Sazonalidade e correlação entre emissões de gases estufa e variáveis ambientais em áreas florestais distintas na Amazônia
DOI:
https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v11i4.1779Palavras-chave:
Balanço de carbono , fluxos turbulentos, micrometeorologiaResumo
As especificidades dos padrões sazonais de CO2 e H2O atmosférico e suas relações com variáveis meteorológicas em distintas áreas de floresta na Amazônia são um conhecimento extremamente necessário para se construir as bases de protocolos de mitigação à s mudanças climáticas, dada a importância da Amazônia na regulação do clima regional e global. Com base nisso, este estudo se propõe a comparar a interação Biosfera-Atmosfera em duas fisionomias distintas de floresta: A FLONA do Tapajós (K67), no Pará, e o Sítio Javaés, localizado no Parque Estadual do Cantão (Ilha do Bananal, Tocantins). Foram analisados os diferentes regimes hídricos, médias horárias e mensais de temperatura e umidade relativa do ar, fluxo de emissão de CO2 pela vegetação e médias horárias e sazonais de concentração de H2O e CO2, bem como os padrões horários e sazonais do fluxo turbulento de CO2. Os resultados indicam que o balanço de carbono nos sítios possui grande diferença, onde o sítio do K67 se mostra em equilíbrio em relação as emissões para a atmosfera, podendo atuar como pequena fonte ou sumidouro de CO2 dependendo dos controles energéticos e pluviais do local, enquanto o sítio do Bananal indica um considerável sumidor de CO2 ao longo do ano, tendo suas interações com a atmosfera controlados muito mais pelo ciclo de inundação do sítio.Â
Referências
ANA. Estação convencional 51190000, Ponte de Ligação Andaraí - BR 242. <http://www.snirh.gov.br/ hidroweb/serieshistoricas>. Acesso em: 17/12/2020.
Alves BCC, Souza Filho FA & Silveira CS. Análise de Tendências e Padrões de Variação das Séries Históricas de Vazões do Operador Nacional do Sistema (ONS). Revista Brasileira de Recursos Hídricos, 18(4): 19-34. 2013.
Aranzabal IA & Oliveira CAD. A gestão pública das águas e os conflitos territoriais na Bacia Hidrográfica do rio Paraguaçu. 2019. <https://cptba.org.br/wp-content/ uploads/2019/11/Artigo-Paragua%C3%A7u.pdf.> Acesso em: 14/04/2021.
Aulete. Marimbu. Aulete Dicionário Digital. Acesso em: 12/04/2020.
Ávila PLR & Brito JIB. Relação entre a Oscilação Decadal do Pacifico e a variabilidade de precipitação de Campina Grande, PB. Ciência & Natura, 37: 159- 162. 2015.
Ayres M, Ayres Jr M, Ayres DL & Santos AAS. 2007. Bioestat 5.3. Aplicações estatísticas nas áreas das ciências biológicas e médicas. IDSM. 384p.
Carvalho CJR. 2000. Ecofisiologia do dendezeiro (Elaeis guineensis Jacq.), p. 89-124. In: Viégas JM & Müller AA. A cultura do dendezeiro na Amazônia brasileira. 1 Ed. Embrapa, 320p.
Chen D, Cane MA, Kaplan A, Zebiak SE & Huang D. Predictability of El Niño over the past 148 years. Nature, 428(15): 733-736. 2004.
CONAMA. 2005. Resolução no 357, de 17 de março de 2005. Diário Oficial da União. <http://www2.mma.gov. br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=459>. Acesso em: 20/03/2021.
CONAMA. 1994. Resolução nº 5, de 4 de maio de 1994. Diário Oficial da União. <http://www2.mma. gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=146>. Acesso em : 04/04/2021.
Couto APL, Funch LS & Conceição AA. Composição florística e fisionomia de floresta estacional semidecídua submontana na Chapada Diamantina, Bahia, Brasil. Rodriguésia, 61(2): 391-405. 2011.
CPRM. 1994. Projeto Chapada Diamantina. Parque Nacional da Chapada Diamantina - BA. Informações básica para gestão territorial: diagnóstico do meio físico e da vegetação. 1 Ed. CPRM - IBAMA. 104p.
