Regime de queima das caçadas com uso do fogo realizadas pelos Xavante no cerrado

Authors

  • Mônica Martins Melo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade/ICMBio, EQS 103/104, Bloco A, Complexo Administrativo Sudoeste, Brasília-DF, Brasil
  • Carlos Hiroo Saito Universidade de Brasília (UnB), Departamento de Pós-Graduação em Ecologia, Brasília-DF, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v1i2.110

Keywords:

hunting with fire, Mato Grosso State, ecology of fire, fire regimen, xavante

Abstract

Science literature has underestimated the fire management with cultural purposes. Nevertheless, there are evidences that fire was broadly used as a management tool by indigenous people in different types of ecosystems. In Brazil, the indigenous have been using fire as a management tool. The objective of this article is to investigate and characterize the aspects which integrate the fire regimen adopted within hunting with fire by Xavante, and offer subsides to a sustainable management of fire in Cerrado. In the first phase of research, it was done structured interviews based on a list of main themes proposed by researches in ecology of fire. In the second phase, considering the results of the previous phase and the understandings about the indigenous environmental concepts, partially structured interviews were done. The huntings with fire were done in the dry season, between June and September. The periodicity of the burnings and the changes in the location of fire are dependent of the phytophysiognomy. The Xavante do previous burnings, just after the end of the rainy season, as part of strategy to control fire, jointly with the planning of the burning sites. The definition of the resting period of the sites depends on the evaluation by older people. The activity of hunting with fire presents similar results to the traditional patters of burning by indigenous societies according to the scientific literature.

References

Anderson, A. B.& Posey, D. A. Manejo de cerrado pelos índios Kayapó. 1985. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Série Botânica, 2 (1): 77-98.

Anderson, M. K. 1999. The fire, pruning, and coppice management of temperate ecosystems for basketry material by California indian tribes. Human Ecology, 27 (1): 79-113.

Andrade, S. M. A. 1998. Dinâmica do combustível fino e produção primária do estrato rasteiro de áreas de campo sujo de Cerrado submetidas a diferentes regimes de queimas. Dissertação (Mestrado em Ecologia). Universidade de Brasília, Brasília. 43p.

Bardin, L. 1977. Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70 Ltda. 281p. Borges, L. C. 2006. Evolução do registro do tempo. Scientific American Brazil, edição especial Etnoastronomia, São Paulo, (14): 39-45.

Coutinho, L. M. 1977. Aspectos ecológicos do fogo no cerrado. II - As queimadas e a dispersão de sementes de algumas espécies anemocóricas do estrato herbáceo-subarbustivo. Boletim de Botânica da Universidade de São Paulo, 5: 57-64. Coutinho, L. M. 1978. O Conceito de Cerrado. Revista Brasileira de Botânica, 1: 17-23. Coutinho, L. M. 1979. Aspectos ecológicos do fogo no cerrado. III - A precipitação atmosférica de nutrientes minerais. Revista Brasileira de Botânica, 2: 97-101.

Coutinho, L. M. 1982. Ecological effects of fire in brazilian Cerrado. p.273-291. In: B. J. Huntley & B. H. Walker (eds.). Ecological of Tropical Savannas. Springer Verlag, Berlin.

Coutinho, L. M. 1990. O Cerrado e a ecologia do fogo. Ciência Hoje, p.25-30

Eiten, G. Vegetação do Cerrado. 1994. p. 17-73. In: Pinto, M.N. (ed.). Cerrado: caracterização, ocupação e perspectivas. 2ed. Universidade de Brasília. 681p.

Gottesfeld, L. M. J. 1994. Aboriginal burning for vegetation management in northwest British Columbia. Human Ecology, 22 (2): 171-187.

Hallam, S.J. 1985. The history of aboriginal firing. p. 7-20. In Ford, J.R.(ed.). Fire ecology and management in western australian ecosystems. WAIT Environmental Studies Group Report No.14, Western Australian Institute of Technology, Perth, W.A.

Lachnitt, G.. 1987. Dicionário Xavante = Português. Romnhitsi’Ubumro. A’uwê Mreme = Waradzu Mreme. Campo Grande (MS): Faculdade Unidas Católicas de Mato Grosso. 123p.

