Entrevistas como ferramenta para pesquisa de novas populações de Crax blumenbachii (Aves: Cracidae)

Autores

  • Oberdan Coutinho Nunes Brazilae Consultoria Ambiental, Lauro de Freitas/BA, Brasil. CEP: 42700-000.
  • Paulo Roberto Bahiano Ferreira Parque Zoobotânico Getúlio Vargas, Salvador/BA, Brasil. CEP 40.170-110.
  • Leonardo Weffort Patrial PSN Foundation, Itacaré/BA, Brasil. CEP 45.530-000

DOI:

https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v14i1.2219

Palavras-chave:

Mutum-de-bico-vermelho;, conservação;, etnobiologia;, espécie bandeira;, licenciamento ambiental

Resumo

Populações naturais do mutum-de-bico-vermelho, Crax blumenbachii, estão restritas às formações de baixada da Mata Atlântica do sul da Bahia ao Espírito Santo e leste de Minas Gerais, estimando-se menos de 250 adultos ocorrendo naturalmente, em cerca de 0,85% da área original. Essa espécie foi a primeira contemplada com um plano de ação nacional para a conservação, em
que consta a busca por novas populações entre as ações previstas. O presente trabalho objetivou demonstrar que entrevistas com comunidades tradicionais representam uma ferramenta eficiente para a definição de áreas prioritárias para a conservação e o monitoramento da espécie. Foram realizadas 69 entrevistas semiestruturadas no entorno do Parque Estadual Serra do Conduru, na Bahia, Brasil, ao longo de 10 campanhas amostrais, entre 2012 e 2021. Obteve-se afirmação de ocorrência da espécie em 42% das entrevistas, e a interpolação dos dados permitiu a modelagem de um mapa preditivo de potencialidade de distribuição da espécie, que associou sua presença aos grandes maciços de florestas ombrófilas densas e corpos d'água, e ausência nas regiões com propriedades rurais e estruturas destinadas ao turismo. A ocorrência da espécie foi confirmada em dois locais inseridos em áreas com predições de ocorrência estimadas entre 80% e 100%, validando o uso da ferramenta e estabelecendo a região de inserção do Parque como prioritária para o emprego de esforços direcionados à investigação dos padrões de distribuição da espécie.

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Publicado

2024-04-11

Edição

Seção

Fluxo contínuo