Zoneamento de Risco de Incêndios Florestais em Áreas Naturais Protegidas: o Parque Nacional de São Joaquim/SC, Brasil

Autores

  • Julia de Farias Centro de Ciências Agroveterinárias de Lages da Universidade do Estado de Santa Catarina
  • Michael Tadeu R. N. de Omena Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade & Universidade Federal de Santa Catarina
  • Ana Luiza Castelo Branco Figueiredo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio
  • Veraldo Liesenberg Centro de Ciências Agroveterinárias de Lages da Universidade do Estado de Santa Catarina
  • Marcos Benedito Schimalski Centro de Ciências Agroveterinárias de Lages da Universidade do Estado de Santa Catarina

DOI:

https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v12i1.1662

Palavras-chave:

ZRIF , parques nacionais

Resumo

 Incêndios em unidades de conservação impactam o meio ambiente, com consequências danosas para a biodiversidade, sendo uma das principais preocupações para os seus gestores. Esses eventos podem ser prevenidos com o emprego de técnicas de Geoprocessamento e dados espaciais referentes aos temas: presença humana, cobertura e uso da terra, ventos predominantes, declividade, orientação de encostas e material combustível. Calculando-se pesos diferentes, considerando-se o tipo e a influência das variáveis mencionadas, nós criamos um mapa de zoneamento de risco de incêndio florestal para o Parque Nacional de São Joaquim, em Santa Catarina, Brasil. O Parque está inserido no bioma Mata Atlântica e os seus tipos de vegetação são: Mata de Araucárias e de Encostas, Matinhas Nebulares e Campos de Altitude. Para o seu mapa de zoneamento, foram definidas seis classes de risco de incêndios (extremo, muito alto, alto, moderado, baixo e nulo). Concluiu-se que 43,91% do Parque está nas classes de risco alto e muito alto, e que 2,54% estão em nível extremo. A variável que mais influenciou a definição das classes foi presença humana. Ainda que medidas de prevenção de incêndios ainda não tenham sido tomadas por falta de recursos com base no mapa de zoneamento proposto, entendemos que os gestores de UCs de características semelhantes ao PNSJ poderiam aplicar este método para identificar as suas áreas críticas, sobretudo para fins de ocorrência de incêndios florestais. 

Biografia do Autor

Julia de Farias, Centro de Ciências Agroveterinárias de Lages da Universidade do Estado de Santa Catarina

Graduanda de Engenharia Florestal da Universidade do Estado de Santa Catarina

Michael Tadeu R. N. de Omena, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade & Universidade Federal de Santa Catarina

Analista Ambiental do ICMBio, Doutorando do programa de Ecologia da UFSC. 

Ana Luiza Castelo Branco Figueiredo, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio

Analista Ambiental do ICMBio

Veraldo Liesenberg, Centro de Ciências Agroveterinárias de Lages da Universidade do Estado de Santa Catarina

Professor do Centro de Ciências Agroveterinárias de Lages da Universidade do Estado de Santa Catarina

Marcos Benedito Schimalski, Centro de Ciências Agroveterinárias de Lages da Universidade do Estado de Santa Catarina

Professor do Centro de Ciências Agroveterinárias de Lages da Universidade do Estado de Santa Catarina

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Publicado

18/01/2022

Edição

Seção

Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica – Pibic/ICMBio