A qualificação de educadores sobre as restingas da região dos Lagos/RJ
Avaliação e Perspectivas
DOI:
https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v10i2.1455Palavras-chave:
Centro de Diversidade Vegetal de Cabo Frio, educação e interpretação ambiental, ensino fundamental e médio, material didático, rede pública de ensinoResumo
Um obstáculo à conservação é a falta de acesso da população à s principais questões socioambientais de cada região. Com a ção do material didático "Fichas dos seres do Centro de Diversidade Vegetal de Cabo Frio: a restinga de Massambaba", organizou-se um curso voltado para educadores dos municípios de Cabo Frio, Arraial do Cabo e Saquarema, RJ. O Curso de Qualificação de Educadores sobre as Restingas da Região dos Lagos visou orientar professores do ensino público fundamental e médio quanto ao uso desse inovador material didático e discutir as principais características e questões ambientais dos ecossistemas costeiros da região. Objetivamos aqui analisar a percepção dos professores com relação ao conteúdo do curso, verificar se as fichas vêm sendo utilizadas em suas atividades de ensino e identificar possíveis problemas enfrentados. A avaliação foi feita em três momentos: no último dia do curso, quinze dias após, e um ano e três meses da sua realização, na forma de questionários e comunicação online. Participaram do curso 29 professores de 18 escolas, que têm influência direta sobre cerca de 2.500 alunos. A análise conjunta das três avaliações evidenciou que tanto o material didático quanto o curso oferecido foram muito bem avaliados; que o material didático produzido está sendo mais usado em sala de aula do que em idas à restinga; e que o uso das fichas dos seres despertou maior interesse dos alunos pelos assuntos abordados. Constatamos, entretanto, pelo baixo índice de retorno em relação à s segunda e terceira avaliações, que houve certa desmobilização/desmotivação dos professores. Sugerimos ampliar a inserção e utilização das fichas dos seres para outros segmentos da sociedade da região de Cabo Frio, e que diretores/coordenadores pedagógicos das escolas atuem como catalisadores do processo, em vez de os professores atuarem de forma individualizada.Referências
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