Vida de Pescador: a Diversidade de Práticas de Pesca como Elemento de Desenvolvimento Territorial na Reserva Extrativista Marinha Caeté-Taperaçu, Bragança, Pará

Autores

DOI:

https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v12i5.1848

Palavras-chave:

Pesca artesanal, uso sustentável dos recursos naturais, reservas extrativistas marinhas, acordos de pesca

Resumo

As conquistas por território e as práticas produtivas realizadas por populações tradicionais fazem parte de transformações resultantes de decisões e posicionamentos da sociedade em determinado espaço e devem ser consideradas como processos para o desenvolvimento territorial. Este artigo tem como objetivo identificar as modalidades de pesca e trazer a percepção dos pescadores artesanais sobre os regramentos e instrumentos que regulamentam a pesca na Reserva Extrativista Marinha Caeté-Taperaçu, no litoral paraense. Para isso, foram realizadas entrevistas históricas; aplicação de questionário socioeconômico; acompanhamento de atividades de pesca; e levantamento bibliográfico, visando conhecer os instrumentos legais regulatórios do uso do território. Identificamos que há conflitos entre as práticas rotineiras dos pescadores e as regras estabelecidas pelo órgão gestor da Reserva Extrativista em questão. Fatores como a disputa por recursos naturais, garantia de sobrevivência das famílias dos pescadores e conhecimento transmitido por gerações podem influenciar na realização das práticas de pescadores artesanais em uma lógica de benefício em curto prazo, mesmo que essas práticas possam divergir de regramentos institucionalizados, centrados na legislação ambiental. Esses resultados mostram que a relação sociedade-natureza possui grande relevância na busca pelo desenvolvimento territorial em reservas extrativistas marinhas. 

Biografia do Autor

Laura Ferreira, Universidade de Brasília/Professora Titular

Professora do Centro de Desenvolvimento Sustentável (CDS) da Universidade de Brasília desde 2020. Atuou como docente-pesquisadora no Instituto Amazônico de Agriculturas Familiares (INEAF), da Universidade Federal do Pará, no período de 1997 a 2020. Graduada em Zootecnia pela Universidade Federal de Viçosa, possui especialização em Agriculturas Familiares Amazônicas e Desenvolvimento Agroambiental pela Universidade Federal do Pará, mestrado interdisciplinar com enfoque ambiental - DEA ETES: Environemment, Temps, Espace et Société - pela Université D'Orleans; Museum de Histoire Naturelle e INA-PG na França(1994); e doutorado em Développement Rural et Système d´Elevage – pelo Institut National d´Agronomie Paris-Grignon, França (2001). Tem experiência na área de produção animal familiar, enfoque sistêmico e agroecologia, atuando principalmente nos seguintes temas: agricultura familiar, sistema de criação, sistemas agrários, práticas, mudanças e inovações de sistemas de produção agrícolas familiares.

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Publicado

01/11/2022

Edição

Seção

Manejo Comunitário de Recursos Naturais em Unidades de Conservação