Macroinvertebrados aquáticos como bioindicadores no processo de licenciamento ambiental no Brasil

Autores

  • Daniel F. Buss Instituto Oswaldo Cruz - FIOCRUZ, Laboratório de Avaliação e Promoção da Saúde Ambiental. Av Brasil, 4365, Manguinhos, Rio de Janeiro, RJ. CEP 21045-900.
  • Fabio de Oliveira Roque Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, UFMS, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Cidade Universitária, Campo Grande, MS. CEP 79070-900.
  • Kathia Cristhina Sonoda Embrapa Meio Ambiente. Rodovia SP 340, km 127,5, Tanquinho Velho, Jaguariúna, SP. Caixa Postal 69 13820-0.
  • Paulino Barroso Medina Junior Universidade Federal da Grande Dourados, UFGD, Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais, Dourados, MS. CEP 79804-970.
  • Mauricio Stefanes Universidade Federal da Grande Dourados, UFGD, Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais, Dourados, MS. CEP 79804-970.
  • Hélio Rubens Victorino Imbimbo Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, CETESB. Avenida Professor Frederico Hermann Jr., 345, São Paulo, SP. CEP 05459-900.
  • Mônica Luisa Kuhlmann Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, CETESB. Avenida Professor Frederico Hermann Jr., 345, São Paulo, SP. CEP 05459-900.
  • Marta Condé Lamparelli Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, CETESB. Avenida Professor Frederico Hermann Jr., 345, São Paulo, SP. CEP 05459-900.
  • Leandro Gonçalves Oliveira Laboratório de Análise e Gerenciamento Ambiental e de Recursos Hídricos, LAMARH-ICB-UFG, Goiânia, GO. CEP 74001-970.
  • Joseline Mollozzi 7 Universidade Estadual da Paraíba, Centro de Ciências e da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação, Laboratório de Ecologia de Bentos. Rua da Baraúnas, Bairro Bodocongó, Campina Grande, PB.
  • Mônica de Cássia Souza Campos Centro de Inovação e Tecnologia SENAI FIEMG – Campus CETEC. Av José Cândido da Silveira, 2000. CEP 31035536, Belo Horizonte, MG Brasil.
  • Marília Vilela Junqueira Centro de Inovação e Tecnologia SENAI FIEMG – Campus CETEC. Av José Cândido da Silveira, 2000. CEP 31035536, Belo Horizonte, MG Brasil.
  • Raphael Ligeiro Universidade Federal do Pará, Instituto de Ciências Biológicas, Laboratório de Ecologia e Conservação. Rua Augusto Corrêa, 01, Guamá, Belém, PA. CEP 66075-110.
  • Timothy Peter Moulton Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes, Departamento de Ecologia. Rua São Francisco Xavier, 524, Maracanã, Rio de Janeiro, RJ. CEP 20550-013.
  • Neusa Hamada Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Coordenação de Biodiversidade, INPA/CBio. Avenida André Araújo 2936, Petrópolis, Manaus, AM. CEP 69067-375.
  • Riccardo Mugnai Laboratório de Aracnologia, Departamento de Invertebrados, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Museu Nacional. Quinta da boa vista sn, São Cristovão, Rio de Janeiro, RJ. CEP 21040-360.
  • Darcilio F. Baptista Laboratório de Avaliação e Promoção da Saúde Ambiental, Instituto Oswaldo Cruz, FIOCRUZ. Av Brasil, 4365, Manguinhos, Rio de Janeiro, RJ. CEP 21045-900

DOI:

https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v6i1.535

Palavras-chave:

avaliação ambiental, biomonitoramento, ecossistemas aquáticos, gestão ambiental, insetos aquáticos