Laris, P. 2002. Burning the seasonal mosaic: preventative burning strategies in the wooded savanna of southern Mali. Human Ecology, 30 (2): 155-186. Leeuwenberg, F. & Salimon, M. 1999. Para sempre A’uwê. Os Xavante na balança das civilizações. Rio de Janeiro: Museu do Índio. 64p.

Leeuwenberg, F.; Villalobos, M. P.; Fragoso, J. M.; Silvius, K. M.; Butler, J. & Sá, R. L. 2000. Manejo de fauna na reserva Xavante rio das Mortes, MT. Cultura Indígena e Método Científico Integrados Para a Conservação. Série Técnica, Volume IV. Brasília: World Wildlife Fund For Nature (WWF). 62p.

Lévi-Strauss, C. 1957. Tristes Trópicos. São Paulo: Editora Anhembi Ltda. 444p.

Lewis, H. T. & Ferguson, T. A. 1988. Yards, corridors, and mosaics: how to burn a boreal forest. Human Ecology, 16 (1): 57-77.

Ramos, A. E. 2004. Efeito do fogo bienal e quadrienal na estrutura populacional e reprodução de quatro espécies vegetais do Cerrado sensu stricto. Tese (Doutorado em Ecologia). Universidade de Brasília. 158p.

Ramos-Neto, M. B. & Pinheiro-Machado C. 1996. O Capim-flexa (Tristachya leiostachya Ness.) e sua importância na dinâmica do fogo no Parque Nacional das Emas. p. 68-75. In: Miranda, H. S.; Saito, C. H. & Dias, B. F. (eds.). Impactos de Queimadas em Áreas de Cerrado e Restinga. Brasília: UnB, ECL. 187p.

Ramos-Neto, M. B.. 1997. Avaliação do manejo do fogo no Parque Nacional das Emas. In: Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação. 1: 1997: Curitiba. Anais do I Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação. Curitiba: IAP:UNILIVRE: Rede Nacional Pro-Unidade de Conservação, 2V.

Rarmos-Neto, M. B. 2000. O Parque Nacional das Emas (GO) e o fogo: implicações para a conservação biológica. Tese (Doutorado em Ciências, na área de Ecologia). Universidade de São Paulo. 159p.

Ribeiro, J. F. & Walter, B. M. T. 1998. Fitofisionomias do bioma Cerrado. p. 89-152. In: Sano, S. M. & Almeida, S. P. (eds). Cerrado: ambiente e flora. Planaltina: Embrapa-CPAC. 556p.

Russell-Smith, J.; Lucas, D.; Gapindi, M.; Gunbunuka, B.; Kapirigi, N.; Namingum, G.; Lucas, K.; Giuliani, P. & Chaloupka, G.1997a. Aboriginal resource utilization and fire management practice in western Arnhem Land, monsoonal northern Australia: Notes for Prehistory, Lessons for the Future. Human Ecology, 25 (2): 159-195.

Russell-Smith J.; Ryan, P. G. & Durieu, R.1997b. A Landsat MSS-derived fire history of Kakadu National Park, monsoonal northern Austrália, 1980-94: seasonal extent, frequency and patchiness. Journal of Applied Ecology, 34: 748-766.

Sato, M. N.1996. Mortalidade de plantas lenhosas do Cerrado submetidas a diferentes regimes de queima. Tese (Mestrado em Ecologia). Universidade de Brasília. 46p.

Warming, E. 1908. Lagoa Santa - Contribuição para a Geografia Phytobiologica. Belo Horizonte. 284p. In: Warming, E. & Ferri, M. G.s. Lagoa Santa e a Vegetação de Cerrados Brasileiros. Belo Horizonte: Itatiaia, São Paulo: EDUSP. 1973. 386p.

Whelan, R. J.1997. The Ecology of Fire. United Kingdom. Cambridge University Press. 346p.

Yibarbuk, D.; Whitehead, P.J.; Russel-Smith, J.; Jackson D.; Godjuwa C.; Fisher, A.; Cooke, P.; Choquenot, D. & Bowman, D.M.J.S. 2001. Fire ecology and aboriginal land management in central Arnhem Land, northen Australia: a tradition of ecosystem management. Journal of Biogeography, 28 (3): 325-343.

Published

12/12/2011