Caracterização biométrica local e regional do guaiamum, Cardisoma guanhumi Latreille, 1828

Autores

  • Gilberto Nicacio Universidade Federal de Pernambuco/UFPE, Brasil.
  • Gilberto Gonçalves Rodrigues Universidade Federal de Pernambuco/UFPE, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v14i1.2361

Palavras-chave:

Apicum , Crustacea, manguezais, pesca artesanal

Resumo

O presente estudo avaliou mensalmente a variação biométrica do guaiamum Cardisoma guanhumi na Reserva Extrativista Acaú-Goiana entre os meses de janeiro 2019 a outubro de 2020. Considerando a legislação brasileira para proteção da espécie, os espécimes fêmeas e machos foram capturados e liberados in situ após a realização da biometria dos espécimes. As capturas foram realizadas mensalmente em dia de lua nova ou lua cheia, durante a baixa-mar, em horário diurno. Os espécimes foram capturados por pescadores utilizando armadilhas com iscas (ratoeiras) instaladas no início das manhãs. Um total de 303 espécimes machos e 180 fêmeas foram capturados para biometria e posteriormente liberados in situ. A média da largura de carapaça para fêmeas (56,70 mm) e machos (55,50 mm) não apresentou diferença significativa. Entre os anos de 2019 e 2020, foram observados os valores mínimo de 38,62 mm e máximo de 72,64 mm de largura de carapaça. Considerando os dados observados na literatura, os valores da largura de carapaça para a primeira maturidade sexual variaram de 35 mm e 62 mm. Dessa forma, o valor mínimo de 70 mm considerado pela legislação brasileira para captura está acima dos tamanhos das médias regionais observados no Brasil e em outras regiões de ocorrência da espécie, como na costa norte da América do Sul e no Caribe.

Biografia do Autor

Gilberto Nicacio, Universidade Federal de Pernambuco/UFPE, Brasil.

Bacharel em Ciências Biológicas, Mestre em Biologia Animal pela Universidade Federal de Pernambuco, Doutor em Zoologia pela Universidade Federal do Pará.

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Publicado

13/05/2024

Edição

Seção

Fluxo contínuo