Comércio de Caça na Região da Estação Ecológica Raso da Catarina, Bahia, Brasil

Autores

  • Micaele Karolaine Pereira dos Santos Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA)/Universidade Federal de Sergipe.
  • Carlos Ramón Ruiz-Miranda Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Recursos Naturais/Laboratório de Ciências Ambientais. Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro/UENF,
  • Daniela Teodoro Sampaio Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA)/Universidade Federal de Sergipe.

DOI:

https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v8i1.758

Resumo

A caça de animais silvestres é uma das formas de exploração da fauna mais antigas que se tem conhecimento e vem sendo apontada como uma das principais razões de ameaça à vida silvestre. Este estudo registrou as espécies caçadas e sua importância para fins comerciais e analisou a estrutura do comércio da caça praticada na região da Estação Ecológica Raso da Catarina (ESEC Raso da Catarina), no estado da Bahia, Brasil. Foi utilizado o método de pesquisa em triangulação de dados, com base em entrevistas semiestruturadas com caçadores, funcionários do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) da ESEC Raso da Catarina e policiais da Companhia de Policiamento Especializado da Caatinga (CIPE/Caatinga). Como índice quantitativo foi calculado o Valor de Uso das espécies para demonstrar a importância das mesmas em função do uso na caça. Para compreender a estrutura do comércio de caça na região foi realizada análise de Classificação Hierárquica Descendente (CHD) no software Iramuteq. Os entrevistados citaram 10 espécies caçadas para fins comerciais pertencentes aos grupos dos mamíferos e aves. Os maiores Valores de Uso foram para o tatu-verdadeiro (Dasypus novemcinctus) (VU=0,63) e tatu-peba (Euphractus sexcinctus) (VU=0,58), cujos valores comerciais variaram entre R$ 30 e 80 reais. O estudo demonstrou que existe comércio de caça na região, os compradores são de Paulo Afonso, Jeremoabo, Santa Brígida e região e a apreciação pelo sabor da carne é a maior motivação. A venda ocorre de forma simples e em escala local, a caça é oferecida localmente pelos caçadores da região ou encomendada por atravessadores e revendida em feiras da região. O estudo recomenda a intensificação da fiscalização e parcerias com agências de polícias, assim como e a implementação de programas de geração de renda e educação ambiental para sensibilização da população sobre os impactos do consumo da carne de caça.

Biografia do Autor

Micaele Karolaine Pereira dos Santos, Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA)/Universidade Federal de Sergipe.

Graduada em Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente pelo Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente da Universidade Federal de Sergipe (PRODEMA-UFS). Atua em pesquisas relacionadas à caça e ao tráfico de animais silvestres visando contribuir com estratégias de conservação ambiental para áreas protegidas.

Carlos Ramón Ruiz-Miranda, Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Recursos Naturais/Laboratório de Ciências Ambientais. Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro/UENF,

Carlos R Ruiz-Miranda, é Etólogo, e atua principalmente nos temas comportamento aplicado a conservação, especialmente reintrodução de fauna, comunicação animal e bioacústica e comportamento social e dispersão. Trabalha principalmente em primatas e aves, mas tem interesse em anfibios. Possui graduação em Biologia - Tulane University of Louisiana (1985) e doutorado em Animal Behavior - University Of California Davis (1991). Foi Pesquisador do National Zoological Park do Smithsonian Institution de 1992-1997. Hoje é Professor Associado da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (desde 1997), Pesquisador (desde 1993) e atual Presidente da Associação Mico Leão Dourado, Membro da IUCN (representante de meso e sul America no RSG/SSC). Na UENF coordena o SERCAS (Setor de Etologia, Reintrodução e Conservação de Animais Silvestres) desde 2007.

Daniela Teodoro Sampaio, Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA)/Universidade Federal de Sergipe.

Professora Colaboradora do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA), Universidade Federal de Sergipe. Affiliate faculty member in the Department of Human Dimensions of Natural Resources, Colorado State University. Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais pela Universidade Estadual Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), Mestrado em Teoria e Pesquisa do Comportamento pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e Graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Atuação em Governança contra crimes de caça e tráfico de animais silvestres, Governança Ambiental, Cidades Sustentáveis e Unidades de Conservação.University. Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais pela Universidade Estadual Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), Mestrado em Teoria e Pesquisa do Comportamento pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e Graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Atuação em Governança contra crimes de caça e tráfico de animais silvestres, Governança Ambiental, Cidades Sustentáveis e Unidades de Conservação.

Downloads

Publicado

09/05/2023

Edição

Seção

Caça: subsídios para gestão de unidades de conservação e manejo de espécies (v. 1)