Avaliação da Efetividade da Reserva Biológica do Gurupi na Conservação de Vertebrados Terrestres de Médio e Grande Porte

Autores

  • Eloisa Neves Mendonça Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade/ICMBio, Reserva Biológica do Gurupi, Açailandia/MA, Brasil. CEP: 65.930-000
  • Alexandre Martins Costa Lopes Instituto de Pesquisa e Conservação de Tamaduás no Brasil, Parnaíba/PB, Brasil. CEP: 64.200-025
  • Ana Luísa K.M Albernaz Museu Paraense Emilio Goeldi/MPEG. Brasil
  • Elildo A.R. Carvalho Jr Faculty of Ecology and Natural Resource Management, Norwegian University of Life Sciences, P.O. Box 5003, 1432, Ås, Norway

DOI:

https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v11i3.1769

Palavras-chave:

Amazônia maranhense , protocolo TEAM , monitoramento da biodiversidade

Resumo

O protocolo de armadilhamento fotográfico TEAM para o monitoramento de vertebrados terrestres de médio e grande porte permite estimativas de parâmetros da biodiversidade que informam os gestores de áreas protegidas sobre os impactos de ameaças ou de ações de manejo da biodiversidade. Neste trabalho, apresentamos resultados de 4 anos do monitoramento TEAM na Reserva Biológica do Gurupi com objetivo de avaliar sua efetividade na conservação de vertebrados terrestres de médio e grande porte da Amazônia maranhense. Foram avaliadas tendências temporais na riqueza e composição da comunidade, nas taxas de ocupação das espécies monitoradas e no Wildlife Picture Index, índice sensível às mudanças na biodiversidade. Foram registradas 36 espécies de vertebrados de médio e grande porte, representando 72% das aves e 96% dos mamíferos com ocorrência na Amazônia maranhense. As populações monitoradas, inclusive de espécies endêmicas e ameaçadas de extinção, permaneceram estáveis ao longo de 4 anos de monitoramento. A taxa de ocupação da maioria das espécies aumentou no período de monitoramento, refletindo no aumento do Wildlife Picture Index. Possivelmente essas tendências têm relação com o grande incêndio florestal que assolou a Reserva Biológica do Gurupi em 2015, indicando a recuperação da biota e a resiliência frente a eventos extremos. Os resultados obtidos demonstram que a Reserva Biológica do Gurupi tem sido efetiva e tem papel de destaque na conservação de vertebrados terrestres de médio e grande porte da Amazônia maranhense. 

Referências

Ahumada JÁ et al. 2011. Community structure and diversity of tropical forest mammals: data from a global camera trap network. Philosophical Transactions of the Royal Society B: Biological Sciences, 366(1578), 2703-2711. https://doi.org/10.1098/rstb.2011.0115.

Ahumada JA, Hurtado J & Lizcano D. 2013. Monitoring the Status and Trends of Tropical Forest Terrestrial Vertebrate Communities from Camera Trap Data: A Tool for Conservation. PLoS ONE 8: e73707. Public Library of Science.

Ahumada JA, O’Brien TG, Mugerwa B & Hurtado J. 2016. Camera trapping as a monitoring tool at national and global levels. Pages 197-218 in F. Rovero and F. Zimmerman, editors. Camera Trapping for wildlife Research. Pelagic Publishing, Exeter, UK.

Alteff EF et al. 2019. The rarest of the rare: rediscovery and status of the critically endangered Belem Curassow, Crax fasciolata pinima (Pelzeln, 1870). Papéis Avulsos De Zoologia, 59, e20195946. https://doi.org/10.11606/1807-0205/2019.59.46.

Almeida AS & Vieira ICG. 2010. Centro de Endemismo Belém: status da vegetação remanescente e desafios para a conservação da biodiversidade e restauração ecológica. Revista de Estudos Universitários. Sorocaba, SP, v. 36, n. 3, p. 95-111.

Alvares CA, Stape JL, Sentelhas PC, de Moraes Gonçalves JL & Sparovek G. 2013. Köppen’s climate classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrift, 22(6): 711- 728. https://doi.org/10.1127/0941-2948/2013/0507.

