Intensidade do Fogo em uma Queima Prescrita no Parque Nacional do Itatiaia

Autores

  • Marcelo Souza Motta Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade , Brasil
  • Henrique L. T. Zaluar Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade , Brasil
  • Mario Pitombeira Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade , Brasil
  • Virgílio Dias Ferraz Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade , Brasil
  • Sebastião da Silva Neto Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ
  • Luis M. T. de Carvalho Universidade Federal de Lavras – UFLA

DOI:

https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v9i1.1319

Resumo

O fogo foi considerado uma das principais ameaças à conservação dos Campos de Altitude, embora estudos recentes apresentem registros de paleoincêndios nestes ambientes. Neste contexto, a partir do ano de 2017, o Parque Nacional do Itatiaia planeja e executa ações que visam ao aumento do conhecimento do papel ecológico do fogo e a geração de subsídios para a tomada de decisões de manejo dos Campos de Altitude. Dentre as estratégias destaca se o uso do fogo prescrito. Este resumo apresenta observações sobre uma queima prescrita, as condições meteorológicas no momento da queima e uma estimativa da intensidade da frente de fogo, considerando o comprimento médio das chamas (Alexander, 1982), parâmetro obtido em diferentes pontos distribuídos nos afloramentos rochosos, brejos, encostas e borda de fragmento florestal. A queima foi realizadaem uma área de 37 hectares, com perímetro controlado, em 31 de março de 2017, 10 anos após a última queima, com o objetivo de reduzir e fragmentar o combustível prontamente disponível no local. A ignição foi iniciada por pontos ao longo do perímetro, às 16 horas quando a Umidade Relativa do Ar estava em 90%, Temperatura de 9,7°C e ventos fracos (0 a 12 km/h). A área total queimada foi estimada em 10,8 hectares, sem focos de calor detectados pelos sensores remotos disponibilizados pelo sitio eletrônico do INPE, com extinção natural durante a noite (UR máxima de 99% e T mínima de 8,0 °C) nas áreas de brejos e nas bordas de fragmento florestal. A velocidade de propagação da frente do fogo foi menor que 1,0 m/minuto, com profundidade de chama entre 0,3 e 1,0 m e valores de intensidade da frente variando entre 57,6 e 2.831,1 kW/m, função principalmente da heterogeneidade na distribuição e composição do combustível (diferença na abundância das espécies Cortaderia modesta, Machaerina ensifolia, Chusquea pinifolia, C. heterophylla) e, em menor importância, da geometria da queima. O registro de parâmetros de comportamento do fogo, tais como a intensidade da frente de fogo é importante para a comparação entre queimas realizadas e para o desenvolvimento de índices de severidade do fogo nestes tipos de ambientes.

Biografia do Autor

Marcelo Souza Motta, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade , Brasil

Analista Ambiental Parque Nacional do Itatiaia

Sebastião da Silva Neto, Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ

Professor Dr.

Luis M. T. de Carvalho, Universidade Federal de Lavras – UFLA

Professor Dr.

Referências

Alexander, M. E. 1982. Calculating and interpreting forest fires intensities. Canadian Journal of Botany, 60: 349-357.

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Publicado

15/11/2019

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