França F, Melo E, Oliveira IB, Reis ATCV, Alves GL & Costa MF. Plantas vasculares das áreas alagadas dos Marimbus, Chapada Diamantina, BA, Brasil. Hoehnea, 37(4): 719-730. 2010.
Godinho LR & Santos ACA. Dieta de duas espécies de peixes da família Cichlidae (Astronotus ocellatus e Cichla pinima) introduzidos no rio Paraguaçu, Bahia. Biotemas, 27: 83-91. 2014.
OLL. Impacto do uso do filtro - velocidade de fricção - em estimativas anuais de carbono sobre ecossistemas de pastagem natural. Ciência e Natura, 42: e7, 2020.
Alves EM. Fluxos de energia, vapor d'água e CO2 entre a vegetação e a atmosfera no agreste meridional de Pernambuco. Recife: Universidade Federal de Pernambuco. 96p. Tese Doutorado, 2015.
Aubinet M et al. Estimates of the annual net carbon and water exchange of forests: the EUROFLUX methodology, Adv. Eco. Res., 30: 113-175, 1999.
Alves EG et al. Seasonality of isoprenoid emissions from a primary rainforest in central Amazonia. Atmospheric Chemistry and Physics, 16: 3903-3925, 2016.
Araújo AC et al. Comparative measurements of carbon dioxide fluxes from two nearby towers in a central Amazonian rainforest: The Manaus LBA site, Journal of Geophysical Research, New York, 107(D20): 8090, 2002.
Biudes Ms, Campelo Júnior JH, Nogueira JS & Sanches L. Estimativa do balanço de energia em cambarazal e pastagem no norte do Pantanal pelo método da razão de Bowen. Revista Brasileira de Meteorologia. São José dos Campos, 24(2): 135-143, 2009.
Biúdes MS et al. Gross primary productivity of Brazilian Savanna (Cerrado) estimated by different remote sensing-based models. Agricultural and Forest Meteorology, 307: 108456, 2021.
Borma LS et al. Atmosphere and hydrological controls of the evapotranspiration over a floodplain forest in the Bananal Island region, Amazonia. Journal of Geophysical Research, New York, 114: 1-12, 2009.
Botta A, Ramankutty N & Foley JA. Long-term variations of climate and carbon fluxes over the Amazon basin. Geophysical Research Letters, 29: 1319. 2002.
Campos S et al. Closure and partitioning of the energy balance in a preserved area of Brazilian seasonally dry tropical forest. Agric. For. Meteorol. 271: 398-412. https://doi.org/10.1016/j.agrformet.2019.03.018. 2019.
Costa GB. Fluxos de energia, CO2 e CH4 sobre a floresta em planície de inundação da ilha do Bananal. Tese (Doutorado), Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", 142p. 2015.
Davidson EA et al. The Amazon basin in transition. Nature, London, v. 481: 321-328, 2012.
D'Amelio MTS. Estudo de gases de efeito estufa na Amazônia. 178p. Dissertação (Mestrado) - Instituto de Pesquisas Energética e Nucleares, Programa de Pós-Graduação em Ciências, na área de Tecnologia Nuclear, São Paulo, 2006.
Espirito-Santo FDB et al. Size and frequency of natural forest disturbances and the Amazon forest carbon balance. Nature Communications. New York, 5: 3434 doi: 10.1038/ncomms4434, 2014.
Galbraith D, Levy PE, Sitch S, Huntingford C, Cox P, Williams M & Meir P. Multiple mechanisms of Amazonian forest biomass losses in three dynamic global vegetation models under climate change. New Phytologist, 187: 647-665, 2010.
Goldstein AH & Galbally IE. Known and Unexplored Organic Constituents in the Earth's Atmosphere. Environmental Science & Technology, 41: 1514-1521, 2007.
Greene MJ & Gordon DM. Cuticular hydrocarbons inform task decisions. Nature, 423: 32-32, 2003.
Hutyra LR, Munger W, Saleska S, Gottlieb E, Daube BC, Dunn AL, Amaral DF, Camargo PB & Wofsy S. Seasonal controls on the exchange of carbon and water in an Amazonian rain forest. Journal of Geophysical Research, New York, 112: 1-16, 2007.
Kaimal JC & Gaynor J. Another look at sonic thermo-metry. Boundary-Layer Meteorol 56: 401-410, 1991.
