Caracterização do banco de sementes do solo em floresta Ombrófila aberta na Amazônia Ocidental
DOI:
https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v13i1.2218Palavras-chave:
Regeneração natural, Recuperação de áreas degradadas , Fragmentos florestaisResumo
O banco de sementes do solo é um mecanismo de regeneração natural importante para a colonização de clareiras em florestas naturais, assim como uma alternativa em programas de restauração. O presente estudo objetivou caracterizar o banco de sementes do solo em uma Floresta Ombrófila Aberta e foi realizado em área de fragmento florestal conservado do Parque Municipal de Pimenta Bueno, Rondônia. Foram coletadas 35 amostras de solo de forma aleatória com auxílio de um gabarito de ferro medindo 25 x 25 x 5 cm. O material coletado foi monitorado por seis meses em casa de sombra, em que, a partir da germinação, as plantas foram quantificadas, identificadas e classificadas quanto à origem, forma de vida e grupo ecológico. Observou-se a emergência de 834 plântulas (381 plântulas.m-²) pertencentes a 67 espécies. Houve predomínio de espécies nativas, herbáceas e pioneiras. A maior densidade de sementes foi observada para espécies pioneiras típicas de sucessão natural (Solanum mauritianum, Cecropia sp. e uma morfoespécie de caráter arbustivo pertencente à família Melastomataceae). O banco de sementes do solo estudado mostrou-se como um mecanismo potencialmente eficiente para a regeneração natural da floresta, podendo ainda ser utilizado como técnica nucleadora em programas de restauração.
Referências
Almeida-Cortez JS. 2004. Dispersão e banco de sementes. p. 225-235. In: Ferreira AG.; Borguetti f. (Org.) - Germinação: do básico ao aplicado. Porto Alegre, Artmed.
BFG – The Brazil Flora Group. Brazilian Flora 2020: Innovation and collaboration to meet Target 1 of the Global Strategy for Plant Conservation (GSPC). Rodriguésia 69(4):1513-1527. 2018.
Budowsky G. - Distribution of tropical American rain forest species in the light of sucession process. Turrialba. 15(1): 40-42. 1965
Cabral MO, Oliveira FL, Dalvi LP, Teixeira AG, Rocha LJFN, Pedrosa JLF. Influência de Plantas Daninhas no Crescimento e Desenvolvimento Iniciais de Yacon. Planta daninha [online]. 38, 2020.
Chazdon RL, Guariguata MR. Natural regeneration as a tool for large-scale forest restoration in the tropics: prospects and challenges. Biotropica, 48(6): 716-730, 2016.
Correia GGS, Martins SV. Banco de sementes do solo de floresta restaurada, reserva Natural Vale, ES. Floresta e Ambiente, 22(1): 79-87. 2015.
Dullius M, Dalmolin RSD, Longhi SJ, Pedron FA, Horst TZ, Greff LTB. Composição florística de florestas em diferentes estágios de regeneração no Rio Grande do Sul. Revista Brasileira de Ciências Agrárias, 11(3): 238-246, 2016.
Garwood NC. 1989. Tropical soil seed banks: a review. 149-210. In: Leck MA, Parker TV, Simpson RL (Ed) - Ecology of soil seed banks. New York, Academic Press.
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 1992. Manual técnico da vegetação brasileira. 92p.
Jacobsen RHF, Sccoti MSV, Barboza E, Bento AR. 2015 - Grupos florísticos em remanescente de Floresta Ombrófila Aberta Submontana. Revista Brasileira de Ciências da Amazônia, 4(1): 41-52, 2015.
Leal Filho N, Sena JS, Santos GR. Variações espaço-temporais no estoque de sementes do solo na floresta amazônica. Acta Amazônica, 43 (3): 305-314, 2013.
Lorenzi, H. 2000. Plantas daninhas do Brasil: Terrestres, aquáticas, parasitas e tóxicas. 3 ed. Instituto Plantarum. 608p.
Lorenzi H. 2002. Árvores brasileiras: Manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil. Vol. 1. 3 ed. Instituto Plantarum. 384p.
Neto AM, Martins SV, Silva K A, Gleriani JM. Banco de sementes do solo e serrapilheira acumulada em floresta restaurada. Revista Árvore, 38(4):609-620, 2014.
O'Donnell J, Fryirs KA, Leishman MR. Seed banks as a source of vegetation regeneration to support the recovery of degraded rivers: a comparison of river reaches of varying condition. Science of the Total Environment, (542): 591-602, 2016.
Oliveira TJF, Barroso DG, Andrade AG, Freitas ILJ, Amim RT. Banco de sementes do solo para uso na recuperação de Matas Ciliares degradadas na região Noroeste Fluminense. Ciência Florestal, 28(1): 206-217, 2018.
Passos FC, Silva WR, Pedro WA, Bonin MR. Frugivoria em morcegos (Mammallia, Chiroptera) no Parque Estadual Intervales, sudeste do Brasil. Revista Brasileira de Zoologia, 20(3): 511-517, 2003.
Piaia, BB, Rovedder APM, Stefanello MM, Felker RM, Piazza EM. Análise do banco de sementes visando estratégia de transposição para a restauração ecológica no rio grande do sul. Floresta, 47(3), 2017.
Pinheiro ASO, et al. Study of seed rain in stretch of Submontane Open Ombrophilous Forest. Advances in Forestry Science, 5(2): 339-344, 2018.
Pinto AVF, Silva MAM, Leite AVL, Nascimento LM, Silva ACBL, Rodal MJN. Floristic and structure of the arboral community of a regenerating fragment of Atlantic Forest, Igarassu, Pernambuco, Brazil. Revista Agro@mbiente, 12(2): 145-155. 2018.
Puig H. 2008. A floresta tropical úmida. Unesp. 493p.
Ribeiro TO, Bakke, IA, Souto PC, Bakke OA, Lucena DS. Diversidade do banco de sementes em diferentes áreas de Caatinga manejadas no semiárido do Paraíba, Brasil. Ciência Florestal, 27(1): 203-213, 2017.
Ruschel AR, Pedro J, Nodari RO. Diversidade genética em populações antropizadas do fumo brabo (Solanum mauritianum) em Santa Catarina, Brasil. Scientia Forestalis, 36(77): 63-72, 2008.
Sccoti MSV, Araujo MM, Wendler C, Longhi SJ. Mecanismos de regeneração natural em remanescente de Floresta Estacional Decidual. Ciência Florestal, 21: 459-472. 2011.
Sousa TR, Costa FRC, Bentos TV, Leal Filho N, Mesquita RCG, Ribeiro IO. The effect of forest fragmentation on the soil seed bank of Central Amazonia. Forest ecology and management,393: 105-112, 2017.
Shang Z, Yang S, Wang Y, Shi J, Ding L, Long R. Soil seed bank and its relation with above-ground vegetation along the degraded gradients of alpine meadow. Ecological engineering, 90: 268-277, 2016.
Swaine MD, Whitmore TC. On the definition of ecological species groups in tropical rain forests. Vegetatio, 75(1-2): 81-86. 1988.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Os autores mantêm os direitos autorais de seus artigos sem restrições, concedendo ao editor direitos de publicação não exclusivos.
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Os artigos estão licenciados sob uma licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional (CC BY-NC-ND 4.0). O acesso é livre e gratuito para download e leitura, ou seja, é permitido copiar e redistribuir o material em qualquer mídia ou formato.
v3-3-0-3-2-1-8-release.27