Resumo

Licenciamento ambiental no Brasil é um procedimento com vários níveis e etapas, concebido como ferramenta preventiva aos potenciais danos ambientais causados pela implantação de empreendimentos. Embora este procedimento seja obrigatório desde meados da década de 1980, ainda é limitado no que diz respeito ao uso de informações biológicas para a avaliação e o monitoramento de ambientes aquáticos. Neste processo, o órgão licenciador (federal, estadual ou municipal) define as variáveis a serem medidas, tendo como referência o tipo e a magnitude do empreendimento e as características específicas do local proposto para sua instalação. Respostas biológicas devem ser usadas para medir os impactos sobre ecossistemas aquáticos e os macroinvertebrados constituem um grupo que apresenta vantagens como bioindicadores, sendo os mais utilizados para este fim. Em 2011, o Grupo de Trabalho Intersetorial em Biomonitoramento foi criado para discutir o uso de macroinvertebrados em programas de monitoramento. Este trabalho apresenta as reflexões e propostas deste grupo e fornece subsídios para a inclusão destes organismos nos termos de referência a serem aplicados nos processos de licenciamento ambiental no Brasil.

Biografia do Autor

Daniel F. Buss, Instituto Oswaldo Cruz - FIOCRUZ, Laboratório de Avaliação e Promoção da Saúde Ambiental. Av Brasil, 4365, Manguinhos, Rio de Janeiro, RJ. CEP 21045-900.

Laboratório de Avaliação e Promoção da Saúde Ambiental

Fabio de Oliveira Roque, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, UFMS, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Cidade Universitária, Campo Grande, MS. CEP 79070-900.

Centro de Ciências Biológicas e da Saúde

Paulino Barroso Medina Junior, Universidade Federal da Grande Dourados, UFGD, Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais, Dourados, MS. CEP 79804-970.

Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais

Mauricio Stefanes, Universidade Federal da Grande Dourados, UFGD, Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais, Dourados, MS. CEP 79804-970.

Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais

Referências

Baptista, D.F.; Buss, D.F.; Egler, M.; Giovanelli, A.; Silveira, M.P. & Nessimian, J.L. 2007. A multimetric index based on benthic macroinvertebrates for evaluation of Atlantic Forest streams at Rio de Janeiro State. Hydrobiologia, 575: 83-94.

Baptista, D.F.; Henriques-Oliveira, A.L.; Oliveira, R.B.S.; Mugnai, R.; Nessimian, J.L. & Buss, D.F. 2013. Development of a benthic multimetric index for the Serra da Bocaina bioregion in Southeast Brazil. Brazilian Journal of Biology, 73(3): 573-583.

Barbour, M.T.; Gerritsen, J.; Snyder, B.D. & Stribling, J.B. 1999. Rapid Bioassessment Protocols for use in streams and wadeable rivers: periphyton, benthic macroinvertebrates and fish. 2nd edition. EPA 841-B-99-002. US Environmental Protection Agency, Office of Water, Washington, DC.

Buss, D.F. & Borges, E.L. 2008. Application of rapid bioassessment protocols (RBP) for benthic macroinvertebrates in Brazil: comparison between sampling techniques and mesh sizes. Neotropical Entomology, 37: 288-295.

Buss, D.F. & Vitorino, A. 2010. Rapid bioassessment protocols using benthic macroinvertebrates in Brazil: evaluation of taxonomic sufficiency. Journal of the North American Benthological Society, 29: 562-571.

Buss, D.F.; Carlisle, D.M.; Chon, T.-S.; Culp, J.; Harding, J.S.; Keizer-Vlek, H.E.; Robinson, W.A.; Strachan, S.; Thirion, C. & Hughes, R.M. 2015. Stream biomonitoring using macroinvertebrates around the globe: a comparison of large-scale programs. Environmental Monitoring and Assessment, 187: 4132. DOI 10.1007/s10661-014-4132-8.

Bonada, N.; Prat, N.; Resh, V.H. & Statzner, B. 2006. Developments in aquatic insect biomonitoring: a comparative analysis of recent approaches. Annual Review of Entomology, 51: 495-523.

