Avaliação do risco de extinção do jacaré-coroa Paleosuchus trigonatus (Schneider, 1801) no Brasil

Autores

  • Zilca Campos Embrapa Pantanal, Corumbá/MS, Brasil.
  • Boris Marioni Instituto Piagaçu/ IPI, Programa de Conservação dos Crocodilianos Amazônicos/ PCCA, Manaus/AM, Brasil.
  • Izeni Farias Laboratório de Evolução e Genética Animal, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Amazonas, Manaus/AM, Brasil.
  • Luciano M. Verdade Laboratório de Ecologia Isotópica / CENA / USP Piracicaba/SP, Brasil.
  • Luis Bassetti Laboratório de Ecologia Isotópica / CENA / USP Piracicaba/SP, Brasil.
  • Marcos E. Coutinho Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade/Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Répteis e Anfíbios/Base RAN-LagoaSanta, Lagoa Santa/MG, Brasil.
  • Sônia H. S. T. de Mendonça Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade/Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Répteis e Anfíbios/Base RAN-LagoaSanta, Lagoa Santa/MG, Brasil.
  • Tiago Quaggio Vieira Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade/Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Répteis e Anfíbios, Goiânia/GO, Brasil.
  • Willian E. Magnusson Coordenação de Pesquisas em Ecologia, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Manaus/AM, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v3i1.408

Palavras-chave:

Risco de extinção, jacaré-coroa, Paleosuchus trigonatus

Resumo

O risco de extinção de Paleosuchus trigonatus foi avaliado de acordo com os critérios da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN 2001, 2003), com base nos dados disponíveis até 2011. A espécie é encontrada em grande parte da Amazônia brasileira e em outros nove países da América do Sul. Sua extensão de ocorrência (EOO) no Brasil é de 3.339.916,7 km2 e acredita-se que a área de ocupação (AOO) seja maior que 20.000 km2. A espécie enfrenta ameaças como fragmentação de habitats, causada pelo desmatamento de áreas de preservação permanente e perda de conectividade de rios e pequenos riachos, além da caça, tanto de subsistência como oriunda de conflitos com pescadores e moradores de vilas, assentamentos e cidades. Apesar dessas ameaças, acredita-se que até o momento não tenha sofrido redução populacional significativa, sendo categorizada como Menos Preocupante (LC). Ainda assim, a conservação da espécie é dependente da manutenção da conectividade dos seus habitats amazônicos. Há contato com populações dos países vizinhos, porém não se sabe se há mudanças significativas em dados populacionais para justificar uma alteração na categoria indicada na avaliação brasileira.

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Publicado

29/06/2013

Edição

Seção

Avaliação do estado de conservação das espécies

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