Análise da incidência de focos de calor em unidades de conservação, terras indígenas e quilombolas do Estado de Goiás entre 2008 e 2017
DOI:
https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v9i1.1166Palavras-chave:
Focos de calor, Goiás, unidades de conservação, terras indígenas, quilombolasResumo
Este trabalho analisou o registro e a concentração de focos de calor em áreas protegidas (parques nacionais e estaduais, terras indígenas e quilombolas) do Estado de Goiás num período de 10 anos. Foram utilizados os focos de calor do satélite referência do INPE registrados entre 2008 e 2017. A concentração média anual de registro de focos de calor dentro das áreas protegidas foi de 37,1 focos/1.000km², nas zonas de amortecimento (faixa de entorno de 5 km) foram 28,5 e no restante do Estado fora dessas áreas foi de 16,8. Os anos com maior e menor concentração de registros nas áreas protegidas foram respectivamente 2009 e 2010 (10,0 e 121,7 focos/1.000km²). Isso representou um aumento de mais de 12 vezes de um ano para o outro. Nas mesmas épocas, o entorno das áreas protegidas teve um aumento de 7 vezes (de 9,2 para 65,2 focos/1.000km²), enquanto o restante do Estado teve uma densidade aumentada em pouco mais de 4 vezes de um ano para o outro (de 8,6 para 37,3 focos/1.000km²). O Parque Estadual João Leite foi a área protegida mais afetada pelas queimadas no período de 10 anos avaliado, com uma concentração média anual de 123,3 focos/1.000km², seguida pelo Parque Estadual do Araguaia (75,3) e pela Terra Indígena Carretão I (69,2). De todas as áreas analisadas, 5 não tiveram registros de focos de calor em seu interior no período. As zonas de amortecimento tiveram uma concentração média variando entre 1,3 e 52,4 focos/1.000km², sendo os mais afetados o entorno da Terra Indígena Família Magalhães (52,4), do Parque Estadual Altamiro de Moura Pacheco (47,4) e do Parque Estadual do Araguaia (47,3). Este estudo permitiu concluir que a maior concentração das queimadas em Goiás é dentro das áreas protegidas. Por fim, destaca-se a gravidade do problema no Parque Estadual João Leite, o qual serve de proteção para o manancial de abastecimento da região metropolitana da capital do Estado, onde deveriam ser implementadas técnica de manejo integrado de fogo com vistas a proteger o local e áreas adjacentes.
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