O fogo é sempre um vilão nos campos rupestres?

Autores

  • Ruy José Válka Alves Universidade Federal do Rio de Janeiro/UFRJ, Museu Nacional, Departamento de Botânica, Quinta da Boa Vista s/n, São Cristóvão, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
  • Nílber Gonçalves Silva Universidade Federal do Rio de Janeiro/UFRJ, Museu Nacional, Departamento de Botânica, Quinta da Boa Vista s/n, São Cristóvão, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v1i2.111

Palavras-chave:

biodiversidade, cerrado, savana, fogo natural

Resumo

Os campos rupestres ocupam menos de 3% das áreas de Cerrado e Caatinga, mas abrigam uma proporção significativa das espécies vegetais vasculares presentes nestes biomas. Embora várias adaptações ao fogo já tenham sido descritas para savanas do Brasil, ainda há carência de estudos sistemáticos do efeito do fogo nos campos rupestres. Este artigo visa comentar os efeitos combinados do fogo, gado e capim gordura na vegetação de campo rupestre. 

Referências

Alves, R.J.V.; Cardin, L. & Kropf, M.S. 2007. Angiosperm Disjunction “Campos Rupestres – Restingas” – a re-evaluation. Acta botanica brasilica, 21(3): 675–685.

Alves R.J.V. & Kolbek J. 2009. Can campo rupestre vegetation be floristically delimited based on vascular plant genera? Plant ecology, 207(1): 67–79.

Barger, N.N.; D’Antonio, C.M.; Ghneim, T. & Cuevas, E., 2003: Constraints to colonization and growth of the African grass, Melinis minutiflora, in a Venezuelan savanna. Vegetatio, 167(1): 31–43.

Beerling, D.J. & Osborne, C.P. 2006. The origin of the savanna biome. Global change biology, 12: 2023–2031.

Benites, V. de M.; Schaefer, C.E.; Simas, F.N.B. & Santos, H.G., 2007. Soils associated with rock outcrops in the Brazilian mountain ranges Mantiqueira and Espinhaço. Revista brasileira de botânica, 30(4): 569–577.

Bond, W.J. & Keeley, J.E. 2005. Fire as a global ‘herbivore’: the ecology and evolution of flammable ecosystems. trends in ecology and evolution, 20(7): 387-194.

Carmo, F.F.; Sousa, E.; Fonseca, F.C.; Ribeiro, L.C. & Jacobi, C.M. 2007. Recrutamento pós-fogo em dois habitats de um campo rupestre ferruginoso (canga) na Serra da Moeda, MG. Anais do VIII congresso de ecologia do brasil. pp. 1-2 Caxambu, MG.

Cartelle, C. 1999. Pleistocene mammals of the cerrado and caatinga of brazil. mammals of the Neotropics: the central neotropics. p. 27-46. In: J. F. Eisenberg & K. H. Redford. (eds.) Chicago, University of Chicago Press.

Conceição A.A. & Giulietti A.M. 2002. Composição florística e aspectos estruturais de campo rupestre em dois platôs do Morro do Pai Inácio, Chapada Diamantina, Bahia, Brasil. Hoehnea, 29: 37–48.

Conceição A.A.; Giulietti A.M. & Meirelles S.T. 2007. Ilhas de vegetação em afloramentos de quartzito arenito no Morro do Pai Inácio, Chapada Diamantina, Bahia, Brasil. Acta botanica brasilica, 21(2): 335–347.

D’Antonio, C.M. & Vitousek, P.M. 1992. Biological invasions by exotic grasses, the grass/fire cycle, and global change. Annual Review of ecology, evolution, and systematics, 23:62-87.

Fariña, R.; Vizcaíno, S.F.; & Bargo, M.R. 1998. Body mass estimations in Lujanian (Late Pleistocene-early Holocene of South America) mammal megafauna. mastozoologia Neotropical, 5: 87–108.

Figueira, J.E.C. 1998. Dinâmica de populações de Paepalanthus polyanthus (eriocaulaceae) na serra do cipó, mG. Tese (Doutorado em Ecologia). Universidade Estadual de Campinas. 112p.

Giulietti, A.M.; Menezes, N.L.; Pirani, J.R.; Meguro, M. & Wanderley, M.G.L. 1987. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: caracterização e lista de espécies. boletim de botânica da universidade de são Paulo, 9: 1-151.

Gottsberger, G. & Silberbauer-Gottsberger, I., 2006. Life in the cerrado, a south American tropical seasonal ecosystem, Vol. 1: Origin, structure, dynamics and plant ‘use. Abt. Syst. Bot. Ökol. Bot. Garten Univ. Ulm. 277 p.

Hoffmann, W.A.; Lucatelli, V.M.P.C.; Silva, J.F.; Azeuedo, I.N.C.; Marinho, M. da S.; Albuquerque, A.M.S.; Lopes, A. de O. & Moreira, S.P., 2004. Impact of the invasive alien grass Melinis minutiflora at the savanna forest ecotone in the Brazilian Cerrado. Diversity and Distributions, 10(2): 99–103.

Howe, H.F. 1994. Managing species diversity in tallgrass prairie: assumptions and implications. conservation biology, 8(3)691–704. Janzen, D.H. 1986. Chihuahuan desert nopaleras: defaunated big mammal vegetation. Annual Review of Ecology, evolution and systematics, 17: 595–636.

