Análise da incidência de focos de calor entre 2008 e 2017 no estado de Goiás com base no uso e cobertura do MapBiomas
DOI:
https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v9i1.1100Palavras-chave:
focos de calor, MapBiomas, uso e cobertura, GoiásResumo
Este trabalho analisou a incidência de focos de calor nos diferentes usos e coberturas do solo do Estado de Goiás classificados pelo Projeto MapBiomas durante 10 anos. Foram utilizados dados do satélite referência do INPE registrados entre 2008 e 2017. No período, foi registrada uma média anual de 5.927 focos de calor em Goiás, com pico em 2010 (13.419) e menor incidência em 2009 (2.920). Nos demais anos, os registro ficaram entre 3.050 e 6.428 focos de calor. Considerando os extremos, procedeu-se com o cruzamento dos registros de 2009 e 2010 com os dados de uso e cobertura do MapBiomas. A maior quantidade de focos em 2010 recaiu sobre as tipologias de florestas (6.115), seguida por agropecuária (5.211) e formações naturais não florestais (2.008). Em 2009, os maiores registros ocorreram na tipologia agropecuária (1.551), florestas (1.015) e formações naturais não florestais (325). Apesar da maior quantidade de focos em florestas em 2010, a maior gravidade das queimadas ocorreu nas formações naturais não florestais, visto que calculou-se uma concentração de 80,1 focos de calor a cada 1.000 km², contra 54,1 focos/1.000km² em florestas. Em ambas as tipologias o aumento da quantidade de focos foi de aproximadamente 6 vezes de um ano para o outro. Contudo, as florestas cobrem uma área 4,5 vezes maior do que as formações naturais não florestais. O uso agropecuário teve uma concentração de 26,5 focos/1.000km² em 2010, valor abaixo da média estadual (39,5), com um aumento de pouco mais de 3 vezes em relação ao ano anterior. O trabalho permitiu considerar que eventos extremos de queimadas estão correlacionados, sendo que um ano com incidência abaixo do normal foi sucedido por um ano com incidência acima do normal, o que contribui para reforçar a necessidade de implementação das técnicas de MIF na prevenção de eventos extremos como estratégia de manutenção do equilíbrio interanual dos ambientes susceptíveis, principalmente nas áreas de formações naturais não florestais, que são as mais afetadas nessas ocasiões.
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