<b>PROPOSTA METODOLÓGICA PARA PADRONIZAÇÃO DOS ESTUDOS DE ATITUDES EM COMUNIDADES ADJACENTES ÀS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DE PROTEÇÃO INTEGRAL NO BRASIL</b>

Autores

  • Chiara Bragagnolo Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
  • Norah Costa Gamarra Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
  • Ana Claudia Mendes Malhado Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
  • Richard James Ladle Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e Universidade de Oxford (UK)

DOI:

https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v6i1.543

Resumo

A eficácia em alcançar objetivos de conservação é considerada um dos maiores desafios para a gestão de áreas protegidas. No Brasil, as unidades de conservação (UCs) de proteção integral têm um papel fundamental para conservação da biodiversidade, porém, persistem os conflitos sociais. Estes são frequentemente associados a comportamentos individuais que podem comprometer os objetivos de conservação (caça, desmatamento, etc.), resultando em crimes ambientais locais nas UCs que demandam recursos da gestão que poderiam ser investidos em outros programas e ações preventivas e de manejo. Assim, é essencial compreender melhor os fatores que moldam os comportamentos dos membros das comunidades adjacentes às UCs, pois são os principais atores do território protegido. Sendo as atitudes determinantes importantes de comportamentos individuais, o estudo destas em relação às UCs pode ter um papel crucial na gestão, constituindo ferramenta para, por exemplo: (i) avaliar a concordância entre os valores de criação da UC e os das comunidades; (ii) apoiar a implementação e monitoramento de estratégias de mudança social em relação à conservação da biodiversidade; (iii) mitigar conflitos locais; (iv) fornecer indicadores para monitorar a efetividade de ações/programas de conservação e conscientização nas comunidades; e (v) contribuir para o manejo das zonas de amortecimento. Neste artigo propomos um método baseado em pesquisa socioambiental para padronizar o estudo de atitudes em comunidades adjacentes às UCs, com ênfase nas de proteção integral. O método conta com três etapas principais: (1) preparação do questionário para estudo das atitudes baseado num modelo geral elaborado a partir da revisão de literatura; (2) desenvolvimento de um protocolo de aplicação do questionário; e (3) aplicação nas comunidades do entorno de uma unidade de conservação. Neste estudo, a formulação genérica será apresentada junto à experiência de aplicação no Parque Nacional do Catimbau (PE). Os resultados do estudo de caso evidenciaram a posição das comunidades sobre o Parque e delinearam padrões comportamentais. Por exemplo, pessoas mais jovens mostraram-se mais positivas em relação ao Parque e os agricultores mais favoráveis ao uso dos recursos naturais (madeira, lenha seca, caça). Baseado nestes dados, uma maior inclusão da sociedade em atividades diretamente relacionadas à conservação (monitoramento de espécies invasoras, zoneamento participativo, etc.) e o desenvolvimento de programas de sensibilização e educação foram sugeridos aos gestores da UC para aproximar as comunidades e as pessoas que se mostraram menos positivas com relação ao Parque.

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Publicado

07/03/2016

Edição

Seção

Pesquisa e manejo de Unidades de Conservação

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