Queimas prescritas no enclave de cerrado do Parque Nacional dos Campos Amazônicos (PNCA) como instrumento de mitigação de incêndios florestais

Autores/as

  • Bruno Contursi Cambraia Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio, Porto Velho/RO, Brasil
  • Daniel Borini Alves Universidade Estadual Paulista - UNESP, Rio Claro/SP, Brasil
  • Ueslei Pedro Leal de Araujo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio, Porto Velho/RO, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v9i1.1183

Palabras clave:

queimas prescristas, Mitigação, incêndio florestal, enclave de cerrado, Amazônia

Resumen

O PNCA foi criado em 2006 e abrange parte do maior enclave de Cerrado no sul da Amazônia Meridional e que representa vegetação isolada do restante do bioma Cerrado e sua proteção é significativamente importante para conservação da biodiversidade. O enclave possui área total aproximada de 434.200 hectares estando 204.100 (47%) hectares inseridos no PNCA. A região apresenta histórico de grandes incêndios associados a presença humana e ocorrência de descargas elétricas combinados com o acumulo de combustível ocasionado por ações que visaram a exclusão do fogo entre os anos de 2010 e 2015. Em 2016, iniciou-se a aplicação de queimas prescritas com o objetivo de fragmentação do combustível disponível na área de Cerrado abrangida pelo Parque e prevenção de grandes incêndios. Essas queimas são realizadas pelos brigadistas do ICMBio na transição chuva-seca (janela de queima) que se concentra em maio e junho na região e por isso são denominadas queimas precoces. Em geral as queimas não afetam áreas sensíveis como buritizais, brejos e matas ciliares devido a época de realização oferecer condições ambientais que permitem o avanço do fogo somente nas áreas com combustível acumulado e mais seco. A área total afetada pelas queimas prescritas foi ampliada nos últimos 3 anos: 1.853 hectares em 2016, 12.275 hectares em 2017 e 24.449 hectares em 2018. O último grande incêndio na área que vem sendo manejada ocorreu em 2014 e afetou 31.548 hectares. Desde que as queimas foram iniciadas observa-se redução no número de incêndios, sendo que em 2018 foram registrados apenas 6 incêndios no período crítico de seca (agosto e setembro) que totalizaram apenas 5.934 hectares afetados, o maior deles representou 4.370 (74%) hectares. Os próximos passos estão associados ao refinamento do mosaico de fragmentação do material combustível já estabelecido, esse refinamento consiste basicamente na redução da área afetada por cada queima porém com o aumento do número de queimas, em paralelo, estão planejadas ações de cooperação entre ICMBio e IBAMA (PREVFOGO) visando ampliar as ações para as Terras Indígenas Tenharim Marmelos e Tenharim do Igarapé Preto, ambas vizinhas ao PNCA e que abrangem outras áreas do enclave em questão.

Biografía del autor/a

Bruno Contursi Cambraia, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio, Porto Velho/RO, Brasil

Analista Ambiental do ICMBio e atualmente na chefia do Parque Nacional dos Campos Amazonicos

Publicado

2019-05-15