Bromelia antiacantha Bertol. (Bromeliaceae): caracterização demográfica e potencial de manejo em uma população no Planalto Norte Catarinense

Autores

  • Samantha Filippon Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, SC
  • Caio Darós Fernandes Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, SC
  • Diogo Klock Ferreira Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, SC
  • Douglas Loch Santos da Silva Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, SC
  • Georg Altrak Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, SC
  • Aline Sens Duarte Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, SC
  • Maurício Sedrez dos Reis Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, SC

DOI:

https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v2i2.276

Palavras-chave:

estrutura demográfica, manejo de populações, planta medicinaL, produção de frutos, recurso florestal não madeireiro

Resumo

O manejo de plantas nativas é uma alternativa capaz de promover um incremento de renda aos produtores, ao mesmo tempo em que pode representar uma opção para a conservação do ambiente natural e para o resgate e difusão do conhecimento tradicional, favorecendo a conservação pelo uso. Entre essas plantas, tem-se a Bromelia antiacantha Bertol., espécie nativa da Mata Atlântica cujos frutos são utilizados tradicionalmente no Planalto Norte Catarinense para a confecção de um xarope expectorante. Neste contexto, o principal objetivo deste trabalho foi avaliar a estrutura e dinâmica populacional da espécie em população natural localizada na Floresta Nacional de Três Barras (SC), visando fundamentar estratégias de manejo sustentável da mesma sob cobertura de Floresta Ombrófila Mista. Para tal, foram realizadas avaliações demográficas envolvendo todos os indivíduos existentes em cinco parcelas permanentes de 600m2 cada. Foram avaliados o comprimento da folha e o estádio fenológico em cinco avaliações (2001, 2002, 2003, 2005 e 2008). Os estudos demográficos mostraram que apesar da entrada contínua de genets e de ramets, aparentemente a população de B. antiacantha no local está sendo mantida por ramets. As estimativas de produção e avaliação econômica apresentadas em outros trabalhos indicam que a exploração dos frutos para este uso pode ser uma atividade econômica interessante. Entretanto estudos complementares para o estabelecimento de estratégias de manejo são ainda necessários.

 

Referências

Benzing, D.H. 2000. Bromeliaceae: profile of an adaptative radiation. Cambridge University Press. 690p.

Canela, M.B.F. & Sazima, M. 2005. The pollination of Bromelia antiacantha (Bromeliaceae) in Southeastern Brazil: ornithophilous versus melittophilous features. Plant Biology, 7(4):1-6.

Castro, A.H.F. 2003. Aspectos da propagação, ecofisiologia e fitoquímica de Byrsonima verbascifolia Rich. ex A. Juss.: uma espécie medicinal do Cerrado. Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal). Universidade Federal de Lavras. 130p.

Duarte, A.S.; Vieira Da Silva, C.; Puchalski, A.; Mantovani, M.; Silva, J.Z. & Reis, M.S. 2007. Estrutura demográfica e produção de frutos de Bromelia antiacantha Bertol. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, 9(3):106-112.

Espirito-Santo, M.M.; Madeira, B.G.; Neves, F.S.; Faria, M.L.; Fagundes, M. & Fernandes, G.W. 2003. Sexual differences in reproductive phenology and their consequences for the demography of Baccharis dracunculifolia (Asteraceae), a dioecious tropical shrub. Annals of Botany, 91(1):13-19.

Filippon, S. 2009. Aspectos da demografia, fenologia e uso tradicional do Caraguatá (Bromelia antiacantha Bertol.) no Planalto Norte Catarinense. Dissertação (Mestrado em Recursos Genéticos Vegetais). Universidade Federal de Santa Catarina. 104p.

Filippon, S.; Fernandes, C.D. & Reis, M.S. 2012. Produção de frutos para uso medicinal em Bromelia antiancatha (Caraguatá): fundamentos para um extrativismo sustentável. Revista Brasileira de Plantas Medicinais (no prelo).

Homma, A.K.O. 1996. Extrativismo Vegetal na Amazônia: limites e possibilidades. p. 35-61. In: Clusener-Godt, M. & Sachs, I. (orgs.). Extrativismo na Amazônia Brasileira, perspectivas sobre o desenvolvimento regional. Compendio Mab 18. UNESCO. 95p.

ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) 2012. Flona de Três Barras. http:// www.icmbio.gov.br/portal/biodiversidade/unidades-de-conservacao/biomas-brasileiros/mata-atlantica/ unidades-de-conservacao-mata-atlantica/2228-flona-de-tres-barras.html. (Acesso em 01/010/2012).

Jorge, L.I.F. & Ferro, V.O. 1993. Reconhecimento da espécie Bromelia antiacantha Bertol. Características botânicas e fitoquímicas. Revista de Farmácia e Bioquímica da Universidade de São Paulo, 29 (2):69-72.

Koeppen, W. 1948. Climatologia: con un estúdio de los climas de la tiera. Fundo de Cultura Econômica. 478p.

Marques, A.C. 2007. Planejamento da paisagem da Floresta Nacional de Três Barras (Três Barras, SC): subsídios ao plano de manejo. Dissertação (Mestrado em Geografia). Universidade Federal do Paraná. 132p.