Kessler A & Baldwin I. Defensive Function of Herbivore- Induced Plant Volatile Emissions in Nature. Science, 291: 2141-2144, 2001.
Laipelt L, Ruhoff AL, Fleischmann AS, Kayser RHB, Kich EM, Da Rocha HR & Neale CMU. Assessment of an Automated Calibration of the SEBAL Algorithm to Estimate Dry-Season Surface-Energy Partitioning in a Forest-Savanna Transition in Brazil. Remote Sens. 12: 1108, 2020.
Machado WB. Balanço de energia em áreas de floresta e de um campo agrícola no leste da Amazônia. Dissertação apresentada à Universidade Federal do Oeste do Pará/UFOPA, Santarém, Pará, 2012.
Massman WJ. A simple method for estimating frequency response corrections for eddy covariance systems. Agric. For. Meteorol. 104: 185-198, 2000.
Moore CJ. Frequency response corrections for eddy correlation systems, Bound.-Lay. Meteorol., 37: 17-35, 1986.
Nobre CA, Sellers PJ & Shukla J. Amazonian deforestation and regional climate change. Journal of Climate. 957-988, 1991.
Oliveira LS. Fluxos atmosféricos de superfície sobre uma área de ecótono na Ilha do Bananal. 97f. Tese (Doutorado em Meteorologia). Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006.
Papale D et al. Towards a standardized processing of Net Ecosystem Exchange measured with eddy covariance technique: algorithms and uncertainty estimation. Biogeoscience 3: 571-583, 2006.
Pires JM & Prance GT. The vegetation types of the Brazilian Amazonia. In: Prance GT, Lovejoy TE (Eds). Key environments: Amazonia. Pergamon Press, New York, 109-145, 1985.
Rocha HR, Freitas HC, Rosolem R, Juarez RIN, Tannus RN, Ligo MA, Cabral OMR & Dias MAFS. Medidas de fluxos de CO2 em um Cerrado sensu stricto no sudeste do Brasil. Biota Neotropica, Campinas, 2: 1, 2002.
Rocha HR, Manzi AO, Cabral OM, Miller SD, Goulden ML, Saleska SR & Coupe NR. Patterns of water and heat flux across a biome gradient from tropical forest to savanna in Brazil. Journal of Geophysical Research, New York, 114: 1-8, 2009.
Saleska SRSR et al. Carbon in Amazon forests: Unexpected seasonal fluxes and disturbance-induced losses. Science,Washington, 302(5650): 1554-1557, 2003.
SEPLAN (Secretaria de Planejamento). Plano de Manejo do Parque Estadual do Cantão. Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente. Governo do Estado do Tocantins, 85p. 2004.
Schmelz EA et al. Phytohormone-based activity mapping of insect herbivore-produced elicitors. Proceedings of the National Academy of Sciences, 106(2), 2009.
Tian H, Melillo JM, Kicklighter DW, McGuire AD, Helfrich JVK, Moore B & Vorosmarty CJ. Effect of interannual climate variability on carbon storage in Amazonian ecosystems. Nature, 396: 664-667, 1998.
Vale RS et al. Medições por covariância de vórtices turbulentos dos fluxos de calor latente, sensível, momentum e CO2 sobre o reservatório da Usina Hidrelétrica de Curuá-Una/PA. Ciência e Natura, 38: 15, 2016.
Veeck GP, Teichrieb C, Diaz M, Bremm T, Oliveira ME, Roberti DR, Amado TJ, Fiorin JE & Bortolotto RP. Análise preliminar da relação entre emissão de CO2 do solo e do ecossistema em um agroecossistema do sul do Brasil. Ciência e Natura, 40: 251, 2018.
Veloso HP, Rangel-Filho ALR & Lima JCA. Classificação da vegetação brasileira, adaptada a um sistema universal. Rio de Janeiro: IBGE, 123p, 1991.
Wilczak JM, Oncley SP & Stage SA. Sonic anemometer tilt correction algorithms, Bound.-Lay. Meteorol., 99: 127-150, 2001.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Biodiversidade Brasileira - BioBrasil
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Os artigos estão licenciados sob uma licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional (CC BY-NC-ND 4.0). O acesso é livre e gratuito para download e leitura, ou seja, é permitido copiar e redistribuir o material em qualquer mídia ou formato.