Fatores que determinam a recorrência de fogo no cerrado:

enfoque na recuperação da vegetação e subsídios para o manejo em unidades de conservação

Autores/as

  • Ana Clara Caixeta Queiroz Pôrto Universidade de Brasília (UnB), Brasília, Brasil
  • Camila Silva Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio)
  • Juan Carlos Orozco Filho Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio)
  • Jonathan Braga Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio)
  • Angela Garda Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio)
  • Christian Berlinck Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio)

DOI:

https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v9i1.1284

Palabras clave:

Biomassa, área queimada, regime de chuva, frequencia de fogo

Resumen

A ocorrência e propagação do fogo é determinada por diversos fatores como condições meteorológicas, sazonalidade, topografia e acúmulo de biomassa combustível, mas a influência antrópica tem gerado um impacto negativo, apesar do histórico de fogo natural no cerrado. Este estudo visou investigar os padrões temporais e espaciais do fogo em duas unidades de conservação: Estação Ecológica Serra Geral de Tocantins (Esec) e Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba (Parna), de 2010 a 2017, a fim de identificar fatores determinantes da ocorrência de fogo e obter dados para auxiliar na gestão do fogo nestas unidades. Fez-se uso de sensoriamento remoto para delimitação de áreas queimadas (AQs), avaliação da frequência e distribuição. Para indicar qual fator está mais relacionado com AQs anuais, aplicou-se modelos lineares relacionando-os com precipitação mensal (PM), número de dias com chuvas (NDC), tipo de vegetação (Normalized Difference Vegetation Index - NDVI) e a interação entre NDCxNDVI. Os valores de NDVI foram obtidos antes da passagem do fogo, para representar o perigo de incêndio. Os coeficientes de determinação (R²) para AQxNDC e AQxPM foram de 0,438 e 0,424 para Esec, e 0,371 e 0,353 para o Parna. A relação AQxNDVI para a Esec apresentou um R2= 0,040, enquanto NDCxNDVI e AQ resultou em um R2= 0,214. Para o Parna, os R² foram 0,080 e 0,092 para AQxNDVI e AQxNDCxNDVI. Estes valores indicam que para a ocorrência de incêndios nestas áreas de cerrado, o regime de chuva é o fator mais determinante. O fato da vegetação ter apresentado menor relação com AQ, ou seja, ter explicado pouco a ocorrência de fogo, pode ser pelo tipo de solo predominante, arenoso, com poucos nutrientes e alta percolação; bem como pela distribuição das fitofisionomias e do relevo. Os dados obtidos neste estudo podem auxiliar na definição de melhores táticas de manejo do fogo, permitindo predizer as condições adequadas para a prescrição de queimas, como também indica situações de perigo, especialmente em relação ao acúmulo de combustível, auxiliando no combate aos incêndios. Embora os dados encontrados sejam pertinentes, ainda é necessário que outros fatores sejam incorporados nas análises.

Publicado

15/05/2019