<b> Dados biométricos e fisiológicos de Saguinus martinsi martinsi em floresta de terra firme, Amazônia, Brasil / Biometric and physiological Data on Saguinus martinsi martinsi in a Terra Firme Forest, Brazilian Amazon </b>

Autores

  • Pietro de Oliveira Scarascia
  • Fabiano Rodrigues de Melo Universidade Federal de Goiás, Regional Jataí

DOI:

https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v7i2.646

Resumo

O bioma Amazônico corresponde a uma enorme parcela da superfície terrestre, sendo que o Brasil abriga a maior parte de suas florestas. Nesse bioma, encontra-se a maior biodiversidade de primatas do mundo, com cerca de 20% de todos os táxons descritos para esse grupo. Somente nas últimas três décadas, uma espécie nova de primata é descoberta no bioma por ano. Por serem animais essencialmente arborícolas e dependerem de um nicho ecológico composto por árvores, os primatas de florestas tropicais representam um elemento-chave para estratégias de conservação, tanto para monitoramento em áreas primárias como para manutenção de áreas degradadas. Saguinus martinsi martinsi está distribuído ao norte do rio Amazonas, entre os rios Nhamundá e Erepecurú, a oeste do estado do Pará. Poucos estudos foram realizados acerca desse táxon e não existe nenhum que aborde sua biologia. Para preencher a lacuna de conhecimento, este projeto objetivou a análise biométrica e fisiológica de indivíduos capturados na natureza, com um processo de captura dividido em etapas. No total, foram 16 indivíduos capturados, de três grupos distintos, sendo: oito machos, sete fêmeas e um indefinido, dos quais 11 eram adultos, três subadultos, um jovem e um filhote. Houve significativa diferença entre o tamanho dos caninos dos machos e das fêmeas, e também dos movimentos respiratórios por minuto. O método de captura mostrou-se eficiente, podendo ser utilizado como modelo para outros estudos envolvendo o gênero Saguinus ou mesmo calitriquídeos de modo geral. ABSTRACT Martins’ bare-faced tamarin, Saguinus martinsi, occurs north of the Rio Amazonas between the rios Nhamundá and Erepecurú, in the west of the state of Pará. Very few studies have addressed the ecology of this species. The principal goal of this study was to perform a biometric and physiological analysis of wild-caught tamarins. Sixteen individuals were captured from three groups: eight males, seven females, and one unidentified. Of these, 11 were adults, three were sub-adults, one was a juvenile and one was an infant. There were significant differences between males and females in the size of the canines and the respiration rate per minute. The capture method was efficient, and could serve as a model for other studies of tamarins, genus Saguinus, and callitrichids in general. RESUMEN Datos biométricos y fisiológicos de Saguinus martinsi martinsi en un Bosque de Terra Firme, Amazonia Brasilera Saguinus martinsi se distribuye en el norte del río Amazonas entre los ríos Nhamundá y Erepecurú, al oeste del estado de Pará. Pocos estudios se han hecho sobre esta espécie y no hay ninguno que aborde su ecología. Con el fin de tratar de llenar el vacío de conocimiento sobre esta especie, este proyecto tenía como objetivo el análisis biométrico y fisiológica de individuos capturados en la naturaleza. El proceso de captura se dividió en cinco etapas: de la encuesta a través del censo por Transecto Lineal hasta las drogas utilizadas en la sedación de los animales capturados. En total, se capturaron 16 animales de tres grupos diferentes, siendo ocho machos, siete hembras y uno no identificado. De estos animales, 11 son adultos, tres sub-adultos, uno juvenil y un infante. Hubo diferencias significativas entre el tamaño de los caninos machos y hembras, así como los movimientos respiratorios por minuto. El método de captura mostró ser eficiente, con la posibilidad de ser utilizado como modelo para otros estudios que involucren el género Saguinus o incluso con los callitricidas en general.

Biografia do Autor

Fabiano Rodrigues de Melo, Universidade Federal de Goiás, Regional Jataí

Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Viçosa (1995), mestrado em Genética e Melhoramento pela Universidade Federal de Viçosa (1999), doutorado em Ecologia (Conservação e Manejo da Vida Silvestre) pela Universidade Federal de Minas Gerais (2004) e pós-doutorado em Antropologia (2013) pela University of Wisconsin, Madison, WI, Estados Unidos. É professor Associado I do curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Goiás (Regional Jataí) e orientador de mestrado e de doutorado dos programas de pós-graduação em Ciências Ambientais (CIAMB) pela UFG, Campus Samambaia, em Ecologia e Conservação pela UNEMAT, Campus Nova Xavantina (Mato Grosso) e de Ecologia, Conservação e Manejo de Vida Silvestre pela UFMG, Belo Horizonte (Minas Gerais). Também orienta, nível de mestrado, o curso de pós-graduação em Biodiversidade Animal pela UFG, Campus Samambaia. Entre os anos de 2005 e 2007, foi presidente da Sociedade Brasileira de Primatologia e, entre 2007 e 2009, exerceu o mandato como vice-tesoureiro. Atualmente, também atua como coordenador para o Brasil do Primate Specialist Group, associado à Species Survival Commission (PSG/SSC), divisão da International Union For Conservation Of Nature and Natural Resources (IUCN). Presidiu o Centro de Estudos Ecológicos e Educação Ambiental (CECO-MG) entre 2006 e 2014 e é um dos membros-fundadores do Instituto de Pesquisas da Mata Atlântica (IPEMA) e do Muriqui Instituto de Biodiversidade (MIB). Tem seu registro profissional no Conselho Regional de Biologia - 4a. região e possui ampla experiência em Ecologia e Zoologia, com ênfase em Conservação das Espécies Animais e Ecologia Aplicada, atuando principalmente nos seguintes temas: biodiversidade, primatas, ecologia da paisagem, conservação, mastofauna e fauna ameaçada de extinção.

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Publicado

13/05/2018