Clarke, R.T. & Hering, D. 2006. Errors and uncertainty in bioassessment methods – major results and conclusions from the STAR project and their applications using STARBUGS. Hydrobiologia, 566: 433-439.

Couceiro, S.R.M.; Hamada, N.; Forsberg, B.R.; Pimentel, T.P. & Luz, S.L.B. 2012. A macroinvertebrate multimetric index to evaluate the biological condition of streams in the Central Amazon region of Brazil. Ecological Indicators, 18: 118-125.

Ferreira, W.R.; Paiva, L.T. & Callisto, M. 2011. Development of a benthic multimetric index for biomonitoring of a neotropical watershed. Brazilian Journal of Biology, 71: 15-25.

Froehlich, C.G. (org.). 2007. Guia on-line: Identificação de larvas de insetos aquáticos do Estado de São Paulo. . (acesso em 22/01/2016)

Hamada, N.; Nessimian, J.L. & Querino R.B. 2014 (Eds) Insetos aquáticos na Amazônia brasileira: taxonomia, biologia e ecologia. Editora do INPA. 724p.

Heink, U. & Kowarik, I. 2010. What are indicators? On the definition of indicators in ecology and environmental planning. Ecological Indicators, 10: 584-593.

Hughes, R.M. & Peck, D.V. 2008. Acquiring data for large aquatic resource surveys: the art of compromise among science, logistics, and reality. Journal of the North American Benthological Society, 27: 837-859.

Junqueira. M.V. & Campos, M.C.S.1998. Adaptation of the BMWP Method for Water Quality Evaluation to Rio das Velhas Watershed, MG – Brazil. Acta Limnologica Brasiliensis, 10: 125-135.

Junqueira, M.V.; Friedrich, G. & Pereira de Araujo, P.R. 2010. A saprobic index for biological assessment of river water quality in Brazil (Minas Gerais and Rio de Janeiro states). Environmental Monitoring and Assessment, 163(1-4): 545-554.

Kuhlmann, M.L.; Johnscher-Fornasaro, G.; Ogura, L.L. & Imbimbo, H.R.V. 2012. Protocolo para o biomonitoramento com as comunidades bentônicas de rios e reservatórios do estado de São Paulo. São Paulo: CETESB. (acesso em 22/01/2016)

Ligeiro, R.; Ferreira, W.; Hughes, R.M. & Callisto, M. 2013. The problem of using fixed-area subsampling methods to estimate macroinvertebrate richness: a case study with Neotropical stream data. Environmental Monitoring and Assessment, 185: 4077-4085.

Macedo, D.R.; Hughes, R.M.; Ferreira, W.R.; Firmiano, K.R.; Silva, D.R.O.; Ligeiro, R.; Kaufmann, P.R. & Callisto, M. 2016. Development of a benthic macroinvertebrate multimetric index (MMI) for Neotropical Savanna headwater streams. Ecological Indicators, 64: 132-141.

Melo, A.S. 2005. Effects of taxonomic and numeric resolution on the ability to detect ecological patterns at a local scale using stream macroinvertebrates. Archiv für Hydrobiologie, 164: 309-323.

MCT, Ministério da Ciência e Tecnologia. 2006. Diretrizes e estratégias para modernização de coleções biológicas brasileiras e a consolidação de sistemas integrados de informação sobre biodiversidade. Brasília, DF.

Molozzi, J.; Feio, J.M.; Salas, F.; Marques, J.C. & Callisto, M. 2012. Development and test of a statistical model for the ecological assessment of tropical reservoirs based on benthic macroinvertebrates. Ecological Indicators, 23: 155-165.

Moreno, P.; Franca, J.S.; Ferreira, W.R.; Paz, A.D.; Monteiro, I.M. & Callisto, M. 2009. Use of the BEAST model for biomonitoring water quality in a neotropical basin. Hydrobiologia, 630: 231-242.

