Levantamento Fitossociológico em Parcelas Permanentes na Floresta Nacional do Tapirapé-Aquiri, Pará, Brasil

Autores

  • Gleysla Gonçalves de Carvalho Fernandes Universidade do Estado do Pará/ ICMbio
  • Luana do Carmi Oliveira Ferreira Universidade do Estado do Pará/ Instituto Chico Mendes de Conservação- ICMBio
  • André Luis Macedo Vieira ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade/Centro Nacional de Avaliação da Biodiversidade e de Pesquisa e Conservação do Cerrado
  • Álisson Rangel Albuquerque Universidade do Estado do Pará

DOI:

https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v12i1.1796

Palavras-chave:

Conservação , Ecologia, Manejo sustentável, restauração florestal

Resumo

O conhecimento da estrutura de uma floresta fornece subsídios para sua conservação e manejo. Nesse sentido, este trabalho objetiva realizar um levantamento fitossociológico em uma área com fitofisionomia de Floresta Ombrófila Aberta (FOA) na Floresta Nacional do Tapirapé-Aquiri, visando contribuir para planos de manejo com composições semelhantes, em seis parcelas permanentes (0,25 hectares cada). Em vista disso, foram identificadas e mensuradas todas as árvores com Diâmetro a Altura do Peito (DAP) ≥ 5cm distribuídas em um intervalo de classes de 10cm, sendo calculados os índices de riqueza - Shannon (H’) e Pielou (J), e fitossociológicos: frequência, dominância e densidade, relativas e absolutas, além do Valor de importância (VI) e cobertura (VC). A área apresentou uma diversidade de H’= 3,89 e uniformidade de J=0,58, com 68% dos indivíduos distribuídos na primeira classe de diâmetro (5-15cm), entre as mais representativas estão: Cenostigma tocantinum, Metrodorea flavida, Protium paniculatum e Attalea speciosa, por apresentarem os maiores valores de importância e cobertura, e a Bertholletia excelsa e C. catenaeformis por apresentarem os maiores valores de dominância. Essas espécies também apresentaram características interessantes para novas perspectivas de manejo, todavia, são necessários mais estudos ecológicos e socioeconômicos que fortaleçam esse conhecimento. 

Biografia do Autor

Gleysla Gonçalves de Carvalho Fernandes, Universidade do Estado do Pará/ ICMbio

Atualmente bolsista de iniciação científica (PIBIC) pelo instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade na área de utilização de produtos florestais e manejo florestal.

Luana do Carmi Oliveira Ferreira, Universidade do Estado do Pará/ Instituto Chico Mendes de Conservação- ICMBio

Atualmente é bolsista de iniciação científica (PIBIC) pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, na área de utilização de produtos florestais.

André Luis Macedo Vieira, ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade/Centro Nacional de Avaliação da Biodiversidade e de Pesquisa e Conservação do Cerrado

Analista Ambiental - Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade- ICMBio, chefe do Núcleo de Gestão Integrada de Carajás (NGI)

Álisson Rangel Albuquerque, Universidade do Estado do Pará

Professor do Departamento de Tecnologia e Recursos Naturais (DTRN) e do Centro de Ciências Naturais e Tecnologia (CCNT) 

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Publicado

18/01/2022

Edição

Seção

Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica – Pibic/ICMBio