A Ocorrência de Fogo Influencia o Estrato Arbóreo das Formações Monodominantes de Tabebuia aurea “Paratudal” no Pantanal de Miranda MS?

Autores

  • Daniel Armando Manrique Pineda Laboratorio de ecologia vegetal, Instituto de Biologia, Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Ibama), Campo Grande, Brasil
  • Geraldo Alves Damasceno Junior Laboratorio de ecologia vegetal, Instituto de Biologia, Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Ibama), Campo Grande, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v9i1.973

Resumo

O Pantanal encontra-se no centro do continente sul americano principalmente no Brasil com aproximadamente 138.183 Km² localizado nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A complexidade geomorfológica e a coleta das aguas dos rios que descem para o Pantanal com as chuvas locais (Outubro a Março), geram um ciclo de inundação que varia constantemente, organizando distintas paisagens com fitofisionomias próprias que influenciam na distribuição das espécies. Algumas das principais formações vegetais da região são as formações monodominantes, que estão associadas a situações especificas de níveis de inundação e podem apresentar diversas espécies como dominantes de acordo com a região. A formação monodominante de Tabebuia aurea (Bignoniaceae) conhecida localmente como “Paratudal”, é comumente associada às zonas de maior influência de inundação, como da ação do fogo (principal filtro ambiental das savanas). A importância que tem para a comunidade (medicinal, econômico, social, entre outros) e a ausência de trabalhos sob influência de fogo na comunidade faz que seja importante este tipo de pesquisa na elaboração de planos de conservação que beneficiem o Pantanal. Este estudo objetiva analisar o impacto do fogo sob diferentes frequências, na comunidade arbórea de Tabebuia aurea dos últimos 15 anos no Pantanal de Miranda. Foram selecionadas 39 áreas com frequências de fogo entre 2 até 9 anos repetidos dos últimos 14 anos (2003 – 2017), através de imagens de satélite e focos de calor. 4 parcelas de 25x25 em cada área foram instaladas, coletando todos os indivíduos arbóreos com CAP igual ou maior a 10cm para realizar testes estadísticos de distribuição de espécies e riqueza em relação ao impacto do fogo e nível da água. Testes preliminares de GLM evidenciam uma clara relação na diminuição de abundancia e riqueza em áreas com maior frequência de fogo comparadas com áreas de menor frequência, causando o mesmo efeito em relação ao aumento do nível de água. Acreditamos que futuros testes em relação à interação do fogo e a inundação forneçam informações mais completas e detalhadas da resposta da comunidade do Paratudal e sua composição de espécies, além de incluir dados da área basal, densidade e espécies indicadoras.

 

Biografia do Autor

Daniel Armando Manrique Pineda, Laboratorio de ecologia vegetal, Instituto de Biologia, Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Ibama), Campo Grande, Brasil

Licenciado em Biologia, atual estudante de segundo ano de mestrado no curso de Biologia Vegetal na UFMS, conhecimentos no campo da educação e disciplinar, trabalhando atualmente com ecologia vegetal, especificamente interação fogo e inundação em comunidades monodominantes do Pantanal. E inscrito em outros projetos relacionados ao fogo como Prevfogo que envolve pessoal da UFMS, IBAMA, entre outros.

Geraldo Alves Damasceno Junior, Laboratorio de ecologia vegetal, Instituto de Biologia, Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Ibama), Campo Grande, Brasil

PHD pela Universidade de Hamburgo, professor ativo na UFMS- Laboratorio de Botánica. Todo o relacionado ao conhecimento da Botánica, fitofissionomias e Ecologia de comunidade vegetais.

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Publicado

15/11/2019