O Projeto Noleedi (Fogo no Idioma Kadiwéu): Efeito do Fogo na Biota do Pantanal Sul-Mato-Grossense e sua Interação com os Diferentes Regimes de Inundação

Autores

  • Danilo Bandini Ribeiro Instituto de Biociências, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasi
  • Alexandre de Matos Martins Pereira Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil
  • Alexandre do Nascimento Silva Graduação em Ciências Biológicas, Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, Mato Grosso do Sul, Brasil
  • Aline Alves Lopes Programa de Pós- gGraduação em Ecologia, Conservação e Manejo da Vida Silvestre, UFMG, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil
  • Allison Ishy Fundação Estadual Jornalista Luiz Chagas de Rádio e TV Educativa de Mato Grosso do Sul (Fertel)
  • Áurea da Silva Garcia Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências, UFMS, Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil
  • Bruno Henrique dos Santos Ferreira Programa de Pós-graduação em Ecologia e Conservação, UFMS, Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil
  • Cyntia Cavalcante Santos Programa Corredor Azul, Wetlands International/MUPAN, Brasil
  • Erich Fischer Instituto de Biociências, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil
  • Fabio de Oliveira Roque Instituto de Biociências, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil
  • Fábio Padilha Bolzan Programa de Pós-graduação em Ecologia e Conservação, UFMS, Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil
  • Fernanda Prado Santana Shakihama Instituto de Biociências, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil
  • Franciany Ishikawa Silva Graduação em Ciências Biológicas, Universidade Federal Mato Grosso do Sul, Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasi
  • Geraldo Alves Damasceno Junior Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal, UFMS, Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasi
  • Gilberto Pires Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social
  • Ieda Maria Bortolotto Instituto de Biociências, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil
  • Julio Alves Fernandes Programa Corredor Azul, Wetlands International/MUPAN, Brasil
  • Keyciane Lima Pedrosa FUNAI - Fundação Nacional do Índio
  • Letícia Couto Garcia Instituto de Biociências, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil
  • Lílian Ribeiro Pereira Programa Corredor Azul, Wetlands International/MUPAN, Brasil
  • Maxwell da Rosa Oliveira Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal, UFMS, Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil
  • Paulo Robson Souza Instituto de Biociências, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasi
  • Rafaela Aparecida Mariano Fernandes Graduação em Ciências Biológicas, Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, Mato Grosso do Sul, Brasil
  • Ramon Luciano Mello Instituto de Biociências, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil
  • Rudi Ricardo Laps Instituto de Biociências, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil
  • Sylvia Torrecilha Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (SEMAGRO
  • Thiago Silva Teles Programa de Pós-graduação em Ecologia e Conservação, UFMS, Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v9i1.1012

Resumo

Incêndios são responsáveis por aproximadamente um quarto da perda de florestas no mundo. No Brasil, o impacto expresso pela intensidade, frequência histórica e sazonalidade do fogo na vegetação nativa ainda é pouco conhecido. Embora a biota do Cerrado esteja adaptada ao fogo, incêndios antropogênicos ou queimadas em períodos indevidos podem prejudicar a reprodução sexuada de algumas espécies, por meio da queima de diásporos ou perda da viabilidade de sementes. Pode ainda estimular a germinação de outras espécies aumentando a riqueza e a abundância destas. Por outro lado, a exclusão do fogo pode, a curto prazo, gerar o acúmulo de biomassa e potencializar a intensidade de futuros eventos de fogo, o que dificulta sua contenção. O manejo dessas áreas com o uso do fogo por comunidades tradicionais e indígenas vem acontecendo por séculos e este conhecimento é bastante útil para definição de estratégias de gestão. Neste contexto, o programa de Brigadas Federais do Prevfogo do Ibama e indígenas na Terra Indígena Kadiwéu desde 2009 vêm trabalhando em parceria com o intuito de propor um manejo adequado do fogo que reduza a ocorrência de incêndios acidentais. Mesmo com importantes avanços já alcançados, ainda restam questões como qual a melhor época para utilizar o fogo como ferramenta de manejo da paisagem. Desta maneira, o objetivo do projeto é avaliar os efeitos da queima precoce, modal e tardia na biota, adotando como indicadores os grupos utilizados no programa Monitora do ICMBio: aves, mamíferos, borboletas e moscas frugívoras e plantas vasculares. Para isso, os regimes de queima prescrita e controle serão estabelecidos com três réplicas cada em 12 áreas de 600x600m. Devido à grande heterogeneidade da vegetação na região estas parcelas incluem vegetações sob diferentes regimes de inundação que serão amostradas de forma equitativa. Todos os grupos serão amostrados antes e após a queima controlada. Estes resultados serão apresentados em um simpósio com a participação de todos os atores envolvidos no manejo do fogo na região, para estabelecer um protocolo de manejo que determine a época mais oportuna de prescrição do fogo para a região 

Referências

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Publicado

15/11/2019