Opiliofauna (arachnida, opiliones) de floresta decidual, parque estadual da Mata Seca, Minas Gerais, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v13i4.2426Palavras-chave:
Biodiversidade , Caatinga, unidade de conservaçãoResumo
A floresta estacional decidual, também conhecida por Mata Seca no Brasil, é uma formação florestal Neotropical de distribuição disjunta, prioritária para conservação em função de sua redução por atividades humanas, o que torna emergencial estudos para conhecer sua biodiversidade. Entretanto, não existem registros de espécies de opiliões nessa formação florestal. Dessa forma, o presente estudo teve como objetivo inventariar a fauna de opiliões no Parque Estadual da Mata Seca, norte do estado de Minas Gerais, uma das mais importantes áreas de Mata Seca do Brasil. Foram realizadas coletas entre fevereiro e novembro de 2021, com 20 dias de campo, totalizando 60 horas de esforço amostral por pesquisador. Foram registradas três espécies de opiliões de duas famílias, Gryne coccinelloides (Mello-Leitão, 1935), Cosmetidae, representando 89,49% dos espécimes coletados, Metavononoides guttulosus (Mello-Leitão, 1935), Cosmetidae, e Parapachyloides uncinatus (Sørensen, 1879), Gonyleptidae. Este é o primeiro registro da diversidade de opiliões para a Mata Seca no Brasil, sendo que duas espécies não ocorrem em outras unidades de conservação no estado de Minas Gerais, o que reforça a importância dessa área para proteção da biota local.
Referências
Andrade ARS, Koch EBA, Nogueira AA, Pinto-Da-Rocha R, Bragagnolo C, Lorenzo E, Silva MB, Delabie JHC. Evaluating higher taxa as surrogates of harvestmen biodiversity (Arachnida: Opiliones) along a latitudinal gradient in the Atlantic Forest. Austral Ecology. 2022; (48): 81-101. doi:https://doi.org/10.1111/aec.13252
Ázara LN, Ferreira RL. Annotated checklist of Gonyleptoidea (Opiliones: Laniatores) associated with Brazilian caves. Zootaxa. 2018; 4439(1): 1-107. doi: 10.11646/zootaxa.4439.1.1
Azevedo R, Moura EDS, Lopes AS, Carvalho LS, Dias SC, Brescovit AD. Arachnids from Araripe Plateau. Check List. 2016; 12(4):1-9. doi: https://doi.org/10.15560/12.4.1920
Belém RA, Carvalho VLM. Zoneamento ambiental em uma unidade de conservação do bioma da Caatinga: um estudo de caso no Parque Estadual Mata Seca, Manga, Norte de Minas Gerais. Revista de Geografia. 2013; 30: 44-57.
Bragagnolo C, Nogueira A, Pinto-da-Rocha R, Pardini R. Harvestmen in an Atlantic forest fragmented landscape: Evaluating assemblage response to habitat quality and quantity. Biological Conservation. 2007; 139(3): 389-400. http://dx.doi.org/10.1016/j.biocon.2007.07.008.
Bragagnolo C, Pinto-da-Rocha R. Diversidade de opilões do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, Rio de Janeiro, Brasil (Arachnida: Opiliones). Biota Neotropica. 2003; 3(1):1-20. doi: https://doi.org/10.1590/S1676-06032003000100009
Brito Neto RL, Araújo EI de P, Maciel CMS, Paula A de, Tagliaferre C. FENOLOGIA DE Astronium graveolens Jacq. EM FLORESTA ESTACIONAL DECIDUAL EM VITÓRIA DA CONQUISTA, BAHIA. Ciência Florestal. 2018; 28(1): 641-650. doi:https://doi.org/10.5902/1980509832057
Costa AG, Ázara LN, Clemente MA, Souza MM. Opiliofauna (Arachinida, Opiliones) of the Seasonal Semidecidual Forest of the State of Minas Gerais, Brazil. Biotemas. 2020; 33:1-11. doi: https://doi.org/10.5007/2175-7925.2020.e71919
Curtis DJ, Machado G. Ecology. In: Pinto-da-Rocha R, Machado G, Giribet G. Harvestmen: the biology of Opiliones. Massachussets: Harvard University Press; 2007. p.280-308.
De Souza AM, Da Silva MB, Carvalho LS. Opiliões Laniatores do Semiárido: grandes achados taxonômicos com o pouco que se conhece. In: Bravo F. (Eds.). Artrópodes do Semiárido II: Biodiversidade e Conservação São Paulo, Métis Produção Editorial; 2017. p.7-27.
