O mapa social como instrumento participativo na elaboração do plano de manejo integrado do fogo no parque nacional da Chapada dos Guimarães

Autores

  • Flavia Lopes Bertier Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT; Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio
  • Regina Aparecida da Silva Instituto de Educação da Universidade Federal de Mato Grosso - IE/UFMT
  • Giseli Dalla Nora Instituto de Geografia, História e Documentação da Universidade Federal de Mato Grosso - IGHD/UFMT
  • Luiz Gustavo Gonçalves Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio

DOI:

https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v9i1.1270

Palavras-chave:

Mapa Social, educação ambiental, manejo integrado do fogo, gestão ambiental participativa

Resumo

A promoção da participação das comunidades do entorno e a valorização de seus conhecimentos e manifestações culturais são objetivos descritos no Plano de Manejo do Parque Nacional da Chapada dos Guimarães. Neste sentido, este estudo apresenta como o “Mapa Social dos saberes populares relacionados ao fogo” realizado na comunidade São Jerônimo contribuiu com elaboração do Plano de Manejo Integrado do Fogo - PMIF 2019 da unidade de conservação. O mapeamento social trilhou o ‘percurso’ do fogo no cotidiano da comunidade São Jerônimo desde tempos mais remotos. A comunidade tem vivenciado incêndios florestais constantes nos últimos anos devido a sua localização, escassez de água e a formação geográfica local, que dificultam o combate. As atividades realizadas (reunião de mapeamento e entrevistas com moradoras/es mais antigos) propiciaram identificar espacialmente como seus habitantes lidavam/lidam com o fogo (hábitos), e como este interfere em seu bem viver e na natureza (habitat). Das cartografias elaboradas com e pelas/os moradoras/es, é possível visualizar o fogo como um ser social dualógico fundamental no cotidiano da comunidade. A burocracia para liberação de autorizações de queima controlada e a incidência frequente de incêndios florestais, entre outros fatores, contribuem para o afloramento de conflitos socioambientais. Ao incorporar os saberes tradicionais no PMIF, dá-se audiência e valoriza-se a cultura local. O estímulo ao diálogo entremeado pelo tema gerador “fogo” é a base para uma educação ambiental prática e reflexiva, concretizada no fazer e agir de vivências e “com-vivências”, sob perspectiva axiomática de valores, ética e olhar político inerentes à educação ambiental. No momento, a equipe gestora do parque aguarda janela climática para implementar queima prescrita na região do Morro São Jerônimo com aplicação das sugestões da comunidade elencadas no Mapa Social. Este processo reflete uma Ecologia de Saberes, com a qual espera-se construir instrumentos capazes de contribuir não só com a conservação ambiental e a diminuição da incidência de incêndios florestais na região, mas também fortalecer a comunidade e identificar possíveis políticas públicas que reflitam as realidades vividas pelos moradores do São Jerônimo e das demais comunidades do entorno do Parque Nacional da Chapada dos Guimarães

Biografia do Autor

Flavia Lopes Bertier, Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT; Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio

Mestranda do Programa de Pós Graduação em Educação - PPGE da Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT

Participante do Grupo Pesquisador em Educação Ambiental, Comunicação e Arte - GPEA

Analista Ambiental do ICMBio - Parque Nacional da Chapada dos Guimarães

Regina Aparecida da Silva, Instituto de Educação da Universidade Federal de Mato Grosso - IE/UFMT

Possui graduação em licenciatura em ciências biológicas e mestrado em Educação pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), doutorado em Ciências pelo Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Recursos Naturais (PPGERN) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) (2011) e pós-doutorado em Educação pela UFMT. É professora da UFMT no Instituto de Educação, Departamento de Teoria e Fundamentos da Educação. E, professora credenciada ao Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE/UFMT), pesquisando e orientando na área de educação ambiental, educação popular, movimentos sociais, mapa social e políticas públicas. Participa do Grupo Pesquisador em Educação Ambiental, Comunicação e Arte (GPEA). É consultora ad hoc GT 22 - Educação Ambiental da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPED) e vice coordenadora do GT 22 - da ANPED Centro-Oeste. É membro do Fórum de direitos humanos e da Terra de Mato Grosso.

Giseli Dalla Nora, Instituto de Geografia, História e Documentação da Universidade Federal de Mato Grosso - IGHD/UFMT

Possui graduação em Geografia pela Universidade Federal de Mato Grosso (2007), mestrado em Geografia pela Universidade Federal de Mato Grosso (2008) e doutorado em Educação pela Universidade Federal de Mato Grosso (2018). Atualmente é professor adjunto da Universidade Federal de Mato Grosso. Líder do grupo de Pesquisas em Geografia Agrária e Conservação da Biodiversidade - GECA. Tem experiência na área de Geografia, com ênfase em Geografia, atuando principalmente nos seguintes temas: Planejamento Ambiental; Biogeografia; Educação Ambiental, Turismo, Educação e Ensino.

Luiz Gustavo Gonçalves, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio

Analista Ambiental do ICMBio lotado no Parque Nacional da Chapada dos Guimarães (PNCG/MT). É Gerente do Fogo e chefe substituto do PNCG/MT.

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Publicado

15/05/2019