Avaliação do risco de extinção do queixada Tayassu pecari Link, 1795, no Brasil

Autores

  • Alexine Keuroghlian Wildlife Conservation Society do Brasil – Brazil Program Office
  • Arnaud Léonard Jean Desbiez Royal Zoological Society of Scotland. Edinburgh – Scotland – United Kingdom
  • Beatriz de Mello Beisiegel Centro Naciona de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros – CENAP/ICMBio
  • Emilia Patricia Medici Instituto de Pesquisas Ecológicas – IPÊ
  • Andressa Gatti Universidade Federal do Espírito Santo
  • Antônio Rossano Mendes Pontes Universidade Federal de Pernambuco
  • Cláudia Bueno de Campos Instituto Pró-Carnívoros
  • Cristina Farah de Tófoli Instituto de Pesquisas Ecológicas – IPÊ
  • Edsel Amorim Moraes Júnior Instituto Biotrópicos de Pesquisa em Vida Silvestre
  • Fernanda Cavalcanti de Azevedo Universidade Federal de Goiás – UFG
  • Gabriela Medeiros de Pinho Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA
  • José Luis Passos Cordeiro Fundação Oswaldo Cruz
  • Tarcísio da Silva Santos Junior Universidade Federal de São Carlos – UFSCAR
  • Adriane Aparecida de Morais Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA
  • Paulo Rogério Mangini Instituto de Pesquisas Ecológicas – IPÊ
  • Kevin Flesher Center for Biodiversity Studies, Michelin Ecological Reserve
  • Lilian Figueiredo Rodrigues Consultora PNUD/ICMBio – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
  • Lílian Bonjorne de Almeida Centro Naciona de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros – CENAP/ICMBio

DOI:

https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v2i1.242

Palavras-chave:

Conservação do queixada, porco-do- mato

Resumo

O estado de conservação do queixada, Tayassu pecari (Link, 1795), foi avaliado de acordo com os critérios da IUCN (2001), com base nos dados disponíveis até 2010. Síntese do processo de avaliação pode ser encontrada em Peres et al. (2011) e em Beisiegel et al. (2012). As informações sobre a conservação desta espécie foram analisadas separadamente para cada um dos principais biomas brasileiros. Espera-se, com isto, fundamentar políticas de conservação apropriadas a esta espécie em cada região do país. Os queixadas, como outras espécies com ampla distribuição geográfica, sofrem diferentes impactos e estão sob diferentes graus de ameaça ao longo de sua distribuição no território brasileiro. Avaliar estas espécies como unidades para todo o país pode resultar em excesso de otimismo em relação a seu estado de conservação, baseado em grandes populações remanescentes nos biomas ainda menos degradados. Estas avaliações podem, por um lado, impedir que políticas específicas sejam adotadas para estas espécies em ecossistemas em que as mesmas despertam alarme quanto às suas condições de conservação e, por outro lado, mascarar a possibilidade de que as populações ainda saudáveis não estão livres de sofrer o mesmo destino daquelas em ambientes mais impactados, dada a intensificação das atuais pressões sobre biomas ainda bastante conservados, como o Pantanal e a Amazônia.

Referências

Aguiar, L.M.; Ludwig, G.; Svoboda, W.K.; Hilst, C.L.S.; Navarro, I.T. & Passos, F.P. 2007. K. Occurrence, local extinction and conservation of Primates in the corridor of the Upper Paraná River, with notes on other mammals. Revista Brasileira de Zoologia, 24 (4): 898–906.

Altrichter, M.; Taber, A.; Beck, H.; Reyna-Hurtado, R.; Lizarraga, L.; Keuroghlian, A. & Sanderson, E.W. A report of range-wide declines for a key Neotropical ecosystem architect, the white-lipped peccary. Orxy. (no prelo).

Andriguetto-Filho, J.M.; Kruguer, A.C. & Lange, M.B.R. 1998. Caça, biodiversidade e gestão ambiental na Área de Proteção Ambiental de Guaraqueçaba, Paraná, Brasil. Biotemas, 11 (2): 133-156.

Antunes, A.Z. & Eston, M.R. 2009. Mamíferos (Chordata: Mammalia) florestais de médio e grande porte registrados em Barreiro Rico, Anhembi, Estado de São Paulo. Revista do Instituto Florestal, 21 (2): 201-215.

Azevedo, F.C.C. & Conforti, V.C. 2008. Decline of peccaries in a protected subtropical forest of Brazil: toward conservation issues. Mammalia, 72: 82-88.

Bachand, M.; Trudel, O.C.; Ansseau, C. & Almeida-Cortez, J. 2009. Dieta de Tapirus terrestris Linnaeus em um fragmento de Mata Atlântica do Nordeste do Brasil. Revista Brasileira de Biociências, 7 (2): 188-194.

