Ações Cooperativas para Prevenção e Combate a Incêndios Florestais em Área Protegida Urbana na Cidade do Rio de Janeiro

Autores

  • Izar Araujo Aximoff Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro
  • Luciano Araujo Menna Barreto Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Jameiro
  • Bruno Coutinho Kurtz Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v10i2.1448

Resumo

Incêndios florestais antrópicos são uma das maiores ameaças à conservação da biodiversidade, e ações efetivas de prevenção e combate devem ser prioritárias em áreas protegidas. O objetivo deste estudo foi traçar o perfil dos incêndios florestais e identificar as ações de prevenção e combate no Parque Estadual do Grajaú (PEG), na cidade do Rio de Janeiro. Os dados utilizados compreendem o período entre 2009 e 2017, e foram obtidos junto à gerência do PEG e, também, coletados in loco. Nesse período, foram registrados 22 incêndios no interior e na zona de amortecimento do Parque, com a maior parte dessas ocorrências (40,9%) no ano de 2012, período anterior ao estabelecimento das cooperações técnicas e do voluntariado. O PEG conta com poucos recursos humanos, materiais e financeiros, mas as ações de prevenção e combate aos incêndios florestais, baseadas no estabelecimento de cooperação/parcerias e voluntariado, vêm colaborando para diminuir esse déficit. Observou-se uma tendência de diminuição das ocorrências de fogo e de sua extensão entre os períodos de 2009 a 2012 e 2013 a 2017, sendo essa diminuição estatisticamente significativa para a área queimada dentro do PEG. Os resultados revelam a importância dessas iniciativas para a gestão de uma área protegida e, principalmente, para as ações de prevenção e combate a incêndios florestais em um cenário de déficit de recursos. Considera-se que esse exemplo pode ser replicado em outras áreas protegidas, tendo cada vez mais o envolvimento direto da sociedade na proteção da biodiversidade. 


 

Biografia do Autor

Izar Araujo Aximoff, Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro

Escola Nacional de Botânica Tropical

Luciano Araujo Menna Barreto, Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Jameiro

Escola Nacional de Botânica Tropical

Bruno Coutinho Kurtz, Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro

Diretoria de Pesquisa Científica

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Publicado

13/08/2020

Edição

Seção

Diálogos entre a Academia e a Gestão de Áreas Protegidas: Programa de Pós-Graduação Profissional