Avaliação do risco de extinção do veado-cambuta Mazama nana Hensel, 1872, no Brasil

Autores

  • José Maurício Barbanti Duarte Núcleo de Pesquisa e Conservação de Cervídeos – NUPECCE/UNESP
  • Vanessa Veltrini Abril Núcleo de Pesquisa e Conservação de Cervídeos – NUPECCE/UNESP
  • Alexandre Vogliotti Núcleo de Pesquisa e Conservação de Cervídeos – NUPECCE/UNESP
  • Eveline dos Santos Zanetti Núcleo de Pesquisa e Conservação de Cervídeos – NUPECCE/UNESP
  • Márcio Leite de Oliveira Núcleo de Pesquisa e Conservação de Cervídeos – NUPECCE/UNESP
  • Liliani Marília Tiepolo Universidade Federal do Paraná
  • Lilian Figueiredo Rodrigues Consultoria PNUD – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
  • Lilian Bonjorne de Almeida Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros – CENAP/ICMBio

DOI:

https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v2i1.239

Palavras-chave:

veado cambuta, veado-poca, conservação

Resumo

O estado de conservação do veado cambuta, Mazama nana (Hensel, 1872), foi avaliado de acordo com os critérios da IUCN (2001), com base nos dados disponíveis até 2010. Síntese do processo de avaliação pode ser encontrada em Peres et al. (2011) e Beisiegel et al. (2012). A categoria proposta para o táxon é Vulnerável (VU) segundo os critérios A4cde, ou seja, ameaçado, de acordo com informações sobre declínio populacional passado e projeção de declínio populacional futuro. JustificativaMazama nana, com no máximo 15 Kg de peso corporal, é a menor espécie do gênero. Sua distribuição geográfica atual, bastante fragmentada, restringe-se ao sul do Brasil Esta classificação mantém o status da espécie em relação à lista oficial de fauna ameaçada (MMA 2003). Justifica-se pela suspeita de redução de população maior ou igual a 30%, sem perspectiva de cessar os impactos. Esta redução é causada por efeito de borda nos pequenos fragmentos, caça, predação por cães domésticos, agrotóxicos e enfermidades de ungulados domésticos. A extensão de ocorrência da espécie é maior que 20.000 km2 e sua área de ocupação é maior que 2.000 km2; sua população total é maior do que 10.000 indivíduos maduros, portanto a espécie não está ameaçada sob os critérios B, C e D. Não há análise quantitativa de probabilidade de extinção para esta espécie. Não existem evidências de emigração ou imigração diferencial de indivíduos desta espécie entre o Brasil e os países vizinhos, portanto a categoria da espécie não é alterada quando se aplica a avaliação regional.

Referências

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Publicado

24/05/2012

Edição

Seção

Avaliação do estado de conservação das espécies

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