reduzir a demanda e oneração do SUS. O Projeto de Lei da Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo prevê a atuação de múltiplos atores, pautada no fortalecimento da articulação intra e interinstitucional. Para isso, a vigilância em saúde ambiental incentiva medidas capazes de minimizar os impactos das queimadas na saúde humana voltadas ao bem-estar da população e proteção da saúde, considerando para tanto articulações necessária para abordagem do problema no país. Sendo assim, algumas dessas ações incluem o acompanhamento, monitoramento, análise dos dados de focos de calor integradamente com os dados de internação por doenças respiratórias e produzir e compartilhar informações à população, gestores e outros públicos.

Biografia do Autor

Luciana Cristina Alves Costa, Ministério da Saúde - MS/Organização Pan-Americana da Saúde- OPAS - Brasil

Luciana Costa licenciada em Ciências Biológicas, especialista em Biociências Forenses e Poluição Atmosférica e Saúde Humana . Desde o ano de 2010 estou atuando no Ministério da Saúde como Consultora Técnica da Organização Pan-Americana da Saúde- OPAS desenvolvendo ações na Coordenação de Vigilância em Saúde Ambiental inserida no Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador, na Secretaria de Vigilância em Saúde executando ações que proporcionam o conhecimento e a detecção de mudanças nos fatores determinantes e condicionantes do meio ambiente que interferem na saúde humana, com a finalidade de identificar as medidas de prevenção e controle dos fatores de risco ambientais relacionados às doenças ou a outros agravos à saúde. As ações são desenvolvidas principalmente na vigilância em saúde de populações expostas a poluição atmosférica- VIGIAR em busca do aperfeiçoamento e implementação de instrumentos, e no desenvolvimento de metodologias de acompanhamento e análises de dados e indicadores de saúde e ambiente. Essa vigilância é considerada como a primeira iniciativa do setor saúde para estruturar um sistema de vigilância em saúde de população exposta à poluição atmosférica que considere as questões relacionadas à saúde humana e a qualidade do ar, a partir  de alguns pontos básicos: 1) Apresentar a exposição humana a poluentes atmosféricos como um problema de saúde pública; 2)  Identificar áreas e grupos populacionais expostos à poluição atmosférica; 3) Contribuir para a diminuição da morbimortalidade acompanhando as tendências dos indicadores de efeito e exposição; 4) Fornecer elementos para orientar as políticas nacionais e locais de proteção à saúde da população frente aos riscos decorrentes da exposição aos poluentes atmosféricos.

Fábio David Vasconcelos Reis, Ministério da Saúde - MS/Organização Pan-Americana da Saúde- OPAS - Brasil

Analista Técnico de Políticas Sociais. Servidor público lotado no Ministério da Saúde desde  julho 2013. Atuando na área de Vigilância em Saúde Ambiental no departamento de Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador - DSAST na Secretaria de Vigilância em Saúde(SVS).

Gustavo dos Santos Souza, Ministério da Saúde - MS/Organização Pan-Americana da Saúde- OPAS - Brasil

Cargo: Tecnologista Pleno. Doutor em Saúde Coletiva: Epidemiologista.

Servidor público lotado no Ministério da Saúde. Atuando na área de Vigilância em Saúde Ambiental no departamento de Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador - DSAST na Secretaria de Vigilância em Saúde(SVS).

Referências

Mascarenhas, Márcio Dênis Medeiros et al. Poluição atmosférica devida à queima de biomassa florestal e atendimentos de emergência por doença respiratória em Rio Branco, Brasil - Setembro, 2005. J. bras. pneumol. [online]. 2008, vol.34, n.1, pp.42-46. ISSN 1806-3713. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-37132008000100008

Sistema de Informações Hospitalares e Sistema de Informações sobre Mortalidade – SIH /SIM DataSus.

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Publicado

15/11/2019