Monteiro, T.R.; Oliveira, L.G. & Godoy, B.S. 2008. Biomonitoramento da qualidade da água utilizando macroinvertebrados: adaptação do índice biótico BMWP à bacia do rio Meia Ponte-GO. Oecologia Brasiliensis, 12: 553-563.

Mugnai, R.; Oliveira, R.B.S.; Carvalho, A.L. & Baptista, D.F. 2008. Adaptation of the Indice Biotico Esteso (IBE) for water quality assessment in rivers of Serra do Mar, Rio de Janeiro State, Brazil. Tropical Zoology, 21: 57-74.

Mugnai, R.; Nessimian, J.L. & Baptista, D.F. 2010. Manual de Identificação de Macroinvertebrados Aquáticos do Estado do Rio de Janeiro: Para atividades técnicas, de ensino e treinamento em programas de avaliação da qualidade ecológica dos ecossistemas lóticos. Technical Books Editora. 176p.

Museu Paraense Emílio Goeldi, PPBio. 2012. Protocolo 6 – Invertebrados Aquáticos. (acesso em 22/01/2016)

Niemi, G.J. & McDonald, M.E. 2004. Application of ecological indicators. Annual Review of Ecology, Evolution and Systematics, 35: 89-111.

OECD, Organisation for Economic Co-Operation Development, (2003). Core Environmental Indicators. Development Measurement and Use. OECD, Paris, 37 pp.

Oliveira, R.B.S.; Mugnai, R.; Castro, C.M. & Baptista, D.F. 2011. Determining subsampling effort for the development of a rapid bioassessment protocol using benthic macroinvertebrates in streams of southeastern Brazil. Environmental Monitoring and Assessment, 175: 75-85.

Roque, F.O.; Buss, D.F.; Abes, S.S.; Stefanes, M.; Juen, L. & Siqueira, T. 2014. Insetos aquáticos no âmbito de instrumentos de gestão ambiental: caminhos ainda pouco explorados, p. 129-140. In: Hamada, N.; Nessimian, J.L. & Querino, R.B. (orgs.). Insetos Aquáticos na Amazônia brasileira: taxonomia, biologia e ecologia. Manaus: Editora do INPA.

Rosenberg, D.M. & Resh, V.H. (eds.). 1993. Freshwater Biomonitoring and Benthic Macroinvertebrates. New York: Chapman & Hall. 488p.

Sánchez, L.E. 2008. Avaliação de impacto ambiental – conceitos e métodos.

São Paulo, Oficina de Textos. 495p. São Paulo, 2013. Resolução SMA Nº 100, de 17 de outubro de 2013. Diário Oficial do Estado de São Paulo, Seção I, 123 (200) p. 41.

Schneck, F. & Melo, A.S. 2010. Reliable sample sizes for estimating similarity among macroinvertebrate assemblages in tropical streams. Annales de Limnologie – International Journal of Limnology, 46: 93-100.

Segura, M.O.; Valente-Neto F. & Fonseca-Gessner A.A. 2011. Elmidae (Coleoptera, Byrrhoidea) larvae in the state of São Paulo, Brazil: Identification key, new records and distribution. ZooKeys, 151: 53-74.

Siqueira, T.; Bini, L.M.; Roque, F.O. & Cottenie, K. 2012. A metacommunity framework for enhancing the effectiveness of biological monitoring strategies. PLoS ONE, 7: e43626. http://dx.doi.org/10.1371/journal. pone.0043626. PMid:22937068

Trivinho-Strixino, S. 2014. Ordem Diptera. Família Chironomidae. Guia de identificação de larvas, p. 457-660. In: Hamada, N.; Nessimian, J.L. & Querino, R.B. (orgs.). Insetos aquáticos na Amazônia brasileira: taxonomia, biologia e ecologia. Manaus: Editora do INPA.

Downloads

Publicado

07/03/2016

Edição

Seção

Pesquisa e manejo de Unidades de Conservação