Fernandes NS, Willemart RH. Neotropical harvestmen (Arachinida, Opiliones) use sexually dimorphic glands to spread chemicals in the environment. Comptes Rendus Biologies. 2014 ;337: 269-275. doi: https://doi.org/10.1016/j.crvi.2014.01.004
Ferreira AS, Pinheiro ILC, Souza MM. Opiliones (Arachnida) in a mixed forest in southern Minas Gerais state, Brazil. Journal of Entomology and Zoology Studies. 2019; 7(5):666-671.
Ferreira CP, Kury AB. Uma revisão de Roquettea, com descrição de três novas espécies brasileiras e notas sobre Gryne (Opiliones, cosmetidae, discosomaticinae). Ciência Zoológica. 2010; 27(8): 697-708. doi: DOI:10.2108/zsj.27.697
Gomes PPP, Souza ASB, Silva JVN, Ferreira AS, Almeida JAM, Souza MM. Semidecidual seasonal forest opiliofauna (Arachnida, Opiliones) State of Paraná, Brazil. Acta Scientiarum Biologial Sciences. 2021; 43(1):1-9. doi: https://doi.org/10.4025/actascibiolsci.v43i1.54558
Gotardo R, Pinheiro A, Piazza GA, Kaufmann V, Torres E. Comparação entre variáveis microclimáticas de local aberto e florestal em um bioma da Mata Atlântica, sul do Brasil. Ciência Florestal. 2019: 29(3): 1415-1427. doi: https://doi.org/10.5902/1980509834832
Guimarães LE, Roitman I, Venturoli F. "Biomassa Aérea e Fatores de Expansão de uma floresta Estacional Decidual em Niquelândia, Goiás". Rev. Tree dimensional. 2019; 4: 1-11.
Hack C, Longhi SJ, Boligon AA, Murari AB, Pauleski DT. Análise fitossociológica de um fragmento de floresta estacional decidual no município de Jaguari, RS. Ciência Rural. 2005; 35(5):1083-1091. doi: https://doi.org/10.1590/S0103-84782005000500015
Ivanauskas N, Rodrigues RR. Florística e fitossociologia de remanescentes de floresta estacional decidual em Piracicaba, São Paulo, Brasil. Brazilian Journal of Botany. 2000; 23(3): 291-304. doi: https://doi.org/10.1590/S0100-84042000000300005
Kury A, Medrano MA whiter shade of pale: Anchoring the name Paecilaema C. L. Koch, 1839 onto a neotype (Opiliones, Cosmetidae). Zootaxa. 2018; 4521(2):191-219. doi: https://doi.org/10.11646/zootaxa.4521.2.3
Kury AB. 2023. Checklist of valid genera of Opiliones of the world. Museu Nacional, UFRJ website (Acesso em 01 de março 2023). Disponível em :http://www.museunacional.ufrj.br/mndi/Aracnologia/checklaniator.html.
Kury AB. Annotated catalogue of the Laniatores of the New World (Arachnida, Opiliones). Revista Ibérica de Aracnologia. 2003; 1 :1-337.
Lima DR, Rubim LGT, Pádua THR, Souza MM. Efeito do tamanho do fragmento florestal sobre as comunidades de Opiliones (Arachnida) em diferentes fitofisionomias no centro sul do estado de Minas Gerais. Acta Biológica Catarinense. 2022; 9: 54-65.
Linares-Palomino R, Oliveira-Filho AT, Pennington RT. Neotropical seasonally dry forests: diversity, endemism and biogeography of woody plants. In: Dirzo R, Young HS, Mooney HA, Ceballos G. (Eds). Seasonally Dry Tropical Forests: Ecology and Conservation, Island Press, Washington DC; 2011. p. 3-21. doi :10.5822/978-1-61091-021-7_1
Mello-Leitão CF de. A propósito de alguns opiliões novos. Memórias do Instituto Butantan, São Paulo. 1935; 9: 369-411.
Mello-Leitão CF de. Notas sobre opiliões do Instituto Butantan. Memórias do Instituto Butantan. 1937; 10: 289-295.
Miles L, Newton AC, DeFries RS, Ravilious C, May I, Blyth S, Kapos V, Gordon JE. A global overview of the conservation status of tropical dry forests. Journal of Biogeography. 2006; 33:491-505.
Mooney HA, Bullock SH, Medina E. Introduction. Seasonally Dry Tropical Forests. In: Medina E, Mooney HA, Bullock SH. Seasonally Dry Tropical Forests, eds Cambridge, UK: Cambridge University Press, 1995. p. 1-8.
