<b> Conhecimento e uso de primatas por uma população extrativista no Vale do Juruá, Amazônia / Local Knowledge and use of Primates by an Extractivist Community in the Upper River Juruá, Brazilian Amazon </b>

Autores

  • André Valle Nunes Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Brasil.
  • Júlia da Silva Vilela Gestora da Reserva Extrativista Riozinho da Liberdade, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade/ ICMBio sede Cruzeiro do Sul, Acre, CEP 69980-000.
  • Pablo de Ávila Saldo Analista Ambiental, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade/ ICMBio sede Cruzeiro do Sul, Acre, CEP 69980-000.
  • Bráulio Almeida Santos Universidade Federal da Paraíba, Centro de Ciências Exatas e da Natureza - Campus I, Departamento de Sistemática e Ecologia.
  • Erich Fischer Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Departamento de Biologia.

DOI:

https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v7i2.636

Resumo

Caçadores amazônicos citam primatas como seus alvos preferidos de caça. Investigamos aqui a percepção da caça de primatas de sexos diferentes, a diversidade e a preferência do abate de espécies por caçadores de comunidades ribeirinhas na Reserva Extrativista Riozinho da Liberdade. Durante 151 dias de amostragem, foram registrados 188 indivíduos abatidos através de um calendário de caça, correspondente a sete espécies, que totalizaram 697,2kg. O guariba (Alouatta juara) e o cairara (Cebus unicolor) foram as espécies com maior representatividade em número de indivíduos caçados, totalizando, respectivamente, 24 e 23%. Parauacu (Pithecia vanzolinii) e o guariba foram preferidas pelas famílias extrativistas em termos de palatabilidade. O macaco-prego (Sapajus macrochepalus) foi a única espécie citada como de uso medicinal. Caçadores não reconhecem o sexo das espécies durante a atividade de caça; 90% disseram saber diferenciar machos e fêmeas apenas de A. juara, e somente um caçador afirmou reconhecer o sexo de todas as espécies de primatas que ocorrem na reserva. Embora esses dados iniciais não permitam prever a sustentabilidade da caça de primatas na região do estudo, eles mostram o potencial do auxílio do conhecimento tradicional local em pesquisas participativas que podem fornecer subsídios em ações mitigatórias e conjuntas entre serviços sociais e ambientais. ABSTRACT Amazonian hunters cite primates as their preferred hunting targets. In this study, we investigated the perception of an animal’s sex by hunters when targeting primates, the primate diversity, and hunting preferences by riverine communities of the Reserva Extrativista Riozinho da Liberdade. During 151 days, we recorded 188 hunted individuals corresponding to seven species and 697.2 kg through a hunting calendar. The howler monkey (Alouatta juara) and the white-fronted capuchin (Cebus unicolor) were the most hunted species, totaling 24% and 23% of the individuals, respectively. In terms of flavor, the extractivist families preferred the sakis (Pithecia vanzolinii) and the howler monkeys. The large-headed capuchin (Sapajus macrochepalus) was the only species cited for medicinal use. Generally, hunters did not recognize the sex of individuals during their hunting activity, yet 90% declared to be able to differentiate males and females of A. juara. Only one hunter has self-declared as having the ability to recognize the sex of all primate species occurring in the reserve. Although such initial data do not allow previewing the sustainability of hunting on primates in the study area, they show potential for helping mitigation and joint actions between social and environmental services while supported by the traditional knowledge. RESUMEN Conocimiento y uso de Primates por una Población Extractivista en el Alto Rio Juruá, Amazonia Brasilera. Cazadores amazónicos citan los primates como sus blancos preferidos de caza. En este estudio, fue investigada la percepción de caza de primates de sexos diferentes, la diversidade y la preferencia de caza de las especies por los cazadores de las comunidades ribereñas de la Reserva Extrativista Riozinho da Liberdade. Durante 151 días de muestreo se registraron 188 individuos sacrificados a través de un calendario de caza, correspondientes a siete especies y 697,2 kg. El aullador rojo (Alouatta juara) y el capuchino de frente blanca (Cebus unicolor) fueron las especies más representadas en número de individuos, para un total de 24% y 23% respectivamente. Mono huapo de Vanzolini (Pithecia vanzolinii) y mono aullador (A. juara) fueron los preferidos en términos de sabor por las familias extractivistas. El machín negro (Sapajus macrochepalus) fue la única especie citada con uso en la medicina popular. En general, los cazadores no reconocen el sexo de las especies durante la actividad de caza, el 90% declaró conocer las diferencian entre machos y hembras sólo de A. juara, y únicamente un cazador dijo conocer el sexo de los individuos de todas las especies que ocurren en la reserva. Estos por datos iniciales no permiten prever la sostenibilidad de caza de los primates en la zona de estudio, pero ellos muestran potencial para ayudar en acciones de mitigación conjuntas entre los servicios sociales y ambientales, con uso del conocimiento tradicional y la investigación participativa.

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Publicado

13/05/2018

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