Janzen, D.H. and Martin, P.S. 1982. Neotropical anachronisms: the fruits the gomphoteres ate. science, 215: 19–27.

Keeley, J.E. & Zedler, P.H. 1978. Reproduction of chaparral shrubs after fire: a comparison of sprouting and seeding strategies. the American midland Naturalist, 99: 142–161.

Kolbek J. & Alves R.J.V. 2008. Impacts of Cattle, Fire and Wind in Rocky Savannas, Southeastern Brazil. – Acta universitatis carolinae environmentalica, 22: 111–130.

Martins, C.R.; Leite, L.L. & Haridasan, M. 2004: Capim-gordura (Melinis minutiflora P. Beauv.), uma gramínea exótica que compromete a recuperação de áreas degradadas em unidades de conservação. Revista Árvore, 28(5): 739–747.

Miranda, H.S.; Bustamante, M.C. & Miranda, A.C. 2002. The fire factor. p. 51-68. In: Oliveira, P.S. & Marquis, R.J. (eds.) the cerrados of brazil: ecology and Natural History of a Neotropical savanna.. Columbia University Press, New York, NY, US. National Park Service. 1999. Prescribed Fire Planning, Implementation, and evaluation Procedures. http://web.mac.com/linnog/Fire_Arch/Prescribed_Fire_files/RXFIRE.PDF. (Acesso em 19/5/2011)

Neves, S.P.S. & Conceição, A.B. 2010. Campo rupestre recém-queimado na Chapada Diamantina, Bahia, Brasil: plantas de rebrota e sementes, com espécies endêmicas na rocha. Acta botanica brasilica, 24(3): 697-707.

Olson, R. & Noble, C. 2005. The Geological Foundation for Prescribed Fire in Mammoth Cave National Park. Geodiversity & Geoconservation, 22(3):22-28. Parks Canada. 2011. http://www.pc.gc.ca/pn-np/ab/banff/plan/plan12.aspx. (Acesso em 19/5/2011)

Overbeck, G.E.; Müller, S.C.; Fidelis, A.; Pfadenhauer, J.; Pillar, V. D.; Blanco, C. C.; Boldrini, I. I.; Both, R. &, Forneck, E. D. 2007. Brazil’s neglected biome: The South Brazilian Campos. Perspectives in Plant ecology, evolution and systematics 9:101–116.

Queiroz, L.P. 2006. The Brazilian caatinga: phytogeographical patterns inferred from distribution data of the Leguminosae. P. 113-149. In: Penninigton R.T, Lewis G.P & Ratter J.A (eds.) Neotropical dry forests and savannas.

Royal Botanical Garden, Edinburgh.

Rawitscher, F.; Ferri, M.G. & Rachid, M. 1943. Profundidade dos solos e vegetação em campos cerrados do Brasil Meridional. Anais da Academia brasileira de ciências, 15: 267–294.

Rawitscher, F. & Rachid, M. 1946. Troncos subterrâneos de plantas brasileiras. Anais da Academia brasileira de ciências, 18(4): 261–280.

Ribeiro, M.C. & J.E.C. Figueira. 2011. Uma abordagem histórica do fogo no Parque Nacional da Serra do Cipó, Minas Gerais – Brasil. biodiversidade brasileira, 1(2): 212-227.

Rivadavia, F. 2007. A Genlisea Myth is confirmed. carnivorous Plants Newsletter, 36(4): 122-125.

Schlesinger, S. 2010. Onde Pastar? O Gado Bovino no Brasil. Walprint Gráfica e editora. www.boell latinoamerica.org/downloads/gado_brasil_sergio_schlesinger.pdf Safford, H.D. 2001. Brazilian Páramos. III. Patterns and rates of postfire regeneration in Campos de Altitude. biotropica 33: 282–302.

Sano, S.M.; Almeida, S.P. de & Ribeiro, J.F. 2008. cerrado - ecologia e Flora. Embrapa Informação Tecnológica, Brasília. 1279 p.

Silva, I.A. & Batalha, M.A. 2010. Phylogenetic structure of Brazilian savannas under different fire regimes. Journal of Vegetation science, 21: 1003–1013.

Silva, M.S.; Pompeu, M.S.; Paula, S. de & Porfirio, S., 2003. Distribuição espacial e densidade de gramínea invasora (Melinis minutiflora Beauv.) no Parque Nacional da Serra do Cipó. p. 531–532. In: Resumos: VI congresso de ecologia do brasil, Fortaleza,.

Simon, M.F.; Grether, R.; de Queiroz, L.P.; Skema, C.; Pennington, R.T. & Hughes, C. E. 2009. Recent assembly of the Cerrado, a neotropical plant diversity hotspot, by in situ evolution of adaptations to fire. PNAs online (DOI: 10.1073/pnas.0903410106).

U. S. Geological Survey; 2000. Fire Ecology of South Florida Pinelands. http://fl.biology.usgs.gov/Center_ Publications/Fact_Sheets/snyderflier.pdf. (Acesso em 19/5/2011)

Warming E. 1908, Lagoa santa. contribuição para a Geographia Phytobiológica. Tradução de E. Löfgren. Imprensa Official do estado de Minas Geraes, Bello Horizonte. Reprint 1973

Downloads

Publicado

12/04/2024