Sinergismo de variáveis climáticas e incêndios florestais no estado do Acre

Autores/as

  • Sonaira Souza da Silva Universidade Federal do Acre (Ufac), Cruzeiro do Sul, Brasil;
  • Liana Anderson Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), São José dos Campos, Brasil
  • Marcus A Liesenfeld Universidade Federal do Acre (Ufac), Cruzeiro do Sul, Brasil
  • Igor Oliveira Universidade Federal do Acre (Ufac), Cruzeiro do Sul, Brasil
  • Thiago Morello Universidade Federal do ABC, (UFABC), São Bernardo do Campo, Brasil
  • Francisco Salatiel Clemente Universidade Federal do Acre (Ufac), Cruzeiro do Sul, Brasil
  • Marllus Rafael Almeida Universidade Federal do Acre (Ufac), Cruzeiro do Sul, Brasil
  • Adriele Karlokoski Universidade Federal do Acre (Ufac), Cruzeiro do Sul, Brasil
  • Tiago Lucena da Silva Universidade Federal do Acre (Ufac), Cruzeiro do Sul, Brasil
  • Luiz E O. C. Aragão Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), São José dos Campos, Brasil
  • Paulo Brando Woods Hole Research Center (WHRC), Falmouth, Estados Unidos;
  • Ane Alencar Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), Brasília, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v9i1.1324

Palabras clave:

Amazônia, temperatura, secas severas

Resumen

Este estudo visou compreender a influência das variáveis climáticas de precipitação e temperatura na ocorrência de incêndios florestais no Estado do Acre, Brasil. Nos últimos 40 anos, os incêndios têm se tornado mais frequentes, ocorrendo a cada 4 a 5 anos em diferentes partes da bacia Amazônica. A distribuição espacial e temporal dos incêndios florestais têm sido associadas às secas extremas ocasionadas pelo aumento anômalo da temperatura da superfície dos oceanos. Nas partes sul e sudoeste da Amazônia, onde está localizado o Estado do Acre, duas secas extremas recentes (2005 e 2010) têm sido associadas ao aquecimento da superfície da parte tropical do oceano Atlântico Norte. Neste estudo, selecionamos o número de dias consecutivos sem chuva (P↓) e o número de dias com temperatura máxima diária acima de 35°C (T↑35°C) para correlacionar com a área total anual acumulada de cicatrizes de incêndios florestais no município de Rio Branco, entre 1984 a 2018. Os dados climáticos foram coletados de estações pluviométricas na área de estudo. Os anos de secas extremas no Estado do Acre foram 2005, 2010 e 2016, somando 526.289 ha, que representa 98% dos incêndios mapeados. Estes anos coincidem com períodos >40 dias consecutivos sem chuva e >38 dias com temperatura máxima diárias acima de 35°C. Em 2016, houve o El Niño mais forte já registrado, havendo recorde do T↑35°C com 66 dias. Durante os anos de 2017 e 2018 observamos que o número de dias com T↑ 35°C e P↓ estiveram acima de 30 dias, contribuindo para ocorrência de 895 ha e 262 ha, respectivamente. O intervalo médio entre os grandes incêndios florestais entre 1984 a 2018 foi de 7,25 anos, sendo que nos 20 primeiros anos de monitoramento, houve um grande incêndio a cada década (1987 e 1998), e na última década, um grande e severo incêndio a cada 5 anos (2005, 2010 e 2016). O aumento na frequência de ocorrência de eventos climáticos extremos e incêndios florestais, é provável que estejam entrando em novo regime de fogo, um “novo normal” climático, aumentando chance de ocorrência de incêndios florestais no futuro no Estado do Acre.

Publicado

15/05/2019

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