Astete S et al. 2007. Comparative ecology of jaguars in Brazil. CAT News 9-14. Beaudrot L et al. 2016. Standardized Assessment of Biodiversity Trends in Tropical Forest Protected Areas: The End Is Not in Sight. PLoS Biology 14: e1002357. Public Library of Science.

Beaudrot L, Ahumada JA, O’Brien TG, Jansen PA. 2018. Detecting tropical wildlife declines through camera-trap monitoring: an evaluation of the Tropical Ecology Assessment and Monitoring protocol. Oryx: 1-4.

Beschta RL & Ripple WJ. 2009. Large predators and trophic cascades in terrestrial ecosystems of the western United States. Biological Conservation, 142(11): 2401-2414. https://doi.org/https://doi.org/10.1016/j.biocon.2009.06.015.

Braga PIS. 1979. Subdivisão fitogeográfica, tipos de vegetação, conservação e inventário florístico da floresta Amazônica. Supl. Acta Amazonica, 9: 53-80.

Brasil. 1988. Decreto no 95.614, de 11 de janeiro de 1988. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1980-1989/D95614.htm. Acesso em: 20/06/2020.

Braz LC, Pereira JLG, Ferreira LV & Thalês MC. 2017. A situação das áreas de endemismo da amazônia com relação ao desmatamento e às áreas protegidas. Boletim de Geografia, v. 34, n. 3, p. 45-62.

Burnham KP & Overton WS. 1978. Estimation of the size of a closed population when capture probabilities vary among animals. Biometrika 65: 625-633.

Burnham KP & Overton WS. 1979. Robust estimation of population-size when capture probabilities vary among animals. Ecology 60: 927-936.

Buss G et al. 2017. Abundância e densidade de primatas na Reserva Biológica do Gurupi, Maranhão. Brasil. Biodiversidade Bras. 47-57.

Carvalho Jr. EAR. 2012. Relatório Anual de Atividades de Pesquisa e Monitoramento do Centro Nacional dePredadores/CENAP/ICMBio. Não publicado.

Carvalho Jr. EAR. 2017. Relatório de Avaliação populacional da onça-pintada na REBIO do Gurupi & Avaliação do impacto de incêndios florestais sobre a fauna da REBIO do Gurupi. CENAP/ICMBio. Não publicado.

Carvalho Jr. EAR, Mendonça EN, Martins A & Haugaasen T. 2020. Effects of illegal logging on Amazonian medium and large-sized terrestrial vertebrates. Forest Ecology and Management, 466: 118105. https://doi.org/https://doi.org/10.1016/j.foreco.2020.118105.

Ceballos G & Ehrlich PR. 2006. Global mammal distributions, biodiversity hotspots, and conservation. Proceedings of the National Academy of Sciences,103(51): 19374 LP – 19379. https://doi.org/10.1073/pnas.0609334103.

Celentano D et al, 2017. Towards zero deforestation and forest restoration in the Amazon region of Maranhão state, Brazil. Land Use Policy 68: 692-698. https://doi. org/10.1016/j.landusepol.2017.07.041.

Chesson P. 2000. Mechanisms of maintenance of species diversity. Annu Rev Ecol Evol Syst 31: 343-366TEAM Network. 2011. Terrestrial vertebrate (camera trap) monitoring protocol implementation manual. Page Terrestrial Vertebrate Protocol Implementation Manual.

Wilman H, Belmaker J, Simpson J, de la Rosa C, Rivadeneira MM & Jetz W. 2014. EltonTraits 1.0: Species evel foraging attributes of the world’s birds and mammals. Ecology, 95: 2027-2027. doi:10.1890/13-1917.1.

Vieira OQ & Oliveira TG. 2020. Non-volant mammalian species richness in the ecotonal Brazilian midnorth: checklist for Maranhão State. Biota Neotropica 20(2): e20190912. https://doi.org/10.1590/1676-0611-BN-2019-0912.

Yu-Sung S. 2020. R2jags: A Package for Running jags from R. Package version 0: 6-1. CRAN. https://cran.rproject.org/web/packages/R2jags/R2jags.pdf. Acesso em: 20/06/2020.

Downloads

Publicado

03/11/2021

Edição

Seção

Fluxo contínuo