Beisiegel, B.M. 2006. Shelter availability and use by mammals and birds in an Atlantic forest area. Biota Neotropica, 6 (1): 1-16.

Beisiegel, B.M. & Oliveira, E.N.C. 2010. Mamíferos de médio e grande porte do Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira – PETAR. Relatório Técnico, Plano de Manejo do PETAR.

Beisegiel, B.M.; Duarte, J.M.B.; Medici, E.P.; Keuroghlian, A. & Desbiez, A.L.J. 2012. Apresentação do número temático Avaliação do estado de conservação dos Ungulados. Biodiversidade Brasileira, 3: 1-2.

Bergallo, H.G.; Rocha, C.F.D.; Alves, M.A.S. & Van Sluys, M. 2000. A fauna ameaçada de extinção no Estado do Rio de Janeiro. EDUERJ. 166p.

Biondo, C.; Keuroghlian, A.; Gongora, J. & Miyaki, C. 2011. Population genetic structure and dispersal in the whitelipped peccaries (Tayassu pecari) from the Brazilian Pantanal. Journal of Mammalogy, 92(2): 267-274.

Bodmer, R.E. 1991. Influence of digestive morphology on resource partitioning in Amazonian ungulates. Oecologia, 85: 361-365.

Borges, A.B.T. 2004. Uso de habitat por uma população de antas (Tapirus terretris – Mammalia, Perissodactyla) no núcleo de Floresta Ombrófila Mista do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro – Santa Catarina, Brasil. Monografia (Bacharelado em Ciências Biológicas). Universidade Federal de Santa Catarina. 55p.

Cáceres, N.C.; Bornschein, M.R.; Lopes, W.H. & Percequillo, A.R. 2007. Mammals of the Bodoquena Mountains, southwestern Brazil: an ecological and conservation analysis. Revista Brasileira de Zoologia, 24 (2): 426-435.

Carillo, E.; Saenz, J.C. & Fuller, T.K. 2002. Movements and activities of white-lipped peccaries in Corcovado National Park, Costa Rica. Biological Conservation, 108: 317–324.

Cavalcanti, S.M.C. & Gese, E.M. 2010. Kill rates and predation patterns of jaguars (Panthera onca) in the southern Pantanal, Brazilian Journal of Mammalogy, 91: 722-736.

Chiarello, A.G. 1999. Effects of fragmentation of the Atlantic forest on mammal communities in south-eastern Brazil. Biological Conservation, 89: 71-82.

Chiarello, A.G. 2000. Influencia da caça ilegal sobre mamíferos e aves das matas de tabuleiro do norte do estado do Espírito Santo. Boletim do Museu de Biologia Mello Leitão, 11/12: 229-247.

CITES (Convention on International Trade in Endangered Species of Wild Flora and Fauna). 2010. Appendices I, II and III. Convention on International Trade in Endangered Species of Wild Flora and Fauna http://www.cites.org/eng/app/Appendices-E.pdf. Acessado em 2 de fevereiro de 2011.

Cullen Jr., L. 1997. Hunting and biodiversity in Atlantic forest fragments, São Paulo, Brazil. M.S. thesis, University of Florida, Gainesville, Florida.

Cullen Jr., L.; Bodmer, R.E. & Valladares-Padua, C. 2000. Effects of hunting in habitat fragments of the Atlantic Forests, Brazil. Biological Conservation, 95: 49-56.

Cullen Jr., L.; Bodmer, R.E. & Valladares-Pádua, C. 2001. Ecological consequences of hunting in Atlantic forest patches, Sao Paulo, Brazil. Oryx, 35: 137–144.

Cunha, A.A. 2007. Alterações na composição da comunidade e o status de conservação dos mamíferos de médio e grande porte da Serra dos órgãos. p. 211-224. In: Cronemberger, C. & Castro, E.B.V. (eds.) Ciência e conservação na Serra dos Órgãos. Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade/Ibama.

Terborgh, J. 1988. The big things that run the world—a sequel to E.O. Wilson. Conservation Biology, 2: 402-403.

Travassos, L. 2008. Efeitos de caça sobre populações de aves e mamíferos na Reserva Biológica do Tinguá, Rio de Janeiro, Brasil. Dissertação (Mestrado em Ecologia). Universidade Federal do Rio de Janeiro. 92p.

Vidolin, G.P.; Biondi, D. & Wandembruck, A. 2009. Seletividade de habitats pela anta (Tapirus terrestris) e pelo queixada (Tayassu pecari) na Floresta com Araucária. Scientia Forestalis, 37 (84): 447-458.

Downloads

Publicado

24/05/2012

Edição

Seção

Avaliação do estado de conservação das espécies