Mondragón, D.; Durán, R.; Ramírez,I. & Valverde, T. 2004. Temporal variation in the demography of the clonal epiphyte Tillandsia brachycaulos (Bromeliaceae) in the Yucatán Peninsula, México. Journal of Tropical Ecology, 20:189-200.

Mors, W.B.; Rizzini, C.T. & Pereira, N.A. 2000. Medicinal plants of Brazil, Reference Publications. Inc. Algonac. 501p.

Nunes-Freitas, A.F.; Rocha-Pessôa, T.C.; Cogliatti-Carvalho, L. & Rocha, C.F.D. 2006. Bromeliaceae da restinga da Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul: composição, abundância e similaridade da comunidade. Acta Botânica Brasileira, 20 (3):709-717.

Oostermeijer, J.G.B.; Luijten, S.H. & Den Nijs, J.C.M. 2003. Integrating demographic and genetic approaches in plant conservation. Biological Conservation, 113(3):389-398.

Oyama, K. 1993. Conservation biology of tropical trees: demographic and genetic considerations. Environment update, 1:17-32. Pacheco, C.V.; Silva, D.W.; Battistelle, D. A. & Steenbock, W. (2001) Plantas da nossa gente. A sabedoria popular no uso de plantas medicinais. Projeto Florestas Medicinais. 36p.

Pozo, A.D.; Ovalle, C.; Aronson, J. & Avendaño, J. 2000. Developmental Responses Temperatura and Photoperiod in Ecotypes of Medicago Polymorpha L. Collected Along and Environmental Gradient in Central Chile. Annals of Botany, 85:809-814.

Reis, A.; Kageyama, P.Y.; Reis, M.S. & Fantini, A. 1996. Demografia de Euterpe edulis Martius (Arecaceae) em uma Floresta Ombrófila Densa Montana, em Blumenau (SC). Sellowia, 45:5-37.

Reis, M.S. 1996. Manejo sustentado de plantas medicinais em ecossistemas tropicais. p. 199-215. In: Di Stasi, L.C. (org.). Plantas Medicinais arte e ciência – um guia de estudo interdisciplinar. Editora da Universidade Estadual Paulista. 230p.

Reis, M.S.; Mariot, A.; Conte, R. & Guerra, M.P. 2002. Aspectos do manejo de recursos da Mata Atlântica no contexto ecológico, fundiário e legal. p. 103-118. In: Simões, L.L. & Lino, C.F. Sustentável Mata Atlântica a exploração de seus recursos florestais. Editora SENAC. 215p.

Reis, M. S.; Peroni, N.; Mariot, A.; Steenbock, W.; Filippon, S.; Silva, C.V. & Mantovani, A. 2010. Uso sustentável e domesticação de espécies da Floresta Ombrófila Mista. p.183-214. In: Ming, L.C.; Amorozo, M.C.M. & Kffuri, C.W. (orgs.). Agrobiodiversidade no Brasil: experiências e caminhos da pesquisa. NUPEEA. 308p.

Reitz, R. 1983. Bromeliáceas e a malária – bromélia endêmica. Flora ilustrada Catarinense. 559p. Santa Catarina. 1986. Gabinete de Planejamento e Coordenação Geral. Sub-chefia de Estatística, Geografia e Informática. Atlas de Santa Catarina. 173p.

Santos, D.S. 2001. Biologia reprodutiva de Bromelia antiacantha Bertol. (Bromeliaceae) em uma população natural sob cobertura de Floresta Ombrófila Mista. Dissertação. (Mestrado em Recursos Genéticos Vegetais). Universidade Federal de Santa Catarina. 96p.

Schroth, G.; Mota, M.S.S.; Lopes, R. & Freitas, A.F. 2004. Extractive use, management and in situ domestication of a weedy palm, Astrocaryum tucumã, in the central Amazon. Forest Ecology and Management, 202:167-179.

Sinha, A. & Bawa, K.S. 2002. Harventing techniques, hemiparasites and fruit production in two nontimber forest tree species in south Índia. Forest Ecology and Management, 168:289-300.

Souza, A.F.; Martins, F.R. & Bernacci, L.C. 2003 Clonal growth and reproductive strategies of the understory tropical palm Geonoma brevispatha: an ontogenetic approach. Canadian Journal of Botany-Revue Canadienne de Botanique, 81(2):101-112.

Sokal, R.R. & Rohlf, F.J. 1997. Biometry. 3 ed. Freeman and Company. 887p.

Talora, D.C. & Morellato, P. 2000. Fenologia de espécies arbóreas em floresta de planície litorânea do sudeste do Brasil. Revista Brasileira de Botânica, 23(1):13-26.

Ticktin, T. 2004. The ecological implications of harvesting non-timber Forest products. Journal of Applied Ecology, 4:11-21.

Yates, C.J. & Ladd, P.G. 2004. Breeding system, pollination and demography in the rare granite endemic shrub Verticordia staminosa ssp staminosa in south-west Western Australia. Austral Ecology, 29(2):189-200.

Zhang,Y. & Zhang, D. 2006. Asexual and sexual reproductive strategies in clonal plants. Acta Phytoecologica Sinica, 20(1):174-183

Downloads

Publicado

17/12/2012

Edição

Seção

Uso e manejo de recursos vegetais em unidades de conservação