Nascimento ART, Fagg JMF, Fagg CW. Canopy openness and lai estimates in two seasonally deciduous forests on limestone outcrops in central Brazil using hemispherical photographs. Revista Árvore. 2007; 31(1): 167-176. doi:10.1590/s0100-67622007000100019
Pádua THR, Rubim LGT, Santos MR, Souza MM. Opiliofauna (Arachnida, Opiliones) de campos de Altitude no Poços de Caldas, Minas Gerais, Brasil. Entomology Beginners.2022; 3: 1-4. doi: 10.12741/2675-9276.v3.e043.
Pennington RT, Lewis GP, Ratter JA. An overview of the plant diversity, biogeography and conservation of Neotropical Savannas and Seasonally Dry Forests. In: Pennington RT, Lewis GP, Ratter JA. (Eds.). Neotropical Savannas and Seasonally Dry Forests: Plant Diversity, Biogeography and Conservation. CRC Press Taylor & Francis Group, Boca Raton, London, New York; 2006. p. 1-29.
Pinto-da-Rocha R, Carvalho LS. A new species of Sickesia (Laniatores: Stygnidae:Opiliones) and new records for the State of Piauí, Brazil. Zoologia (Curitiba). 2009; 26 (2):337-342. doi: https://doi.org/10.1590/S1984-46702009005000001
Pinto-da-Rocha R. Opiliones. In: Brandão CRF, Cancello EM. (Eds.). Invertebrados Terrestres. vol. V. Biodiversidade do Estado de São Paulo. Síntese do conhecimento ao final do século XX. São Paulo, FAPESP; 1999. p. 35-44.
Pinto-Da-Rocha R, Silva MB, Bragagnolo C. Faunistic similarity and historic biogeography of the harvestmen of southern and southeastern Atlantic Rain Forest of Brazil. The Journal of Arachnology. 2005; 33(2): 290-300. http://dx.doi.org/10.1636/04-114.1.
Prado DE. As caatingas da América do Sul. In: Leal I, Tabarelli M, Silva JMC. (Orgs.). Ecologia e conservação da caatinga. Recife: Editora UFPE; 2005. p. 1-74.
Resende LPA, Pinto-da-Rocha R, Bragagnolo C. Diversity of harvestmen (Arachnida, Opiliones) in Parque da Onça Parda, southeastern Brazil. Iheringia Série Zoologia. 2012; 102(1): 99-105. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S0073-47212012000100014
Rocha AM, Leite ME, Espírito-Santo MM do. MONITORING OF BRAZILIAN DECIDUOUS SEASONAL FOREST BY REMOTE SENSING. Mercator, Fortaleza. 2020; 19: 1-21. doi: https://doi.org/10.4215/rm2020.e19022
Salis SM, Silva MP da, Mattos PP de, Silva JSV da, Pott VJ, Pott A. Fitossociologia de remanescentes de floresta estacional decidual em Corumbá, Estado do Mato Grosso do Sul, Brasil. Revista Brasileira de Botânica. 2004; 27(4): 671-684. doi:10.1590/s0100-84042004000400008
Santos RM, Oliveira-Filho AT, Eisenlohr PV, Queiroz LP, Cardoso DBOS, Rosalind MJN. Identity and relationships of the Arboreal Caatinga among other floristic units of seasonally dry tropical forests (SDTFs) of north-eastern and Central Brazil. Ecology and Evolution. 2012; 2: 409-428. doi: https://doi.org/10.1002/ece3.91
Siqueira AS, Araújo GM, Schiavini I. Estrutura do componente arbóreo e características edáficas de dois fragmentos de floresta estacional decidual no vale do rio Araguari, MG, Brasil. Acta Botânica Brasília. 2009; 23(1): 10-21.doi:https://doi.org/10.1590/S0102-33062009000100003
Tabarelli M, Melo MDDVC, Lira OC. Os estados da Mata Atlântica. In: Campanili M, Prochnow M. (Eds.). Mata Atlântica: uma rede pela floresta. Brasília, Rede de Ongs da Mata Atlântica; 2006. p. 37-165.
Werneck FP, Costa GC, Colli GR, Prado DE, Sites Jr JW. Revisiting the historical distribution of Seasonally Dry Tropical Forests: new insights based on palaeodistribution modelling and palynological evidencegeb. Global Ecology and Biogeography. 2010; 20(2): 272-288. doi:10.1111/j.1466-8238.2010.00596.x
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Os autores mantêm os direitos autorais de seus artigos sem restrições, concedendo ao editor direitos de ção não exclusivos.
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Os artigos estão licenciados sob uma licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional (CC BY-NC-ND 4.0). O acesso é livre e gratuito para download e leitura, ou seja, é permitido copiar e redistribuir o material em qualquer mídia ou formato.